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24 de janeiro, de 2008 | 00:00

Conscientização permanente anti-Aids

Programas de DST na região defendem institucionalização de campanhas

Arquivo/DA


Thiago Santos: intervalo entre campanhas e falta de recursos dificultam amplitude da mensagem
IPATINGA – Com a chegada do Carnaval, as campanhas para incentivar o uso de preservativos durante o período de folia também ganham as ruas. As mensagens são voltadas à conscientização, na tentativa de incentivar o sexo seguro e diminuir a incidência de doenças. No entanto, uma pesquisa divulgada ontem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro, mostra que as campanhas não diminuem os casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) depois que a festa acaba.O texto do estudo insinua que “se as campanhas estão no lugar certo e na hora certa, precisa ser documentada a diminuição de casos imediatamente após a apresentação das mesmas”. A pesquisa, que analisou diagnósticos de gonorréia e sífilis em 2,5 mil pessoas, constatou que essas doenças apareceram meses depois do Carnaval. Mas deveriam se manifestar logo em seguida, entre os meses de abril e maio, já que o feriado do Carnaval, na maior parte dos anos estudados, ocorreu em fevereiro.No Vale do Aço, a divulgação do estudo foi entendida como falta de políticas públicas na saúde nacional. Para o presidente do Grupo de Apoio aos Soropositivos (Gasp), Thiago Emiliano Garcia Santos, os intervalos que existem entre as campanhas tornam ineficientes algumas ações, principalmente pela falta de recursos destinados para tal fim. “É evidente a escassez de verbas para campanhas DST/Aids. Assim, somos obrigados a trabalhar em torno dos grupos de risco, ignorando outras camadas da sociedade. Só para se ter idéia, baixou muito o índice de contaminação entre gays, profissionais do sexo e dependentes químicos, fruto que o investimento bem canalizado dá mostras do sucesso”, diz Thiago Santos.Em Ipatinga, conforme o presidente do Gasp, ocorrem duas campanhas anualmente, a de Carnaval, que em 2008 começa oficialmente no dia 29 de janeiro, com distribuição de preservativos e panfletos em semáforos, escolas e bares, e a do Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro. No ano passado, a 1ª Parada Gay propiciou mais uma mobilização de combate às DSTs.
Arquivo/DA


O uso de preservativos restringe aumento de DST
“Levar informação à população, com a realização das oficinas, capacitação de agentes multiplicadores nos bairros, é um recurso que se torna importante a cada ano”, acredita Thiago.DataA coordenadora de Programas Coletivos em Coronel Fabriciano, Juliana Correa de Almeida Andrade, acredita que as campanhas pontuais direcionadas aos públicos específicos têm apresentado resultados importantes no combate às doenças sexualmente transmissíveis no município.“O Carnaval tem um tipo de público, como os jovens e adolescentes, e o 1º de dezembro é uma data em que a campanha é mais ampla em todas as cidades do Brasil. Mas é preciso que as pessoas, mesmo aquelas que não apresentam risco, passem a levar a sério a importância de usar preservativos”, destaca Juliana Andrade.Dados da pesquisa realizada pela UFF mostraram ainda que as campanhas intensas durante o período do Carnaval podem fortalecer a crença de que a festa é sinônimo de promiscuidade geral. “Parece que as pessoas perderam o medo da Aids e confiam umas nas outras, transando sem a camisinha. A Aids não escolhe pessoas nem data especial”, adverte Thiago Santos.Para a coordenadora de Programas Coletivos em Fabriciano, é preciso que todos os segmentos da sociedade levem a sério o conteúdo das campanhas. “Todo mundo deve se precaver. E se alguém esteve em alguma situação de risco nos últimos meses, anos, procure a secretaria de saúde municipal para fazer os exames. É gratuito”, explica Juliana Andrade.ContinuidadeNa avaliação de Thiago Santos, a realização de campanhas contínuas ajudaria a disseminar o conceito da prevenção. “Seria preciso criar campanhas até que o conteúdo do que é passado faça parte da cultura das pessoas”, diz. Desde 1995 que o Ministério da Saúde realiza campanhas estimulando o uso de preservativo.Em Coronel Fabriciano acontece curso de capacitação de agentes multiplicadores. Para Juliana Andrade, cada pessoa torna-se mais um parceiro na luta de combate às doenças, levando informações à comunidade. “É um trabalho que já existe em alguns lugares em Fabriciano e tem se mostrado muito eficaz no combate às doenças”, pontua a coordenadora de Programas Coletivos no município.
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