16 de abril, de 2008 | 00:00

Participação popular é fundamental

Videoconferência reforça a mobilização de Minas contra a dengue

Fotos: Wôlmer Ezequiel


Profissionais da saúde acompanharam ontem videoconferência com o secretário de Estado da Saúde, na sede da GRS
FABRICIANO – Profissionais da saúde e integrantes da Gerência Regional da Saúde (GRS), no bairro Bom Jesus, participaram na tarde de ontem de uma videoconferência com o secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana. A finalidade era criar o Dia de Minas Contra a Dengue. Conforme Ana Paula Fraga, suplente da coordenadora da Vigilância Epidemiológica da GRS (Cristiane de Cássia), embora a terça-feira, 15, tenha sido um marco para a mobilização no combate à dengue no Estado, a proposta é que cada município crie o seu dia “D”. “A videoconferência é justamente para sugerir a união de todos na luta contra a dengue. Nesta batalha, a principal arma é a população. Cada cidadão tem que vigiar o quintal do outro e se orientarem quanto ao perigo de sujeiras em locais propícios ao desenvolvimento da dengue”, disse Ana Paula. Conforme Marcus Pestana, os municípios precisam redobrar a vigilância, haja vista que o risco de epidemia da dengue nesta época do ano é uma realidade. Sobre a ação do governo estadual, Pestana afirmou que o pontapé inicial do Dia de Minas contra a Dengue é a prevenção, com a veiculação de muita informação e incentivo à mobilização popular.“A dengue é complexa e seu efeito é múltiplo, atingindo diversos setores. Enquanto não se desenvolve uma vacina para o tratamento da doença, não há muito o que fazer. Em resumo, o governo irá agir na prevenção, valendo-se da comunicação social para disseminar informações sobre como combater satisfatoriamente a proliferação da dengue. Também vamos incentivar a mobilização comunitária. A população será nossa parceira para desativar os focos de dengue e eliminar o mosquito vetor da doença”, destacou Pestana. RegiãoA GRS - responsável por 33 municípios no calor metropolitano do Vale do Aço - admite que está em alerta, levando em conta que o risco de epidemia de dengue não está descartado, especialmente nos municípios onde há maior notificação de casos da doença. No boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), semana passada, Coronel Fabriciano aparece em segundo lugar no Levantamento Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), com 7,2% de notificações. Em primeiro aparece o município de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, com 9,9% de infestação; e Governador Valadares, com 6%, está em terceiro lugar. Dados da SES comprovam que, em 2008, já são mais de 13 mil notificações de casos de dengue em Minas Gerais. Apesar de o relatório da SES apontar Fabriciano como o município mais problemático em relação ao LIRAa até o momento, dados divulgados pela GRS na segunda-feira, 14, colocam Ipatinga como a cidade da região com maior incidência de casos de dengue, com um total de 137 notificações na última semana. Em seguida aparecem Fabriciano (97), Timóteo (61), Ipaba (28) e Pingo D’Água (14). “Estes cinco municípios estão em estado de alerta e temos dado uma atenção especial a eles. Toda segunda-feira nos chega um relatório acusando o número de notificações de dengue na região”, informa Ana Paula Fraga.

Ana Paula informa que cinco municípios na região estão em estado de alerta contra a dengue
UBVDe acordo com Ana Paula Fraga, a GRS possui apenas dois carros UBV (nome científico dado ao fumacê pesado) para atender os 33 municípios da regional. Em tempos de surto de dengue, como agora, a atenção se volta aos municípios onde há mais notificações. “Hoje (ontem) os UBVs vão atuar em São João do Oriente, Ipaba, Pingo D’Água e Timóteo.Amanhã (hoje) estarão em Fabriciano e Ipatinga”, afirma Ana Paula. “Pedimos à população que durante a passagem do carro abra a janela, para que o inseticida possa entrar e matar o mosquito da dengue. A fumaça não é nociva ao ser humano, exceto em quem possui alergia”, orienta a suplente da Vigilância Epidemiológica da GRS. Simões diz que 80% dos focos de dengue estão em residênciasO prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (PT), disse que a sua administração tem se esforçado para combater a proliferação da dengue. Ele admite que o município é um dos mais afetados pela doença em Minas Gerais até o momento, conforme relatório da Secretaria de Estado da Saúde, mas ressaltou que não há motivos para alarme, por enquanto. “Em 2007, o LIRAa (Levantamento Rápido de Aedes aegypti) chegou a 10%. Este ano, está em torno de 7%. Sabemos que o percentual preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a dengue é de 1%. Mas ainda não estamos próximos de uma realidade de epidemia em Fabriciano”, comenta Simões. “A Prefeitura tem trabalhado diuturnamente, limpando lotes vagos, acabando com poças de água parada e, recentemente, contratamos cerca de 30 agentes sanitários, para somar com os que já estavam trabalhando com afinco no combate à dengue”, afirma o prefeito. Segundo Chico Simões, a maior parte dos focos de dengue em Fabriciano está nas casas. “Tenho convicção de que 80% dos focos de dengue estão dentro das residências particulares. A maioria das pessoas sabe como se combate o Aedes aegypti, mas muitos não fazem a sua parte. Além disso, é possível notar que na cidade há dezenas de lotes e quintais invadidos pela sujeira, facilitando a proliferação da dengue. Isso quer dizer que, mesmo se a administração pública fizer 100% a sua parte, de nada irá adiantar se cada cidadão não fizer a sua”, avalia.
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