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05 de junho, de 2008 | 00:00

Associa: de volta aos bons e velhos hábitos

Augusto Pascoal


Paulo Guerra: “Estamos estudando maneiras de estimular a aceitação do consumidor em relação à sacola retornável”
TIMÓTEO - Lembra quando sua avó ia à feira e sempre levava de casa uma sacola de lona com listras coloridas para encher de compras? Pois é, certos hábitos nunca deveriam ser abandonados, e não apenas por motivações estéticas ou práticas. Para onde você acha que vão todas aquelas sacolas plásticas que você pega no supermercado e depois usa como saco de lixo? Por certo que essa resposta todos sabem. Elas acabam em margens de rios, no oceano, nos abarrotados depósitos de lixo do país ou até mesmo no estômago de algum animal que mais tarde sofrerá uma intoxicação e morrerá. Inseridas no mercado na década de 80 para substituir sacos de papel, as sacolas plásticas se acumulam de forma progressiva no meio ambiente. Mas e a reciclagem de plástico, não ajuda? Claro, mas não resolve. Como as sacolas plásticas são feitas de um material muito barato, seu valor no mercado de reciclagem é baixo, quase irrelevante. Além disso, existem alguns complicadores no processo de reciclagem do material que não permitem que o reaproveitamento chegue a 20% de todo o material dispensado. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Embalagens (Abre) demonstra que o material é o menos procurado para reciclagem. Apenas 16,5% dos plásticos rígidos e filme são reciclados, em média, no Brasil. A Abre estima que o plástico filme corresponda a 29% do total de plásticos separados para reciclagem nas cidades que promovem a coleta seletiva. Consciente disso e preocupado com a questão, o supermercado Associa lança uma nova alternativa para os consumidores em se tratando de sacolas de compras. Ainda neste mês a empresa vai adotar sacolas biodegradáveis e retornáveis para a embalagem e transporte de seus produtos. “O comércio tem grande responsabilidade no resultado do lixo que é gerado pela população. Se existe alguma forma de amenizar o impacto, é nosso dever agirmos”, acredita Paulo Guerra, gerente-geral do supermercado. Meio ambiente exige especializaçãoQuem anda de bem com a vida é a engenheira e empresária Cláudia Brum, da Solução Ambiental, empresa sediada em Ipatinga.  Após participar, recentemente, de um Curso de Perícia Judicial Ambiental em Belo Horizonte, ela é agora a única profissional da região a obter condições especiais e autorização para realizar perícias técnicas na área ambiental e emitir laudos com fé pública, podendo ser contratada para atender a Justiça, empresas, administrações públicas e outras entidades.À frente do Departamento Técnico da Solução Ambiental e ao lado do marido, o radialista Luiz Omar Magalhães, Cláudia vem desenvolvendo projetos, licenciamento e consultoria para empresas de toda a região Leste de Minas, Norte do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sul da Bahia. A empresa atende empreendimentos do ramo de laticínios, frigoríficos, indústrias, piscicultura, suinocultura, loteamentos, postos de combustíveis, siderúrgicas, metalúrgicas, fundições, carvoarias, aterros sanitários e pedreiras. E ainda serviços de outorga para regularização da utilização da água de nascentes e poços artesianos. Engenheira civil com especialização de mais de vinte anos na área de petróleo, em especial com postos de combustíveis para diversas companhias, Cláudia Brum é formada também em Administração de Empresas e Comércio Exterior. Mesmo assim, para oferecer ainda mais qualidade no atendimento aos seus clientes na área ambiental, está cursando o 5º período de Engenharia Ambiental na Unipac, em Ipatinga.Reconhecimento dos consumidoresCom a questão ambiental em voga, empresas voltadas para a preservação tendem a ser mais valorizadas e reconhecidas pelos consumidores. Segundo a Fundação Verde (FunVerde), o consumo de plásticos é de 1 milhão por minuto em todo o mundo. Isso corresponde a quase 1,5 bilhão por dia, mais de 500 bilhões por ano.  O Brasil produz anualmente 210 mil toneladas de plástico filme, matéria-prima dos saquinhos plásticos. O número representa cerca de 10% do lixo do país. Além disso, o tempo de durabilidade do plástico no ambiente é estimado em 200 anos, e pesquisadores dizem que pode chegar a 450. Tais dados apenas reforçam a evidência de que o uso da sacola plástica representa um problema de medidas astronômicas. Porém, anos de uso do material pela sociedade geraram hábitos difíceis de serem abandonados, como aproveitar essas sacolas para embalar lixo doméstico. EstímuloNa tentativa de superar esse problema, o supermercado Associa pretende implantar as sacolas retornáveis de maneira gradativa. “Primeiramente, implantaremos no supermercado a sacola biodegradável, em uma atitude emergencial, mas até hoje não existe comprovação de que essas sacolas sejam completamente inofensivas à natureza. Sendo assim, nosso objetivo final é que, com o tempo e a reeducação dos clientes, consigamos substituir por completo as sacolas plásticas por retornáveis. Mas, para isso, a participação da sociedade é essencial”, explica Gustavo Tertuliano, diretor comercial e financeiro da empresa e responsável pela iniciativa. Paulo Guerra acrescenta que serão elaborados incentivos para que o cliente adote o uso da sacola retornável como um hábito constante. “Estamos estudando maneiras de estimular a aceitação do consumidor em relação à sacola retornável. De início, pensamos em oferecer um desconto no valor da compra do cliente que optar por usá-la, ou mesmo comprá-la de volta para o supermercado”, pontua.        
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