13 de março, de 2008 | 00:00

Venda de produtos religiosos cresce 40% na Semana Santa

Wôlmer Ezequiel


Zunara Jacob: “Imagens são comercializadas com mais freqüência na Semana Santa”
IPATINGA – Tempo de penitência e oração, a Semana Santa, que tem início no Domingo de Ramos (16) e segue até a Páscoa (23), revive o sofrimento de Jesus Cristo nos últimos dias de vida e a importância para os católicos da manifestação do silêncio e da partilha.Por outro lado, os dias que antecedem a Semana também são marcados pelo aumento nas vendas de produtos religiosos. Em Ipatinga, a comercialização durante esse período tem apresentado ao longo dos últimos cinco anos crescimento de até 40% em algumas lojas. “É uma época em que as pessoas estão mais sensíveis e fazem questão de carregar com elas imagens, crucifixos, velas, dentre outros artigos. Por isso acontece esse aumento que normalmente varia de 30% a 40% ano a ano”, diz Simone Anício, proprietária da Reluz, na rua Barbacena, Centro de Ipatinga.Conforme a comerciante, os produtos com mais saída são os livros de novena e velas de sete dias. “Por se tratar de um período de muita oração, as pessoas habitualmente fazem reuniões de grupos, novenas, procissões”, acredita Simone Anício.Já na loja Artigos Religiosos Zunara Jacob, localizada na rua Estados Unidos, bairro Cariru, a expectativa é que as vendas cresçam em média 40%, a exemplo dos últimos anos. Segundo a gerente Zunara Jacob Barros da Silva, como o preço dos artigos é acessível, há facilidade em adquiri-los especialmente em época de Semana Santa. “Por mais que as lojas dos bairros tenham mais dificuldade que as do Centro, ainda assim conseguimos sobreviver com as vendas ao longo do ano. No mais, a Semana Santa se torna mais especial que outras datas devido à importância que ela tem no calendário cristão”, ressalta Zunara.Conforme as comerciantes, a Semana Santa só perde em vendas para o Natal, período em que a tradição de presentear também passa pelas lojas de artigos religiosos. Na loja de Zunara Jacob, por exemplo, durante a Quaresma vendem-se mais crucifixos, escapulários, terços e imagens do que em outros períodos. “Já no Natal, é comum alguém presentear um amigo ou parente com livros, bíblias e CDs musicais”, destaca. Com isso, segundo ela, as vendas em dezembro aumentam em mais de 70%.EventosEm Ipatinga, dois eventos católicos de grande repercussão se destacam no calendário. No carnaval, há 17 anos, o Anunciai celebra a data dentro de um contexto diferente, valorizando o lado sagrado da principal festa popular do Brasil. No mês de julho acontece o Louvai, organizado pela Renovação Carismática Católica e que em 2008 chega à 20ª edição.Em relação à venda de artigos religiosos nesses eventos, Simone Anício explica que é menor devido á concorrência. “No Louvai, por exemplo, são muitas barracas comercializando as mesmas coisas, e sabemos que com a oferta grande a procura para uns ou para outros acaba diminuindo”, sintetiza.Já no Anunciai, de acordo com Zunara Jacob, as comemorações, os shows e as celebrações acabam tirando o foco da comercialização de produtos religiosos. “Mesmo assim, as vendas são boas”, frisa a comerciante.São JoséAs imagens de santos ou mártires têm preços bastante em conta e saem com freqüência. Conforme Zunara Jacob, é comum a comercialização da imagem de Nossa Senhora das Dores durante o período da Quaresma. Outra imagem que deve atrair os católicos é a de São José, já que no dia 19 de março será celebrada a data dedicada ao pai terreno de Jesus Cristo. “Uma imagem de 30 centímetros fica em média por R$ 33. Mas o preço pode variar de acordo com o tamanho e estilos”, pontua.Imagens relembram importância dos trabalhos de religiosos “Não existe adoração a santo, a imagens”, explica o padre Geraldo Ildeo Franco, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Ele diz que os católicos são comumente acusados de adorar imagens e santos. “Em nossa Igreja não há a adoração de imagens. O católico venera os santos e existe uma diferença muito grande entre adoração e veneração”, frisa.Segundo ele, adorar significa prestar culto a alguém, e os católicos só adoram a Deus. Já o termo venerar está atribuído a fazer memória, ter grande respeito por alguém. “É o mesmo que uma pessoa ter uma foto da mãe guardada na carteira. Temos admiração e respeito pela foto e sempre que a vemos lembramos de uma pessoa boa”, diz o padre.Padre Ildeo ressalta ainda o fato de muita gente distorcer o termo e fazer associações errôneas entre venerar a adorar.Em relação ao Santíssimo Sacramento, explica o pároco, há a adoração ao próprio corpo de Cristo, que acontece em relação ao santo sacrifício da missa; o pão se transforma no corpo de Cristo e o vinho se transforma no sangue. Sobre as imagens, como no passado não havia máquinas fotográficas, as pessoas recordavam das outras a partir da reprodução de objetos, como desenhos, estátuas e imagens.Roberto Bertozi
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