04 de março, de 2008 | 00:00

Valorização da casa própria

Dinheiro estrangeiro aquece mercado imobiliário do Vale do Aço

Roberto Bertozi


Com a valorização imobiliária, um lote como esse no Bom Jardim chega a valer mais de R$ 350 mil
IPATINGA – Investir na área urbana ou rural no Vale do Aço é uma das opções mais procuradas por empresários e profissionais liberais que foram tentar a vida longe de casa. Após anos no exterior, os imigrantes ipatinguenses passam a usar parte do dinheiro para adquirir um bem no município, apesar de a moeda estrangeira ter se desvalorizado no Brasil.Esse é o caso de Teodorico Alves de Araújo Neto, que deixou o Brasil em 1986 para tentar a sorte no Canadá. Empresário, resolveu investir em construção civil para tirar o sustento. Conseguiu na verdade muito mais que isso.“Alcançar o sucesso num país estrangeiro é muito mais difícil que no Brasil, mesmo com todas as oportunidades oferecidas por lá”, afirmou. O empresário, que voltou ao Brasil há pouco tempo e possui investimentos no Canadá e Estados Unidos, tem apostado em zonas periféricas de Ipatinga. “Construí um prédio no bairro Canaã, com quatro pavimentos e um apartamento por andar. Tentei colocar um pouco do design comum em países da América do Norte porque acredito que, no Vale do Aço, há pessoas de bom gosto e com potencial para adquirir um imóvel na faixa de R$ 250 mil”, explicou Teodorico Alves.EspeculaçãoEm relação à supervalorização do setor imobiliário, devido ao interesse de empresários que trazem dinheiro de fora do Brasil e acabam adquirindo terrenos por um preço bem acima do mercado, o empreendedor acredita que a cidade comporta esses investimentos, e a população sairá ganhando. “A oferta ainda é menor que a procura, e não creio que haja especulação”, resumiu.De acordo com Geraldo Henrique de Souza, da Diferencial Imóveis, o mercado imobiliário regional teve um crescimento substancial nos últimos cinco anos, fator impulsionado pelas constantes ofertas de emprego na cidade. “Deve-se levar em consideração também a expansão da Usiminas, que vai colocar em Ipatinga milhares de novos trabalhadores. Com isso, a valorização no setor imobiliário é automática, mas os valores não estão muito acima do que determina o mercado”, assegurou.Na avaliação do investidor Teodorico Alves, devido a fatores como emprego e renda fortalecidos e a expansão da Usiminas, é natural que a população comece a procurar áreas mais periféricas na cidade. “O importante é manter o bom gosto, requinte e sofisticação na construção de apartamentos, por exemplo”, destacou.ArquiteturaNa avaliação do corretor Geraldo Souza, o crescimento no setor imobiliário ipatinguense tem mostrado uma nova tendência, que é a valorização dos arquitetos. Com as facilidades de financiamento para a aquisição de um bem, os futuros proprietários fazem questão de associar design, sofisticação e uma boa arquitetura. “É como que se a casa fosse a extensão do bom gosto de cada cliente, valorizando o trabalho dos arquitetos”, observou.Lote sobe quase 300% em cinco anosUm quarteirão com 1.100 metros quadrados, localizado no bairro Bom Jardim, em Ipatinga, há cinco anos custava R$ 130 mil, e o investimento era considerado “um tiro no escuro”. “O importante é ter visão, discutir com outras pessoas as tendências de mercado, avaliar as possibilidades futuras. Ao que tudo indica, vou ter um retorno fora dos padrões imaginados”, comentou o dentista Júlio Lima, que deixou Ipatinga em 1991.O investidor, que hoje vive na Ilha da Madeira, em Portugal, resolveu colocar o terreno à venda. O valor pedido gira em torno de R$ 370 mil, considerado justo por tudo que representa a área. “O lote é grande, bem localizado, num bairro que tem um perfil diferente de cinco anos atrás”, valorizou.Com base nas visitas constantes que faz à região, o investidor faz uma aposta. “O Vale do Aço é uma terra boa para novos investimentos”, atestou Júlio Lima, salientando que deixou de investir em outras cidades promissoras no Brasil para “reunir esforços” na região. Para o dentista, o crescimento de Ipatinga traz facilidades para cidades no entorno do Vale do Aço, como Santana do Paraíso e Belo Oriente. “Com os financiamentos, tanto quem compra quanto quem vende encontra o mercado bastante promissor”, avaliou.
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