12 de abril, de 2008 | 00:00

Empresa suspeita nega fraudes

Grupo SIM é investigado na Operação Pasárgada, que apura desvios no FPM

TIMÓTEO - Uma empresa que presta assessoria para municípios da região também é investigada pela Operação Pasárgada, desencadeada esta semana pela Polícia Federal. Ela é suspeita de atuar como mediadora no esquema de desvios de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para várias prefeituras.Na quarta-feira (9), ao mesmo tempo que 14 prefeitos mineiros eram presos, entre eles Geraldo Nascimento (PT), de Timóteo, além de terem documentos em suas residências e gabinetes apreendidos, a PF também agiu no Grupo SIM, Instituto de Gestão Fiscal, com sede na avenida Prudente de Morais, bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte. Na ocasião, foi preso o vice-presidente do grupo, Sinval Drumond Andrade, ex-secretário de Fazenda de Timóteo, no primeiro mandato do governo Geraldo Nascimento, iniciado em 1988. Atualmente, sua família ainda mora no município. Durante a operação, os policiais apreenderam computadores da empresa que presta assessoria para mais de 300 municípios em todo o país. Segundo a assessoria da PF, o SIM era responsável por fornecer ao lobista Paulo Sobrinho de Sá Cruz, o “Paulinho da Status”, a relação das administrações municipais em dívida com o INSS. Com a relação, ainda segundo a PF, o assédio era facilitado e, por meio de Paulinho, o advogado Valzemir José Duarte, vereador de Açucena, vendia os “pacotes completos”, que envolviam liminares favoráveis para que os municípios tivessem desbloqueadas verbas federais retidas para pagar dívidas com o INSS.Segundo a Polícia Federal, o esquema liberou dinheiro para vários municípios, causando um prejuízo inicialmente estimado em mais de R$ 200 milhões, nos últimos três anos. O advogado Valzemir Duarte, também preso pela PF, atuava em 59 cidades. Por causa da irregularidade, até ontem à tarde 17 prefeitos estavam entre as mais de 50 pessoas presas pela Operação Pasárgada. DefesaEm nota encaminhada ao DIÁRIO DO AÇO na tarde de ontem, a assessoria de imprensa do Grupo SIM, em Belo Horizonte, atribuiu o envolvimento da empresa na Operação Pasárgada “apenas pelo fato de prestar assessoria para os municípios de Timóteo e Juiz de Fora”, ambos investigados pela Polícia Federal. O grupo confirma a apreensão de equipamentos, a prisão do vice-presidente Sinval Drumond Andrade e conclui: “O Grupo SIM não tem qualquer relação com as denúncias em apuração pela PF”.Já em Açucena, o presidente da Câmara Municipal, Idemir Barbosa (PTB), disse estar à espera de informações oficiais para que sejam tomadas providências em relação ao vereador Valzemir Duarte, eleito pelo PP em 2004. No primeiro ano do mandato, em 2005, Valzemir foi eleito presidente do Legislativo em Açucena. O atual presidente confirmou que o vereador detido tem familiares em Aramirim, distrito de Açucena, acrescentando que foi surpreendido pela prisão do colega de Câmara. “Mas, enquanto não houver conclusão, não poderemos fazer nada”, finalizou Idemir Barbosa.