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08 de março, de 2008 | 00:00

Avanço firme contra estereótipo

Mulheres dividem espaço com homens nas aulas de direção

Wôlmer Ezequiel


Maísa (D), ao lado de sua aluna Ermelinda (E): conforme a instrutora, mulheres conseguem transmitir mais tranqüilidade
IPATINGA - Nas ruas das cidades, deparar com instrutoras em carros de auto-escola ensinando as primeiras noções de direção virou rotina, bem ao contrário do estranhamento de quando as mulheres começaram a ingressar nesse nicho do mercado. A presença feminina nas auto-escolas antes se restringia aos cargos administrativos ou às aulas teóricas. Nas aulas “de rua”, como são conhecidos os cursos práticos de direção de automóveis, era raridade encontrar instrutoras na orientação de alunos. A exemplo do que aconteceu em outras profissões até então exercidas exclusivamente por homens, o equilíbrio proporcionado pelo efetivo composto por ambos os sexos acabou se integrando ao ambiente das escolas de motoristas.No Vale do Aço, Maísa Helena de Castro foi uma das pioneiras a exercer a função. Natural de Coronel Fabriciano, há seis anos ela começou a dar aulas de direção em uma auto-escola do município. “Naquela época, não via quase nenhuma mulher fazendo o mesmo. A gente podia contar quem era instrutora na região. Em pouco tempo essa situação foi mudando e hoje o quadro de instrutores está se tornando mais equilibrado. Acho que estamos caminhando para o mesmo número de instrutores de ambos os sexos”, diz.No entendimento de Maísa, alguns fatores contribuíram para uma mudança cultural no meio, o que explica o aumento da presença feminina nesse setor. “Em parte, isso vem ocorrendo devido à participação das mulheres também no mercado, e a CNH passa a ser imprescindível. Assim como sempre aconteceu com os homens, quando fazem 18 anos elas procuram passar nos exames. Antes, esse processo demorava muito mais em relação ao público feminino, e as alunas eram mulheres mais adultas e maduras”, explica a instrutora. DiferencialAntes de ser instrutora, Maísa foi vendedora de carros, emprego que lhe permitiu um conhecimento amplo da mecânica dos automóveis. Após ser convidada para dar aulas teóricas em uma auto-escola, ela precisou fazer um curso para instrutores. “Também contava com outro embasamento importante, já que era motorista há 15 anos. Comecei a dar aulas práticas para poucos alunos, por dia eram cerca de três ou quatro. Com o tempo, as mulheres passaram a preferir que fossem ensinadas por instrutoras, pelo fato de ficarem mais à vontade. Gradativamente, parte dos alunos homens também passou a preferir as instrutoras, demonstrando que velhos preconceitos estão deixando de existir”, conta a instrutora. Conforme ela, nenhum aluno demonstrou acreditar que o velho ditado “mulher no volante, perigo constante” seja digno de crédito. “Não dá para fazer uma diferenciação. O que posso afirmar, com base no que observo no trânsito, é que os homens se arriscam mais ao volante. Eles fazem manobras mais propícias a acidentes, avançam sinais, enfim, se expõem mais ao perigo. As mulheres são mais precavidas”, diferencia. Na sua opinião, o número de instrutoras também vem aumentando por causa da capacidade que as mulheres têm de transmitir mais confiança e tranqüilidade. “A gente acaba se tornando uma amiga e uma confidente das alunas, que ficam mais à vontade com alguém do mesmo sexo ao seu lado”, diz, informando que atualmente é responsável por instruir uma média diária de 12 alunos. Uma de suas alunas, a estudante Ermelinda Edivânia da Silva, de 18 anos, conta que já teve aulas com um instrutor. No entanto, ela afirma que conseguiu encarar o volante com mais calma e auto-confiança quando começou a pegar aulas com Maísa. “Agora, é esperar para manter a tranqüilidade no dia do exame de rua”, finaliza a estudante.   
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