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15 de abril, de 2008 | 00:00

Para entrar nos trilhos

Comissão quer solução negociada para terceira linha férrea em Ipatinga

Wôlmer Ezequiel


No entendimento da comunidade, os moradores da rua Flamengo seriam os principais prejudicados com o barulho das locomotivas
IPATINGA – Hoje, os vereadores Altair Vilar (PSB), Lauro Botelho (PMDB) e Célio Aleixo (PMDB), integrantes da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente da Câmara, se reúnem para estudar a viabilidade do Legislativo contratar uma empresa para avaliar os possíveis impactos causados pela construção da terceira linha férrea. No último dia 4, num encontro entre a comissão, uma equipe técnica da Vale e representantes da Associação de Moradores do bairro Vila Ipanema - onde os impactos seriam maiores -, a empresa se comprometeu a atender diversas reivindicações da comunidade.Os moradores solicitaram que a Vale tomasse providências para minimizar os impactos da terceira linha, que irá atender as demandas da expansão da Usiminas. A obra terá cerca de 10 quilômetros de extensão, entre o aeroporto e o Shopping do Vale do Aço. O projeto prevê sua construção ao lado das duas linhas já existentes, ficando mais próxima ao muro que as separa das ruas e avenidas ao longo do trecho.GarantidosEntre as medidas já asseguradas pela empresa, estão a construção de duas galerias para escoamento de água do ribeirão Ipanema e a reforma da estação ferroviária de Ipatinga, no sentido de modernizar a estrutura para os usuários. A empresa também se comprometeu em aumentar a altura do muro que separa a rua Flamengo, no Vila Ipanema, da ferrovia, para amenizar o barulho provocado pelas máquinas e vagões. O investimento previsto para atender essa demanda é calculado em R$ 450 mil. O muro passaria a ter três metros de altura, e sua extensão subiria de 800 metros para 1.000 metros.Conforme o presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara, vereador Célio Aleixo, a Vale também assumiu o compromisso de estudar se as rachaduras de várias residências do Vila Ipanema foram causadas pela trepidação nos trilhos. A empresa irá contratar engenheiros especializados para fazer um estudo em 13 casas, apresentando posteriormente um laudo. “Se for confirmado que as rachaduras foram causadas pela trepidação, a Vale garantiu que vai arcar com os prejuízos”, informou. Para o vereador, no entanto, é necessário avaliar os impactos em outras esferas, como por exemplo o nível de decibéis que será provocado pela nova ferrovia.EscolaApós a reunião do dia 4, a Vale ficou de estudar uma das principais reivindicações da comunidade, que é a construção de quatro novas salas de aula na Escola Estadual João Walmick. Como está localizada na rua Flamengo, próxima das linhas férreas, a unidade de ensino é prejudicada pelo barulho das locomotivas que passam a cada 15 minutos. Apesar de a Vale ter se comprometido a destinar R$ 30 mil para a reposição de vidros que estariam quebrados por causa das trepidações, a diretoria da escola afirma que a ajuda não é suficiente para atender as necessidades mais prementes.Conforme a diretora da Escola João Walmick, Maria Aparecida Salles, os professores ficam afônicos porque precisam falar alto para serem ouvidos em meio ao barulho dos trens, e as salas estão sem estrutura adequada para receber a demanda crescente de alunos. Além da construção de mais salas, foi sugerido que a Vale negociasse a possibilidade de mudança da escola para outro local do bairro, menos afetado pelo barulho das locomotivas. Em reunião com o superintendente-geral da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, na última quinta-feira (10), a comissão da Câmara sugeriu que a empresa cedesse uma área de sua propriedade, anexa ao campo de futebol do Ipanema Esporte Clube, para abrigar a escola. Atualmente, a unidade está localizada em um terreno de 2.700 metros quadrados e, caso a siderúrgica aceite a proposta, a nova sede seria construída numa área de 3.600 metros quadrados, algo equivalente a 10 lotes.DefiniçãoA comissão da Câmara espera que a Vale e a Usiminas se posicionem sobre o assunto nas próximas semanas. A expectativa é que a solução para o problema da Escola Estadual João Walmick seja resolvido em conjunto pelas empresas, com a participação da administração municipal. “Sabemos que a Vale dispõe de todas as licenças para dar início às obras. No entanto, a Câmara vai acompanhar todo o processo acordado pela empresa junto aos moradores. Queremos evitar ter que acionar os meios judiciais para resolver as pendências entre a comunidade e a empresa”, finalizou o vereador Célio Aleixo.
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