Expo Usipa 2024 02 - 728x90

08 de março, de 2008 | 00:00

Trinta anos valorizando a mulher

Associação de Mulheres do bairro Bethânia busca espaço próprio

Roberto Sôlha


Zilda, Margareth e Amélia: estrutura precária compromete atividades do grupo
IPATINGA - Em Ipatinga, mais de 40 entidades representam os interesses das mulheres, que assim podem recorrer a associações voltadas a diferentes propósitos. Todo esse aparato busca o objetivo de garantir melhores condições para as mulheres se estabelecerem nas diversas esferas da sociedade de maneira igualitária. No entanto, apesar dos avanços alcançados ao longo dos anos, alguns problemas ainda persistem no que se refere à estrutura de grande parte dessas entidades. No contexto municipal, o exemplo da Associação de Mulheres do Bethânia ilustra uma situação de luta para se firmar em termos de referência para a comunidade do bairro. Estabelecida 30 anos atrás por donas de casa de Governador Valadares que vieram residir em Ipatinga, a associação mudou seu foco de atuação no decorrer dos anos, mas ainda passa por dificuldades que a impedem de expandir suas atividades para um atendimento mais amplo. Conforme a coordenadora da entidade, Zilda Teixeira Fagundes, atualmente cerca de 30 mulheres integram o grupo, que se reúne sempre às quartas-feiras, das 14 às 16h, no salão comunitário da igreja São Jorge. Em função de não possuírem um espaço próprio, as atividades desenvolvidas durante as reuniões sofrem restrições, uma vez que o salão é utilizado para outras atividades. “No início, muitas pessoas acreditavam que a entidade possuía vínculos com a igreja, que cedia um salão para nossas reuniões. Essa associação também era feita porque a entidade tinha o nome de ‘Clube das Mães Nossa Senhora de Aparecida’. Em 1992, achamos melhor dar outro nome ao grupo, que passou a se chamar Associação de Mulheres do Bethânia”, conta Zilda. Em 1994, a associação foi reconhecida de utilidade pública e passou a buscar o apoio de empresários e do poder público para conseguir recursos financeiros e materiais para ampliar o seu trabalho. “No entanto, até hoje não obtivemos nenhum retorno satisfatório que atendesse a seqüência de nossos trabalhos. Em algumas ocasiões ao longo de nossa história tivemos ajuda do poder público, mas atualmente a entidade se mantém com a venda dos materiais que produz através dos trabalhos manuais. São eventos bastante esparsos, e metade do que é vendido é revertido para a associação”, explica Zilda. AprendizadoSegundo a vice-coordenadora da entidade, Margareth Martins dos Santos, no passado a associação chegou a oferecer diversas modalidades de trabalhos manuais, proporcionando às suas integrantes aulas de bordados, ponto cruz, crochê, pinturas, trabalhos com barbante e couro, entre outros cursos. “Hoje, ficamos restritas às confraternizações tradicionais e às aulas de bordado, porque não dispomos de máquinas de costura e equipamentos para oferecer mais modalidades. Para que isso aconteça, é inevitável que tenhamos um local e uma estrutura para atingir mais mulheres do bairro. O nosso objetivo sempre foi permitir que as donas de casa tenham a opção de aprender a desenvolver seus talentos e evitar que elas fiquem ociosas. Também sempre trabalhamos para dar atenção ao lado emocional das nossas integrantes, de modo que elas compartilhem seus problemas e dialoguem em grupo”, informa Margareth.A associação sempre promove palestras com profissionais da saúde e estudantes universitários, em eventos abertos para toda a comunidade. Na avaliação de uma das integrantes mais antigas, Amélia Emídia Ferreira, a influência do grupo foi essencial para o surgimento de outras entidades de mulheres em Ipatinga. Sua mãe, Minervina Leonora da Silva, foi uma das fundadoras da associação e ainda hoje participa das atividades do grupo.“Interessante é que no próprio Bethânia foram aparecendo outras entidades de mulheres das várias comunidades do bairro. No entanto, a Associação de Mulheres do Bethânia, cuja trajetória está ligada diretamente à construção do bairro e faz parte da história de Ipatinga, ainda não obteve o reconhecimento que merecia, uma vez que carece de mais estrutura”, diz. Para os interessados em conhecer o trabalho ou ajudar a associação, o telefone da entidade é 3826-2746.Roberto Sôlha
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário