08 de março, de 2008 | 00:00

Exemplo de coragem para evitar os maus tratos

Wôlmer Ezequiel


Rodeada por três de seus quatro filhos, Jardeline orienta as mulheres a não aceitarem maus tratos dos homens
PARAÍSO – Mais do que homenagear as mulheres pelo seu dia, comemorado em todo o mundo neste sábado, é preciso reconhecer a luta e as dificuldades que muitas enfrentam apenas para alcançar dignidade e igualdade de direitos. No Dia Internacional da Mulher, o DIÁRIO DO AÇO traz um pequeno relato da valentia de uma mãe que se encorajou frente à violência do marido e decidiu criar os quatro filhos com os próprios esforços. Jardeline Maria de Jesus, 30 anos, mãe de Jéssica, 12 anos, Marcel, 6, Sara, 5, e Aline, 3, é uma desempregada que encontrou amparo na casa de familiares, no povoado de Águas Claras, em Santana do Paraíso, depois de dar um basta a uma vida de maus tratos. Ele abandonou o marido violento no povoado de Capitão Andrade, próximo a Governador Valadares. Em Águas Claras, Jardeline mora em uma área de invasão, em frente a um campo de futebol, onde dezenas de famílias vivem em um ambiente paupérrimo. Ela fala sem temor por que tomou outro rumo na vida há dois meses. “Não agüentava mais o que meu marido fazia comigo. Ele bebia muito, me batia e chegou a me ameaçar de morte várias vezes. Não suportei mais e decidi acabar com isso. Peguei as crianças e vim morar aqui em Águas Claras, onde encontrei apoio”, conta Jardeline. Enquanto conversava com a nossa reportagem, as três filhas de Jardeline não escondiam a ansiedade de voltar a brincar no enlameado campo de futebol. “Meu menino (Marcel) está para a escola. E as meninas ficam aqui brincando. A Jéssica estuda pela manhã. Meu sonho é ver todos os meus filhos formados e com uma profissão”, revela Jardeline, que não é adepta a reclamações. “Não tenho muitos sonhos. Minha única vontade é arrumar um emprego o mais rápido possível para ajudar a criar os meus filhos”. Em momento algum Jardeline se diz arrependida de tudo o que fez nos últimos dois meses. “Meus filhos e eu não merecíamos aquele sofrimento. Não tenho dúvida de que fiz a coisa certa. Tenho que tentar criar os filhos longe dos maus exemplos”, avalia. DignidadeJardeline manda um recado às mulheres que sofrem maus tratos e não tomam uma iniciativa para romper com o cotidiano de sofrimentos. “Existem muitas mulheres que sofrem nas mãos dos seus maridos, companheiros ou quem quer que seja, mas não têm coragem de reagir. Isso não pode acontecer. Aconselho às mulheres tomarem uma atitude, assim como eu fiz. Sei que é muito difícil para uma mãe solteira criar os filhos sozinhos, a gente sofre muito. Mas qualquer esforço vale a pena ao invés de ficar sofrendo violência dentro de casa”, desabafa Jardeline.Bruno Jackson 
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