12 de abril, de 2008 | 00:00

Tucanos explicam troca de ninho

Testemunhas tentam livrar Lauro Botelho da cassação por infidelidade

Wôlmer Ezequiel


Lauro: saída do PSDB por causa da desestruturação do partido
IPATINGA – Um discreto movimento em frente à sala da juíza da 131ª Zona Eleitoral na Comarca de Ipatinga, Maria Aparecida de Oliveira Grossi, marcou o depoimento das testemunhas arroladas pelo vereador Lauro Botelho, que se defende de um processo de perda de mandato por infidelidade partidária. Para testemunhar a favor do vereador, foram à Justiça Eleitoral a vice-prefeita de Ipatinga, Mariza Gravina, e o ex-dirigente do PSDB, Ilton Câmara. A audiência de ontem foi determinada pelo juiz relator do caso no Tribunal Regional Eleitoral, Gutemberg da Mota e Silva.Acompanhado da filha, a advogada Lúcia Amaral Botelho, Lauro manifestou a convicção de que as testemunhas saberiam explicar as razões de suas saídas do partido tucano. A exemplo do que ocorreu com o vereador, Mariza e Ilton também deixaram as fileiras do PSDB para se filiarem a outras legendas. Gravina foi para o PV, Ilton Câmara para o PRTB e Lauro Botelho para o PMDB. “Saíram mais de mil filiados do PSDB. Houve mudança na estrutura do partido, não havia como sustentar essa situação e, inclusive, o presidente do partido pediu que eu saísse”, alegou o vereador. A vice-prefeita, Mariza Gravina, evitou falar sobre a defesa que fez de Lauro Botelho, acrescentando que, no seu caso, o desligamento do PSDB deu-se em setembro de 2007, por causa de diversas irregularidades internas. “Faltava um diretório que resolvesse as questões. Além disso, o meu espaço dentro do PSDB estava muito limitado. Entendi que o partido não queria minha presença”, disse a vice-prefeita. Mariza confirmou que é pré-candidata a vereadora pelo PV.O contabilista Otarcízio José Dutra, autor do pedido de perda de mandato contra Lauro Botelho, acompanhou a audiência, mas sem se pronunciar. Segundo o relator do processo, juiz Gutemberg da Mota e Silva, o suplente apresentou a relação de testemunhas fora do prazo regimental. “Não acredito que isso vá prejudicar a ação”, resume Otarcízio.EntendaO pedido de decretação da perda de cargo eletivo contra Lauro Botelho, acusado de desfiliação partidária sem justa causa, foi movido pelo suplente do PSDB, Otarcízio José Dutra, com base na Resolução 22.610/07 do Tribunal Superior Eleitoral, que entendeu ser passível de cassação o político que trocou de partido após 27 de março de 2007, sem uma causa justa. Considera-se justa causa a incorporação ou fusão do partido; a criação de novo partido; a mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e grave discriminação pessoal.Ainda em Ipatinga, o vereador Altair Vilar é alvo de um processo da mesma natureza, já concluído e à espera de julgamento pela Corte Eleitoral Mineira. Altair foi acusado de infidelidade partidária ao deixar o PT e filiar-se ao PSB. A sua vaga na Câmara de Ipatinga foi pedida pelo Partido dos Trabalhadores. Caso Vilar seja cassado, assumirá o primeiro suplente do PT, o ex-vereador Sebastião Guedes.
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