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15 de abril, de 2008 | 00:00

Estado de alerta contra a dengue

Médico confirma que garota de cinco anos morreu de dengue hemorrágica

Fotos: Wôlmer Ezequiel


Luiz Calazans confirmou resultado de exame indicando que Pietra morreu vítima de dengue hemorrágica
IPATINGA – O aumento dos casos de dengue na região tem preocupado a população, principalmente depois da morte de Pietra Drumond de Oliveira, de cinco anos, vítima de dengue hemorrágica. A garota faleceu na última quinta-feira, 10, no Hospital Márcio Cunha, após sofrer pelo menos três paradas cardíacas. O médico pediatra Luiz Eduardo Calazans, que atendeu Pietra às vésperas do seu falecimento, disse ontem ao DIÁRIO DO AÇO que o resultado de exame feito pelo Hospital Márcio Cunha (HMC) deu positivo, indicando que Pietra morreu em função de dengue hemorrágica.“Na sexta-feira (11) o quadro clínico, apoiado pelos exames laboratoriais, indicava que a causa da morte foi dengue hemorrágica”, informou Luiz Calazans, lembrando os esforços da equipe médica do HMC na tentativa de salvar a garota. “Cerca de 10 médicos se concentraram na tentativa de salvar a vida de Pietra. A menina chegou a passar por cinco transfusões de sangue, haja vista que ela sangrava muito”, comenta o pediatra. Conforme Luiz Calazans, não há motivos para alarme por parte da população. Ele reconhece que o número de pessoas infectadas por dengue tem crescido na região, mas os casos de dengue hemorrágica são raros. “A dengue hemorrágica ocorre em menos de 1% dos casos de dengue. Não está havendo epidemia de dengue em Ipatinga. O que precisa é conscientização por parte da população, para eliminar possíveis focos de dengue, e constante trabalho de prevenção por parte da Prefeitura”, observa. Na avaliação de Luiz Calazans, o forte calor, característico deste período do ano, favorece a proliferação da dengue. Porém, outras doenças têm causado lotação nas unidades de saúde, hospitais e pronto-socorros. “Há uma preocupação das autoridades para que a população não se alarme, pois os pontos de atendimento médico na cidade estão sobrecarregados. Isso tem acontecido porque está havendo surto de doenças viróticas, como a diarréia e a gripe, que têm alguns sintomas semelhantes ao da dengue”, afirma. O que é a doença?Luiz Eduardo Calazans explica que a dengue hemorrágica é o estágio mais perigoso da doença transmitida pelo mosquito “Aedes aegypti”. Embora não seja letal, a doença pode levar à morte devido a fortes reações do organismo, principalmente em crianças, ainda mais frágeis. “A dengue hemorrágica é uma reação imunológica que ocorre com algumas pessoas. Neste caso, o próprio organismo começa a atacar a doença, mas às vezes a reação é tão forte que causa sangramento, devido à queda de plaquetas, podendo levar à morte”, esclarece.

Com sintomas de dengue, Daiane aguardava atendimento no Pronto Socorro Municipal
SuperlotaçãoNa tarde de ontem, muitas pessoas esperavam por atendimento no Pronto Socorro Municipal. O DIÁRIO DO AÇO esteve no local e percebeu que muitos reclamavam de suspeita de dengue. É o caso de Odete Barbiere Ferreira, 38 anos, que acompanhava a filha Daiane Silva Barbiere, que estava sentindo os sintomas de dengue. “Minha filha está com dor nas costas, na cabeça, nos olhos, nas pernas e com muita febre. Ele deve estar mesmo com dengue. Percebo que muita gente que veio hoje (ontem) reclama que pode estar com dengue também”, comentou Odete. GRS espera aumento dos focos de dengueO período pós-chuva tem sido o principal motivo do aumento no número de casos de dengue na região, conforme o diretor da Gerência Regional de Saúde (GRS), Anchieta Poggiali. Segundo ele, os municípios entenderam rapidamente a necessidade de prevenção e estão fazendo a sua parte. “A realidade é que estamos esperando que haja aumento dos focos de dengue na região. Até a aproximação do frio, o período é propício à proliferação da dengue, mas estamos atentos. O Vale do Aço é uma região endêmica, onde os municípios estão em estado de alerta e fazendo campanhas de prevenção junto à população. Todos têm que fazer a sua parte”, enfatiza Poggiali. Saúde Coletiva reforça atuaçãoNo início da noite de ontem, o diretor do Departamento de Saúde Coletiva de Ipatinga, Barôncio Cabral, recebeu a imprensa para explicar como tem sido a atuação da Prefeitura na prevenção e combate à dengue. Ele também comentou a morte de Pietra Drumond de Oliveira, de cinco anos, vítima de dengue hemorrágica. “Foi confirmado pelo laboratório do Hospital Márcio Cunha que a Pietra morreu por dengue hemorrágica. Diante disso, intensificamos a prevenção contra a doença no Bethânia, onde a garota morava, especialmente nas proximidades da sua casa. Mas os agentes sanitários já estavam trabalhando neste local há mais tempo”, afirma.O bairro de Ipatinga com maior número de casos de dengue desde janeiro é o Limoeiro, com 158 registros, seguido por Veneza (48), Bethânia (36), Barra Alegre (31), Esperança (31) e Jardim Panorama (31). Segundo Barôncio Cabral, a PMI tomou medidas importantes para conter o avanço da dengue. “Depois que a justiça nos autorizou, contratamos mais agentes sanitários para trabalhar de maneira intensa. Eram 52 agentes e agora são 111. Os recém-contratados foram treinados hoje (ontem) o dia inteiro. Também estamos realizando o bloqueio vetorial, que consiste na ação de agentes sanitários com fumacê portátil em locais onde há notificação de foco de dengue. O bloqueio é feito a partir de 24 horas após a notificação”, informa. Barôncio lembra, ainda, que a Prefeitura tem ampliado a capacitação dos cerca de 250 agentes sanitários do município. Outra medida tem sido a promoção da educação aliada à saúde, em que líderes comunitários, associações de bairro, diretores de escola, professores e comissões locais de saúde têm sido parceiros na prevenção à dengue. A atuação dos fumacês pesados (por meio de automóveis) também tem sido intensa.Bruno Jackson
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