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04 de março, de 2008 | 00:00

CET facilita comparação de preços

Novas regras para financiamento e empréstimo entram em vigor

Bruno Jackson


Maria Aparecida (E) avalia as taxas de juros de financiamento para comprar um fogão
IPATINGA – A partir de agora o consumidor tem o direito de saber qual o valor real que ele está pagando por um empréstimo ou financiamento. Entrou em vigor ontem a Resolução 3.517, do Conselho Monetário Nacional (CMN), batizada de Custo Efetivo Total (CET). Na prática, a CET é um cálculo que leva em consideração todas as despesas envolvidas em uma operação de crédito, deixando claro o custo real de um empréstimo, ou seja, mostra com clareza quanto o credor terá de pagar. A CET é apresentada como uma taxa percentual anual, facilitando a escolha do consumidor por planos mais em conta, evitando o perigo de pagar mais que os juros anunciados. No cálculo da CET não entra apenas o montante e os juros, mas todas as demais taxas, como custo administrativo, seguros, Taxa de Abertura de Crédito (TAC), tributos, tarifas e impostos (a exemplo do Imposto Sobre Operações Financeiras – IOF). A economista Hessia Costilla, da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, afirma que a grande vantagem da CET para o consumidor é a possibilidade de escolha da melhor oferta. “A partir de agora basta comparar o valor da CET em ofertas diferentes para saber qual é a mais barata. Antes, na maioria das vezes o consumidor não era informado sobre os valores embutidos que ele paga em um empréstimo ou financiamento”, comenta a economista, frisando que a CET será importante para evitar cobranças abusivas. “Há instituições financeiras que cobram taxa de emissão de boleto. Isso é ilegal e o consumidor deve ficar atento”, alerta Hessia Costilla. “Além disso, com a CET é possível que uma pessoa desvie de determinadas cobranças, pela oportunidade de pesquisar e confrontar valores. Ao pegar algum empréstimo em um banco, a pessoa deve ficar atenta, pois algumas instituições informam apenas a taxa de juros mensal, mas os bancos têm que detalhar outras tarifas a serem cobradas. Além disso, há algumas lojas que oferecem produtos em até 12 vezes sem juros, mas não revelam que o preço à vista é menor que o do parcelamento. Essa prática também não é correta”, acrescenta. Diferenciação A atendente financeira da SuperCred BMG, em Ipatinga, Lílian Faria, afirma que não é difícil se adequar às normas da CET. Segundo ela, algumas informações sobre detalhamento de financiamentos já são repassadas ao cliente. “Sempre que uma pessoa nos solicita, informamos qual o valor total de um financiamento”, garante Lílian, ressaltando que o diferencial de uma financeira para outra são as cobranças de determinadas taxas. Nós não cobramos TAC e nosso juro é de 2,63% ao mês, já que seguimos a taxa fixada para aposentados e pensionistas. Alguns bancos chegam a cobrar até 18% de juros para empréstimos pessoais”, diz a atendente, admitindo que nos boletos da SuperCred BMG vêm embutidas algumas taxas no valor das prestações, como a IOF, mas que são legais. “Não há nada que nos impeça de cumprir a CET, pois todas os seus benefícios são importantes para permitir que o cliente escolha as melhores ofertas de financiamento”, finaliza. À vista ou parcelado?Com a entrada em vigor do Custo Efetivo Total (CET), alguns consumidores acostumados a comprar à vista já pensam em encarar um financiamento. É o caso da auxiliar de serviços gerais Roseni Maria, 42 anos, que ontem à tarde fazia orçamento de um fogão em lojas no Centro de Ipatinga. “Meu filho vai casar e vou dar um fogão de presente. Normalmente, compro mercadoria à vista porque o financiamento costuma complicar a gente toda. Agora que podemos saber o quanto estamos pagando de verdade, podemos pesquisar mais. Vamos ver como faço para comprar o fogão”, disse Roseni, que estava acompanhada da gari Maria Aparecida Andrade, 41 anos, que também não é adepta dos parcelamentos. “Também estou olhando um fogão e vai ser bem melhor a gente saber quanto vai pagar de prestações, mas ainda prefiro comprar à vista”, diz. O DIÁRIO DO AÇO constatou que algumas lojas no Centro de Ipatinga já estão se adaptando a algumas exigências da CET, a exemplo da Ponto Frio, que colocou em seus cartazes promocionais o valor dos produtos à vista e financiado, bem como as taxas de juros a serem pagas na segunda opção. “Em todos os nossos cartazes constam a taxa de juros mensal, anual e o valor total do financiamento”, afirma Adalberto Marques, gerente da Ponto Frio. Por sinal, um dos objetivos da resolução do Conselho Monetário Nacional ao lançar o Custo Efetivo Total (CET) é tornar mais transparentes as operações de crédito, para o consumidor comparar preços e se decidir pela melhor oferta. O CMN acredita que, com essa medida, a competição entre lojas e bancos ficará mais acirrada, e o consumidor sairá ganhando nesse processo.  
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