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27 de fevereiro, de 2008 | 00:00

Duplicação sai ou não?

Deputados estaduais cobram início das obras na BR-381

Guilherme Bergamini/ALMG


Deputados estaduais distribuíram camisetas e panfletos: duplicação integral pode virar parcial
DA REDAÇÃO – A distribuição de camisetas e panfletos marcou a manifestação realizada por deputados da Assembléia Legislativa, ontem de manhã, em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal, em Santa Luzia, em defesa da duplicação da BR-381 até Governador Valadares. A proposta da comissão de deputados era conscientizar motoristas e a comunidade local sobre a importância das obras na rodovia, considerada estratégica para escoamento da produção do Leste de Minas e também uma das que mais mata em toda a malha rodoviária federal.O ponto mais fundamental, que é a garantia do cumprimento do projeto original que prevê a duplicação em toda a extensão do chamado “corredor norte” da BR-381, também foi enfatizado durante o ato. Recentemente, porém, técnicos do Dnit e do DER-MG já deram sinais de que as obras irão acontecer somente em “pontos críticos” do trecho de 308 quilômetros, entre Belo Horizonte e o Vale do Rio Doce, o que vem gerando protestos de empresários, motoristas e população.AcidentesEm 2007, apenas entre Belo Horizonte e João Monlevade, foram registrados na rodovia 1.456 acidentes, com 77 mortos e 1.146 feridos. Na última segunda-feira (25), seis acidentes foram registrados no trecho. Esses números foram apresentados por representantes da Polícia Rodoviária Federal durante a manifestação de ontem, que reuniu integrantes da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da ALMG e da Frente Parlamentar em Defesa da Duplicação da BR-381. O vice-presidente da comissão, deputado Juninho Araújo (PRTB), explicou que o projeto do governo federal prevê a duplicação de todo o trecho de Belo Horizonte a Governador Valadares. “O governo ainda não deu início ao processo licitatório e enquanto isso os acidentes continuam acontecendo”, criticou.De acordo com dados da Frente Parlamentar, em Minas Gerais, a BR-381 possui mais de 900 km, sendo que 43% da economia do Estado passam pela rodovia e 25% da população mineira vivem e trabalham em sua área de abrangência, onde estão instaladas empresas do porte da Belgo Mineira, ArcelorMittal Inox Brasil (Timóteo), Usiminas, Cenibra, Vale, MBR e Samarco. A presidente da Frente, deputada Rosângela Reis (PV), disse que os parlamentares irão acompanhar todo o processo que envolve as obras, inclusive as desapropriações e a aplicação dos recursos.De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da ALMG, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Aristides Júnior, afirmou que o trecho de Belo Horizonte a João Monlevade é o mais crítico, com mais de 200 curvas. “As obras de melhoria do asfalto e de sinalização, feitas no ano passado, contribuíram para aumentar o número de acidentes graves nesse trecho, pois os motoristas aumentaram a velocidade”, destacou o inspetor, afirmando que, para resolver o problema, é preciso equipar a polícia e aumentar as punições aos motoristas.Ainda segundo a Assessoria da ALMG, durante a manifestação de ontem, o líder comunitário do bairro Bom Destino, em Santa Luzia, Ailton Gomes, falou da preocupação com a desapropriação de imóveis e o valor das indenizações, e também reivindicou a construção de uma passarela, já que a BR-381 passa no meio do bairro.
Arquivo/DA


Silveira: critérios técnicos na BR-381
Obras vão só até Belo Oriente, diz SilveiraEm coletiva concedida à imprensa regional, na manhã de ontem, o deputado federal Alexandre Silveira (PPS) informou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) irá empenhar R$ 780 milhões para o projeto de duplicação da BR-381, de Belo Horizonte ao Vale do Rio Doce. O deputado explicou que as obras não irão se estender até Governador Valadares, mas somente até o trevo de acesso a Belo Oriente. Dali até Valadares, serão empreendidas intervenções de melhorias, como reforço na sinalização e trevos de acesso aos municípios que margeiam a rodovia.Segundo Silveira, que é ex-diretor do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), os projetos de viabilidade técnica, sócio-ambiental e econômico foram os fatores que determinaram até onde a rodovia será duplicada. “Várias lideranças da sociedade declararam à imprensa do Vale do Aço que o projeto está aquém do esperado, mas é preciso compreender que toda obra precisa respeitar critérios que independem de decisões políticas. Bom seria se pudéssemos duplicar todas as rodovias do Brasil, mas precisamos ter responsabilidade com o dinheiro público”, posicionou-se o deputado.RealidadeSilveira explicou que os trechos a serem duplicados vão de Belo Horizonte ao trevo de Itabira. Deste ponto até João Monlevade, serão feitas retificações de curvas e sinalizações em trechos críticos. “De Itabira a Nova Era, teremos a implantação de uma nova estrada, pois há uma grande área de reflorestamento da Belgo Mineira. No município de João Monlevade houve muita resistência sobre esse novo trajeto, pois a comunidade local queria que as intervenções fossem feitas no trecho já existente. Mas o projeto definiu que a duplicação continuará a partir de Nova Era, passando pela ponte que está sendo construída em Antônio Dias, até Belo Oriente. Esta é a realidade”, esclareceu o deputado. Silveira também salientou que as intervenções correspondem “à maior obra rodoviária federal do país”, e solicitou que os municípios localizados entre Belo Horizonte e Valadares precisam se unir para que o projeto seja concluído.‘Dnit vai tapar buracos na ponte metálica até amanhã’Além
das intervenções planejadas para a BR-381, o deputado Alexandre
Silveira também falou sobre outras antigas reivindicações e exigências
da população do Vale do Aço. Uma das prioridades é incluir, no
Orçamento da União, recursos para a conclusão das obras de melhorias na
BR-458. “A sinalização já está em ordem e o pavimento foi praticamente
restaurado, mas ainda resta concluir a chamada ‘curva da Depressão’, em
Ipaba, e os trevos de acesso aos municípios que margeiam a rodovia”,
afirmou Silveira, estimando que as obras estão orçadas em R$ 6 milhões.
Em relação à precariedade da pavimentação e estrutura da ponte
metálica, o deputado reconheceu que o trecho precisa ser recapeado com
urgência. “Em reunião que tivemos com a direção do Dnit, ficou
garantido que até esta quinta-feira (amanhã) os buracos na pista já
terão sido tampados. Já a parte estrutural da ponte será tratada
diretamente com o Ministério dos Transportes”, informou Silveira.Opinião do DAEstatísticas sobre acidentes, mortos e feridos, e o tráfego de riquezas pela BR-381, de Belo Horizonte até Governador Valadares, discursos políticos inflamados e assinaturas de termos de compromisso em defesa das obras, parecem não fazer mais sentido diante do caos que é viajar pela “rodovia da morte”. Distribuir panfletos de conscientização, então, nem se fala. Mas qual a razão de distribuir camisetas amarelas para chamar a atenção para o grave problema que atormenta a todos? Há 40 anos, toda a região Vale do Aço reivindica que essa obra saia do papel, de forma integral e não apenas parcialmente, como defendem alguns “entendidos”.
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