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13 de março, de 2008 | 00:00

Conservação e uso sustentável

Cartilha da APA-Ipanema busca incentivar a preservação ambiental

Divulgação


Autoridades e representantes de empresas e entidades durante a solenidade: expectativa de disseminar a legislação nas localidades da APA
IPATINGA - Mais de 10 anos após a aprovação da Lei 1535, de 26 de outubro de 1997, que criou a Área de Proteção Ambiental Ipanema (APA-Ipanema), a preservação da bacia hidrográfica do Ribeirão Ipanema ganha um instrumento importante para que a legislação seja conhecida pelas comunidades rurais onde a área está inserida. Na manhã de ontem, o Unileste-MG e a Associação de Proteção Ambiental da Bacia do Ribeirão Ipanema (Apabri) promoveram o lançamento da “Cartilha de Legislação Ambiental APA-Ipanema”, em evento realizado no Teatro João Paulo II. Produzida com o apoio de várias empresas da região, como Cenibra, Autotrans, Usiminas, Vital Engenharia, e a Prefeitura de Ipatinga, a cartilha apresenta, em 26 páginas, conteúdo relativo às unidades de conservação e uso sustentável da APA-Ipanema, mapas das localidades e sua legislação específica. O material também especifica quais são os crimes ambientais contra a fauna e a flora, as modalidades de outorga para uso das águas, e cuidados ao utilizar agrotóxicos e ao promover queimadas. Conforme a Lei 1535, a APA-Ipanema comporta uma área de 74 quilômetros quadrados e está presente nas comunidades rurais do Ipanemão, Ipaneminha, Tribuna, Morro Escuro, Córrego dos Lúcios, Taúbas, Pedra Branca e Barra Alegre. Conforme os organizadores do material, a cartilha terá tiragem inicial de 3 mil exemplares. Segundo a historiadora Geicibel Araújo Costa, a cartilha será distribuída entre empreendedores que atuam na APA e para as comunidades rurais. “Procuramos desenvolver um instrumento de orientação e informação não só para este público, mas também para todo o segmento relacionado à temática ambiental do município de Ipatinga e seu entorno. Não iremos simplesmente distribuir este material. A publicação da cartilha é apenas um primeiro passo para disseminar a responsabilidade socioambiental na APA-Ipanema”, disse a historiadora, que organizou o conteúdo da cartilha junto ao geógrafo Alessandro de Sá.Conforme Geicibel Costa, o próximo passo é a realização de oficinas em todas as comunidades rurais, ministradas por uma equipe multidisciplinar coordenada pelo Projeto Portal da Mata Atlântica. Apesar de o conteúdo ser sucinto e utilizar linguagem clara e direta, os organizadores acreditam que a cartilha terá de ser explicada em linguagem mais simplificada. “Pode haver casos de moradores analfabetos ou que não saibam interpretar as informações. Assim, as oficinas também serão importantes no sentido de levar as informações de maneira ainda mais clara e direta ao público”, explicou a historiadora.Desinformação Além da distribuição entre membros da comunidade e empreendedores, outro alvo da cartilha são os estudantes que visitam o Centro de Educação Ambiental (CEA), localizado no povoado de Tribuna. Na avaliação do tenente da Polícia Ambiental, César Freitas, o objetivo é fazer com que as novas gerações tenham consciência da importância da APA-Ipanema para o município. “Esta cartilha irá ser um somatório de parte das ações desenvolvidas pela Polícia Ambiental, cuja atuação não se restringe somente a repreender os infratores, mas também a educar”, disse. Na avaliação do presidente da Apabri, o agricultor José Zacarias, muitos dos moradores das comunidades rurais que compõem a APA-Ipanema desconhecem que estão inseridos em uma área de proteção ambiental. Conforme Zacarias, que também coordena o CEA, a desinformação pode ser associada ao uso indevido do solo, às construções em Áreas de Preservação Permanente (APP) e ao desmatamento de várias localidades inseridas na APA.“São irregularidades comuns, praticadas por pessoas que desconhecem a legislação referente à APA-Ipanema. Com a cartilha, pretendemos fazer a integração dos moradores das áreas rurais e urbanas juntamente com a APA-Ipanema. Para chegarmos até a publicação dessa cartilha, foram gastos seis anos para captarmos recursos e conseguir patrocínio. Esperamos passar a ter um maior controle ambiental da APA-Ipanema seguindo o preceito de que é necessário conscientizar, não punir”, afirma Zacarias.Forte pressão imobiliáriaDurante a solenidade de lançamento da cartilha, o promotor de Meio Ambiente Walter de Freitas Júnior informou ao público que a APA-Ipanema representa cerca de 49% do território do município. Neste sentido, Freitas alertou que o período próspero de crescimento econômico vivido na cidade pode acarretar um risco à área. “É fato que existe em Ipatinga uma grande pressão para a urbanização e uma ínfima disponibilidade de terrenos. Portanto, para fins de construção de moradias urbanas, poderá haver uma ocupação desordenada e criminosa. Daí a importância de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação ambiental dessa área”, disse. O promotor reiterou ainda a viabilidade da preservação ambiental das propriedades da APA-Ipanema. “Dentre os inúmeros motivos, está a possibilidade de fomentar negócios ligados ao turismo rural, gerando renda, qualidade de vida e dignidade. Além disso, o valor dessas propriedades passa a contar com valor agregado, tendo em vista a característica de conservação natural”, finalizou.
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