10 de maio, de 2008 | 00:00

Confirmado apenas um caso de dengue hemorrágica na região

Bióloga da GRS descarta vírus tipo 4 no Brasil e pede calma à população

Roberto Bertozi


A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da GRS, Cristiane Machado, ao lado de Anchieta Pogialli, espera maior mobilização da sociedade
FABRICIANO – A Gerência Regional de Saúde (GRS) em Coronel Fabriciano afirmou ontem, em coletiva de imprensa, que existe confirmado apenas um caso de dengue hemorrágica no Vale do Aço. Conforme Cristiane de Cássia Soares Machado, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da GRS, o único caso de febre de dengue hemorrágica foi de uma criança em São João do Oriente, em fevereiro último. Os outros 13 casos notificados ainda estão sob análise.No caso da menina Júlia Soares Alves, 5, e Washington Faria, 36, não há nada que confirme a morte deles por dengue hemorrágica. “A Fundação Ezequiel Dias (Funed) está analisando todos os casos da região e ainda não há nada que comprove”, afirma Cristina Machado. Ela afirma também que, por mais que os laudos técnicos dos médicos comprovem dengue hemorrágica em alguns casos, a GRS vai aguardar o parecer da Funed para se manifestar.De acordo com a Gerência Regional de Saúde, dos 13 casos em processo de análise, oito são de Coronel Fabriciano, três de Ipatinga, e um caso nas cidades de Timóteo e Belo Oriente. Em relação ao número de casos de dengue na região, Ipatinga lidera, com 1.117 notificados. Coronel Fabriciano aparece com 533 e Timóteo com 382. Os números fazem referência ao período de janeiro deste ano à primeira semana de maio. “O acompanhamento dos índices é feito semanalmente”, revela Anchieta Pogialli, gerente da GRS.AlarmeDe acordo com a Gerência Regional de Saúde não há motivo para alarme na população. “Na verdade é preciso que as pessoas se mobilizem, olhem as casas, conversem com os vizinhos e procurem se informar sobre as formas de conter a infestação. É preciso fazer alguma coisa, sem paralisações. O período de verão e de chuvas é propício para o mosquito da dengue, mas durante o restante do ano é preciso manter as ações preventivas”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica.Sobre a declaração do médico e diretor do Hospital Siderúrgica, em Coronel Fabriciano, Marcos Vinicius Bizarro, de que existe vírus tipo 4 na região, a GRS, ao mesmo tempo em que desmente essa informação, espera mais cuidado ao fazer análises dessa natureza.“Existem quatro tipos de dengue (1, 2, 3 e 4), mas até o presente momento não há notificação da introdução do sorotipo 4 no Brasil. Este sorotipo está presente na Guatemala, Venezuela, Colômbia, Porto Rico, Caribe, Equador, Honduras e Peru, mas há todo um trabalho de proteção nas fronteiras para evitar que o vírus se manifeste no Brasil”, explica. “Em Minas Gerais já foi identificada a circulação dos vírus 1, 2 e 3, sendo este último introduzido no ano de 2002”, acrescenta.SimõesMédico formado na UFMG em 1975, especialista em obstetrícia e em medicina legal, o prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (PT), reafirma que a dengue deve ser tratada com mais responsabilidade por alguns “colegas” que atuam na rede pública. Conforme Simões, falta competência para tratar um assunto de extrema importância e preocupação geral. “Quem é diplomado em Medicina sabe o que eu falo. Os conceitos da profissão transmitidos numa faculdade conceituada são suficientes para um médico detectar a febre hemorrágica de dengue e saber diferenciá-la de uma febre comum ou virose. É preciso mais responsabilidade”, critica o prefeito.Roberto Bertozi
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