16 de abril, de 2008 | 00:00

Greve da Receita completa 30 dias

Paralisação não afeta atendimento na Regional de Coronel Fabriciano

FABRICIANO – Apesar da ameaça do governo de cortar salários, os auditores fiscais da Receita Federal decidiram manter a greve que completa um mês. Em assembléias realizadas em todo o país, 79% da categoria optou por continuar de braços cruzados. Em relação à prestação de serviço, o contribuinte se sente mais prejudicado em zonas portuárias, aeroportos e em negociações de exportação e importação de bens e produtos.No Vale do Aço, na Delegacia Regional da Receita Federal, localizada em Coronel Fabriciano, a greve dos auditores não tem afetado a prestação de serviço. De acordo com o delegado da Receita, Fábio Moreira Ribeiro, as análises de processos de restituição e compensação ocorrem de maneira normal. “Além do mais, estamos funcionando com mais de 70% do efetivo, quando o mínimo exigido é de 30%”, diz. “A declaração de pessoas físicas também funciona sem problemas”, acrescenta.Em relação à greve dos auditores fiscais, a falta de entendimento com o Governo é apontada pelo delegado como a principal causa da paralisação. Conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), “é preferível ficar sem salário que aceitar o descaso do governo”.Para o delegado da Receita em Fabriciano, a paralisação vai muito além de questões salariais. Ontem, o Ministério do Planejamento se reuniu com entidades representativas da Unafisco a fim de discutir, novamente, a negociação da campanha salarial.ContribuiçãoOs contribuintes têm menos de 15 dias para enviar a declaração de imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2008, ano-base 2007. O prazo termina no próximo dia 30. A Receita Federal do Brasil recebeu até ontem, em todo o país, 9,3 milhões de declarações. Em Minas Gerais foram recebidos 866 mil documentos, o que representa apenas 37% do total esperado.“Na jurisdição da delegacia regional em Fabriciano foram recebidas 30.329 declarações, 40,72% do total esperado”, explica Fábio Moreira.A delegacia abrange os municípios de Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Dionísio, Ipatinga, Jaguaraçu, Joanésia, Marliéria, Mesquita, Santana do Paraíso e Timóteo.A estimativa é que em Minas 2,3 milhões de contribuintes entreguem a declaração exigida de quem teve rendimento tributável superior a R$ 15.764,28 em 2007.Ipatinga conta com maior número de contribuintesDe aproximadamente 75 mil contribuintes em todas as dez cidades que compõem a Delegacia Regional da Receita Federal do Brasil, 41.577 são de Ipatinga, município que detém o maior número de pessoas obrigadas a declarar o imposto de renda. “Ainda faltam quase 25 mil pessoas para declarar”, explica Fábio Moreira Ribeiro, delegado regional da Receita.Em seguida, aparece Coronel Fabriciano com o maior número de contribuintes, 16.062. Na seqüência, vem Timóteo (13.565). As outras cidades aparecem com menos de mil contribuintes.As formas de apresentação da declaração são pela internet, com o programa IRPF 2008 que pode ser baixado; em disquete, nas agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; ou através de formulários, nas agências dos Correios (preço da postagem R$ 3,50).“Alertamos as pessoas para que não deixem para declarar naa última hora. Apesar de o sistema ter a capacidade de receber 3 milhões de documentos por dia, o contribuinte pode enfrentar problemas de congestionamento”, explica Fábio Moreira. A multa mínima para quem não declarar até o prazo é de R$ 165,74 e máxima de 20% do imposto devido. Roberto Bertozi