04 de março, de 2008 | 00:00

“Infiéis” apresentam defesa

Vice-prefeita é testemunha de vereador que mudou de partido

Fotos: Alex Ferreira


“Saí porque o partido não queria minha presença lá”
IPATINGA – Os dois vereadores ipatinguenses ameaçados de perda dos seus mandatos por infidelidade partidária enfrentam momentos decisivos nos processos que tramitam no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Lauro César Botelho, que deixou o PSDB e foi para o PMDB, teve o mandato requerido pelo suplente do antigo partido, Otarcízio José Dutra. Altair de Jesus Vilar, que trocou o PT pelo PSB, teve o mandato requerido pelo diretório municipal do antigo partido. Pelas regras do TSE, estão sujeitos à perda de mandato os políticos que trocaram de legenda após 27 de março nos cargos proporcionais: deputados estaduais, deputados federais e vereadores; ou nos cargos majoritários: prefeitos, governadores, senadores e presidente da República, após 16 de outubro.No caso do vereador Lauro Botelho, o relator do caso no TRE-MG, juiz Gutemberg da Mota e Silva, determinou a tomada de depoimentos pessoais e interrogatório das testemunhas indicadas pelo político tucano. Para isso, enviou o caso ao juízo da 131ª Zona Eleitoral em Ipatinga, que providenciará a audiência das testemunhas. Embora a determinação esteja na página do TRE na internet desde o dia 29 de fevereiro, o vereador afirma que ainda não foi notificado. Botelho reafirma que se sente seguro em relação ao caso. “Saí porque o partido não queria minha presença lá”, afirma. Para testemunhar a seu favor, Lauro Botelho vai levar o presidente do PSDB, Valmir Galli, outro ex-dirigente tucano, Ilton Câmara, e a vice-prefeita Mariza Gravina, que também trocou o PSDB pelo PV. “A vice e eu mudamos de partido pelo mesmo motivo”, justifica Lauro.      O lado curioso no caso é que o requerente do cargo de Lauro, o contador Otarcízio José Dutra, aparecia na relação como o décimo-segundo suplente. No entanto, diante da desfiliação dos onze primeiros suplentes da coligação “Ipatinga Unida”, formada pelo PSDB e pelo PSC, o direito de requerer o cargo contra Lauro Botelho coube ao contador.

Vilar: “Mudei diante de fatos que me desagradaram”
Ex-petista defende a ‘mão dupla’Em um estágio mais avançado, o processo por infidelidade partidária movida contra o vereador Altair de Jesus Vilar (PSB), sob responsabilidade do juiz do TRE-MG Renato Martins Prates, já passou pela tomada de depoimentos pessoais, oitiva das testemunhas indicadas e realização de diligências. No dia 25 de fevereiro foi despachada a ordem para que, no prazo de 48 horas, as partes apresentassem suas alegações finais. “Após o decurso do prazo para manifestação das partes, abra-se vista dos autos à Procuradoria Regional Eleitoral pelo prazo de 48 horas”, determinou o magistrado.Vilar disse que entregou as alegações finais de sua defesa ontem à tarde e também está confiante em se livrar do processo. “Defendo a fidelidade partidária, mas isso tem que vir em mão dupla. A partir do momento que o partido deixa de seguir o seu regimento, ele também deixa de ser fiel e abre oportunidade para que seus membros ajam de acordo com suas convicções políticas. Não mudei por interesse fisiológico. Mudei porque naquele momento era uma atitude necessária diante de fatos que me desagradaram”, defende-se Vilar. Caso perca o mandato, o cargo de Vilar na Câmara de Ipatinga será assumido pelo suplente petista, Sebastião Guedes.Alex Ferreira
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário