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14 de maio, de 2008 | 00:00

Empresas temem prejuízos

Interdição da ponte metálica trará aumento de custo para transportes

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Interdição da ponte sobre o rio Doce será prejuízo garantido para empresas
IPATINGA - A notícia da necessidade de interdição emergencial da ponte metálica sobre o rio Doce, na BR-458, deixou assustados usuários da via. A maior preocupação vem das empresas, que terão aumentado em pelo menos 100 quilômetros o percurso para chegar a Ipatinga, com o desvio por Governador Valadares. A ponte metálica fica na divisa entre Ipatinga e Caratinga e permite o acesso à BR-458, um atalho de 50 quilômetros para se chegar à BR-116.Sem esse acesso, a alternativa mais coerente, segundo o engenheiro do Dnit Milton Genelhu, é passar por Governador Valadares. A outra opção é quase inviável, pois a estrada de terra entre Cava Grande/Pingo Dágua e Revés do Belém fica praticamente intransitável no período chuvoso e não agüenta tráfego pesado.Cargas A notícia desagradou principalmente às empresas que trabalham com o transporte de cargas. Maurílio Célio Lima, gerente administrativo da Transportadora Minas Rio, disse que é constante a movimentação de cargas entre Ipatinga e o Rio de Janeiro. “Com certeza, o desvio vai provocar aumento imediato no custo da viagem”, avaliou. Segundo Maurílio, o principal cliente da transportadora é a Celulose Nipo-Brasileira, a Cenibra, que, por meio da BR-116, transporta produtos químicos. Também para a transportadora Eureka, que opera na região, a interdição da ponte metálica terá impactos negativos. A empresa tem sede em Muriaé, na Zona da Mata mineira, e utiliza a ponte como acesso à Região Metropolitana do Vale do Aço. A gerente Ana Paula Braga disse que estava surpresa com a informação e lembrou que, além do aumento no custo da viagem, haverá atrasos na entrega de mercadorias com horários programados. “Se há problemas com a ponte é preciso resolver o mais rápido possível, porque não há alternativas equivalentes de saída de Ipatinga no sentido da BR-116”, argumentou.  PassageirosSurpreso também ficou o gerente da Viação Rio Doce, em Coronel Fabriciano. A empresa é uma das principais no transporte de passageiros entre o Vale do Aço e as cidades vizinhas. O gerente Luiz Gonzaga da Silva disse que não tinha informações oficiais sobre o problema da ponte, mas admitiu prejuízos com um eventual desvio da viagem por Governador Valadares, em caso de interdição da ponte metálica. Prejuízo maior ainda deverá recair sobre os passageiros, que terão aumentado o tempo de viagem em quase duas horas. Só a Rio Doce tem uma média diária de 30 horários de ônibus com passagem sobre a ponte metálica rumo à BR-458. “São três horários diários para o Rio de Janeiro, três para Manhuaçu e 15 para Caratinga. Há também horários para Itanhomi, Sobrália e Fernandes Tourinho. Todos seriam desviados para Valadares em caso de interdição”, detalhou. Na Univale Transportes, ontem à tarde, o gerente de tráfego foi encontrado para comentar as implicações da interdição da ponte metálica, mas a empresa transporta passageiros de Ipatinga para Ipaba e São João do Oriente.DistribuidoraA Distribuidora Quintão também será atingida. Principal empresa de distribuição de jornais, revistas e principalmente publicações da editora Abril, a empresa de Ipatinga transporta produtos para abastecer bancas e supermercados em parte da Zona da Mata mineira e também enfrentará transtornos para manter o trabalho com a interdição da ponte que liga Ipatinga à região vizinha. O gerente Bruno Agostine Quintão observou que a maioria dos produtos editoriais é tabelada e não há como repassar o aumento no custo com o transporte. Interdição emergencial já foi pedida pelo DnitA Assessoria de Comunicação da Superintendência do Dnit, em Belo Horizonte, confirmou ontem à tarde que o órgão já pediu a decretação do “estado de emergência” na ponte sobre o rio Doce, na BR-458, entre Ipatinga e Caratinga. Com a medida, será contratado um projeto, com dispensa de licitação, para que seja providenciado o reparo dos aparelhos de sustentação da ponte.Não há expectativa de quando começam os reparos, mas o primeiro impacto será sentido nos próximos dias pela população do Vale do Aço, com a restrição de cargas. Será uma medida de segurança para evitar maiores danos. O Dnit vai divulgar nos próximos dias o volume máximo de carga que poderá passar sobre a ponte. Quando estiver em obras, no entanto, o engenheiro do Dnit Milton Genelhu afirmou que o tráfego sobre a ponte deverá ficar totalmente interditado.Milton Genelhu explicou ao DIÁRIO DO AÇO que a interdição precisa ser feita de forma emergencial na ponte metálica, porque são graves as falhas nos aparelhos de sustentação instalados em 1971, quando a ponte foi construída. “A ponte funciona em situação de risco, atualmente. A interdição, no entanto, depende de projetos da Superintendência do Dnit para a reforma do equipamento. Essa interdição só não foi feita ainda por falta de placas para sinalizar o desvio em toda a região”, disse o engenheiro, ao passar pelo Vale do Aço na semana passada. Alex Ferreira
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