14 de maio, de 2008 | 00:00

Conhecendo o drama de perto

Vereadores prometem agilidade para definir destino de prédio invadido

Wôlmer Ezequiel


Wilson Geraldo explica que as famílias esperam uma solução efetiva
IPATINGA - Na tarde de ontem, vereadores que integram a Comissão Especial designada para acompanhar os problemas relacionados ao prédio situado na esquina da rua Nossa Senhora das Graças com a rua Diamantina, no Centro, fizeram a primeira visita ao imóvel. A equipe estava acompanhada por uma assistente social, que avaliará a situação sócio-econômica das 16 famílias abrigadas no local. Nesta quarta-feira, está programada a visita de um engenheiro civil para avaliar as condições físicas da construção. Os laudos técnicos devem ficar concluídos em 15 dias, mas o estado de precariedade do imóvel impressionou a comissão. Para o vereador Agnaldo Bicalho (PT), que integra a equipe junto aos vereadores Célio Aleixo (PMDB) e Adelson Fernandes (PSB), “o prédio em ruínas claramente não possui estrutura para ser habitado”. O conhecimento in loco da situação dos moradores, na avaliação de Bicalho, significa uma mudança de postura nos trabalhos. “Ouvir o relato das famílias no ambiente da Câmara, em salas com ar-condicionado, é uma coisa. Agora, ir ao local e constatar os problemas que os moradores enfrentam há tantos anos é outra história. No mínimo, esta visita nos obriga a ter mais coerência e aumenta a nossa responsabilidade para tratar desta questão. Logicamente, agilidade é fundamental neste processo”, pondera o vereador. Conforme alguns moradores relataram, há 15 anos eles não têm notícia da proprietária do imóvel. Segundo a lavadeira Maria Aparecida Martins, residente do prédio há 22 anos, o último contato foi há 15 anos, quando advogados da lavadeira notificaram os moradores sobre uma iminente ação de despejo. “No entanto, não fomos intimados nem nada”, conta. DesconfiançaApesar dos esforços da comissão e da imprensa noticiar os problemas do prédio com certa freqüência, alguns moradores mostram ceticismo em relação às ações dos vereadores. O autônomo Wilson Geraldo Barbosa, que também vive no imóvel há 22 anos, alega que não é a primeira vez que os holofotes se voltam para os problemas daquela região do Centro. “Volta e meia vem político aqui. A mídia também já fez várias reportagens sobre a nossa situação. Até agora, tudo não passou de discussões e promessas. Nada de concreto aconteceu. Por isso, prefiro não me iludir”, completa Barbosa. Propostas Situado na região conhecida como “Cracolândia”, em virtude das ocorrências envolvendo tráfico de drogas no local, o prédio foi invadido há mais de duas décadas por várias famílias. Os moradores não pagam o IPTU, mas dispõem de ligações precárias para fornecimento de água e luz. O principal problema apontado pelas famílias diz respeito às rachaduras causadas por infiltração. No primeiro pavimento do prédio, uma pilastra deslocada do eixo causa receio aos moradores. “O medo é que o prédio esteja mal sustentado e venha a desabar a qualquer momento”, aponta Maria Aparecida Martins. Conforme o vereador Célio Aleixo, a comissão pretende elaborar diversos relatórios para emitir um parecer “aprofundado” sobre as condições do imóvel. “A intenção é que a comissão conclua estes relatórios antes das reuniões ordinárias”, adianta Aleixo. Se ficar constatado que a construção oferece risco aos moradores, a comissão pedirá a intervenção do Executivo e a remoção das famílias, possivelmente para moradias populares.
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