04 de março, de 2008 | 00:00

PMCF alerta servidores contra crédito consignado

Roberto Bertozi


A servidora Sônia Souza: dívida ultrapassou empréstimo
FABRICIANO - Os riscos do crédito consignado para desconto na folha de pagamento é o assunto principal da mais recente edição do boletim “Servidor em Foco”, informativo direcionado aos trabalhadores da Prefeitura. A escolha do tema é uma tentativa de esclarecer aos funcionários públicos sobre os perigos do endividamento, em função do crédito fácil. Nos últimos meses, essa prática é cada vez mais acessível, oferecendo como atrativos juros supostamente mais baixos e prazos cada vez mais dilatados. O assunto já havia sido abordado outras vezes no boletim mas, segundo o secretário municipal de Administração e Finanças, Marcos da Luz, o informativo sempre irá salientar que a PMCF não estabelece convênios com instituições que oferecem crédito consignado.“Em média, recebo por semana dois representantes de instituições bancárias tentando oferecer  empréstimos aos nossos servidores. No entanto, queremos é manter os trabalhadores distantes desse tipo de serviço, pois a adesão ao crédito consignado cresce na mesma proporção do nível de endividamento do servidor e dos aposentados e pensionistas. É um negócio seguro apenas para o sistema financeiro, por causa do baixo risco de inadimplência”, avaliou o secretário.ControleEm 2005, a Administração Municipal estabeleceu um rígido controle dos descontos em folha. Através do Decreto nº 2.098/05, foi criada a “margem consignável” - limite de até 30% para empréstimo financeiro -, disciplinando a política de consignações relativa aos servidores públicos. Atualmente, a PMCF mantém convênios com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Santander, com tabelas específicas de juros e a suspensão de todos os pedidos para novos convênios.No entendimento de Marcos da Luz, ampliar a oferta de empréstimos, por meio de novos convênios com financeiras, conseqüentemente, iria aumentar o assédio junto ao servidor pelo “crédito fácil”. “A chamada recompra, modalidade de refinanciamento da dívida, é uma das mais arriscadas para os servidores, porque causa o chamado efeito ‘bola de neve’”, alertou o secretário.Falta de planejamentoAlém do poder de persuasão do marketing praticado pelas instituições e o descuido com a utilização do crédito, outros fatores contribuem para o endividamento do servidor, como a falta de planejamento financeiro. “No início do atual governo, encontramos uma situação de completo descontrole das consignações/empréstimos no setor de RH da Administração. O endividamento por empréstimos dos funcionários chegava a ultrapassar 100% da folha de pagamento”, detalhou o secretário Marcos da Luz. No caso da servidora de Serviços Administrativos, Sônia Ramos de Souza, a desinformação lhe custou uma dívida cumulativa que prejudicou o planejamento familiar. Mãe de três filhos, ela utilizou de forma equivocada um serviço oferecido por um banco, e acabou ultrapassando seu limite de crédito. “Eu havia pegado R$ 150 emprestados, que se transformaram em R$ 3 mil, porque eu não estava ciente das especificações contratuais do serviço. Tive que contratar um empréstimo consignado para sair da primeira dívida e, até o final de ano, parte do meu salário será descontado para quitar esse último débito”, explicou a servidora. Ela disse estar arrependida por ter contraído outra dívida, uma vez que o Decreto nº 2.098/05 estabelece que empréstimos não podem ser negociados quando houver pendências anteriores. “O jeito é rezar para que nada de grave aconteça. Se eu precisar de um dinheiro emprestado, não será possível fazer essa operação por meio dos bancos”, lamentou a servidora.
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