10 de maio, de 2008 | 00:00

Polícia Civil festeja 200 anos

Ex-delegado faz avaliação positiva da história da corporação na segurança pública

Wôlmer Ezequiel


O delegado Sebastião Rodrigues Costa: Polícia Civil tenta superar alguns problemas de estrutura para garantir segurança
IPATINGA – A Polícia Civil completa 200 anos hoje. Em dois séculos de existência, a corporação tornou-se reconhecida pela gama de trabalhos que presta à população, desde a sua atuação frente às infrações penais, investigação de crimes, até a realização de perícias técnicas, emissão de documentos, entre outras atividades. O então titular da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC), Sebastião Rodrigues Costa, antes de deixar o cargo por aposentadoria fez uma avaliação do trabalho da corporação nestes dois séculos.Na última terça-feira (6), na Câmara Municipal, aconteceu a cerimônia para a transmissão do cargo de chefe da Polícia Civil na região. O cargo de Sebastião Costa foi assumido provisoriamente pelo delegado do 12º Departamento Regional da Polícia Civil, Walter do Rosário Felisberto.EstruturaNa avaliação de Sebastião Costa, questões referentes à estrutura ainda comprometem o trabalho da Polícia Civil, mas ele acredita que, no geral, o saldo da atuação, devido ao afinco, é bastante positivo. “Nestes 200 anos, a Polícia Civil tem sido a polícia científica e judiciária, que cuida das infrações penais, protegendo a vida do cidadão e o patrimônio das pessoas. Temos promovido a elucidação de crimes bárbaros em todo o Brasil. Embora tenhamos equipamentos modernos para trabalhar na investigação, é evidente que ainda enfrentamos problemas de estrutura, em razão de recursos reduzidos em algumas situações. Mas isso não tem inibido nosso trabalho”, enfatizou.Os comentários de que oficiais ou mesmo as corporações da Polícia Militar e Polícia Civil não se relacionam bem são inverídicos, segundo Sebastião Rodrigues Costa. “De instituição para instituição não há desavenças. Como em qualquer agrupamento, o que pode haver é desentendimento entre pessoas. Mas são questões isoladas. Eu, por exemplo, sempre tive ótimo relacionamento com o comando da Polícia Militar no Vale do Aço”, ressaltou o delegado. AutonomiaA Polícia Civil de Minas Gerais está estruturada como órgão autônomo da administração direta desde 2003, quando foi criado o Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS), que reúne as organizações atuantes no campo da segurança pública e defesa do cidadão - a Secretaria de Defesa Social, formada pela Subsecretaria de Administração Penitenciária, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Defensoria Pública e a própria Polícia Civil.O SIDS tem como finalidade a articulação das instituições de segurança visando o trabalho integrado, inclusive com outras organizações públicas e representações da sociedade. Na análise de Sebastião Rodrigues Costa, o sistema tem aprimorado os serviços das polícias no Vale do Aço. “Atualmente, PM, PC, Ministério Público, Judiciário e Corpo de Bombeiros trocam informações uns com outros, reunindo informações importantes para garantir a segurança pública. Assim, se uma pessoa é abordada por qualquer polícia ou agente de segurança, e contra ela tiver um mandado de prisão, a informação estará contida no sistema integrado”, comparou. PC tem atuação intensa com pessoal reduzidoO delegado Sebastião Rodrigues Costa, que acaba de transferir o comando da 1ª DRPC, lembrou que, ao longo de 200 anos, a Polícia Civil tem se destacado pelo volume de serviços prestados à população. Na região, ele avaliou como “considerável” o trabalho prestado anualmente.“Por ano, nós emitimos cerca de 20 mil carteiras de identidade, expedimos cerca de 20 mil transferências de veículos e os certificados de licenciamento para uma frota de 80 mil veículos só em Ipatinga. Também fazemos em média 4 mil exames de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), emitimos em torno de 60 mil atestados de conduta e expedimos cerca de de 2 mil laudos médicos legais, entre outros”, detalhou o delegado. “Todo esse serviço é feito hoje por 10 delegados, 15 escrivães, 63 agentes de polícia, sete peritos e dois auxiliares de necropsia. Mesmo com pessoal reduzido, nos desdobramos para desempenhar todas as tarefas”, completou Sebastião Costa.Dificuldade para reunir provas contra acusadosUma das críticas enfrentadas pela Polícia Civil atualmente está relacionada a elucidação de crimes violentos. O caso mais recente é o assassinato de Isabella Nardoni, de cinco anos, em São Paulo, que ganhou repercussão nacional. No Vale do Aço, o ex-chefe da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (DRPC) Sebastião Rodrigues Costa admitiu que há dificuldades para reunir provas capazes de elucidar alguns crimes. O delegado descartou, entretanto, que falte engajamento no processo de investigação.“Aqui na região, em 70% dos crimes com inquéritos instaurados nós sabemos quem são os autores. O que existe é a dificuldade de se reunir provas para levar os acusados à Justiça”, argumentou. Para o delegado, a autuação em flagrante é uma “obrigação” no Vale do Aço. “Aqui nós procuramos fazer um trabalho eficiente. Não deixamos de autuar ninguém em flagrante quando há amparo legal”, garantiu Sebastião Costa.
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