23 de janeiro, de 2008 | 00:00

Em busca de representatividade

Sem apoio do SJPMG, jornalistas querem criar sindicato regional

Roberto Sôlha


Sérgio Mendes: “precisamos normatizar as condições de trabalho”
TIMÓTEO - Apesar da consolidação e fortalecimento da imprensa na região, os profissionais da categoria continuam sem representatividade local. No passado, o Vale do Aço chegou a contar com uma subdelegacia do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) em Ipatinga. No momento, os trabalhadores da mídia precisam recorrer a outras regiões para se sindicalizar. O ponto mais próximo fica em Governador Valadares, onde há um escritório do SPJMG, que por sua vez fica instalado em Belo Horizonte. Em função da distância e da conseqüente dificuldade de haver mobilização da categoria, o vereador Sérgio Mendes (PSB), de Timóteo, se propôs a articular a possível criação de um sindicato específico para os jornalistas do Vale do Aço. ExemploGraduado em Comunicação Social – Jornalismo no Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG), Mendes já visitou cidades do interior onde a presença de um sindicato de jornalistas é mais efetiva. Recentemente, o vereador foi a Juiz de Fora para se encontrar com sindicalistas da cidade e entender as condições para o funcionamento de um sindicato em âmbito regional, independente em relação ao SJPMG. “Todas as categorias possuem representação na nossa região, exceto os jornalistas. Existe uma certa integração entre os profissionais em suas respectivas áreas, seja em jornais impressos, rádios e TVs. Mas em geral, as pessoas pensam que o SPJMG não vai permitir a criação de um sindicato exclusivamente para representar a categoria no Leste de Minas, e é exatamente isso que queremos”, defendeu Mendes, acrescentando que há advogados estudando os aspectos legais para avaliar como deverá ser feita a instalação e a elaboração do estatuto do novo sindicato. Ainda segundo o vereador, nos próximos meses serão realizadas reuniões junto à categoria para debater melhor como essa instalação deverá ser feita. Entraves“Não tenho o interesse em presidir esse sindicato, mas sim de ajudar a fazer essa entidade funcionar”, adiantou o vereador. Na opinião de Sérgio Mendes, a falta de representatividade sindical contribui para o surgimento de uma série de entraves para a categoria, desde a má remuneração dos profissionais até a saturação do mercado. “Em Juiz de Fora, o sindicato exerce uma fiscalização importante, tanto é que durante as nossas visitas às empresas de comunicação fomos informados de que as tabelas salariais são respeitadas, ao contrário da realidade do Vale do Aço. Aqui, o profissional enfrenta más condições de trabalho e, na maioria das vezes, se sujeita a longas jornadas, sem contar a falta de estrutura de muitos órgãos de imprensa na região. Então, precisamos normatizar as condições de trabalho”, argumentou.Proposta tem apoio deprofissionais da região
Arquivo/DA


Para Cleuzany Lott, a entidade traria mais mobilização à categoria
Segundo o vereador Sérgio Mendes, o sindicato de Juiz de Fora foi escolhido como fonte de pesquisa e parâmetro para o projeto por causa de sua tradição. Na avaliação dos jornalistas, a iniciativa é bem-vinda. Para a diretora de jornalismo da TV dos Vales (Rede Record), Cleuzany Lott, o SJPMG não inspira nenhuma confiança para representar os interesses regionais. Por conta disso, Lott não é sindicalizada, a exemplo de boa parte dos profissionais da imprensa do Vale do Aço. “De fato, já passou da hora de termos um sindicato próprio na região, pois assim teríamos mais mobilização. Hoje, muitas vezes, o profissional deixa de se sindicalizar para evitar as dificuldades e os transtornos de precisar ir até Belo Horizonte para formalizar um processo”, argumentou. Para o assessor de imprensa da Usipa, Wiliam de Paula, que já participou de comissões para formalizar uma possível representação do SJPMG na região, esta forma de organização é essencial. “Embora a prática jornalística sempre tenha feito parte da história do Vale do Aço, somente nesta década tivemos uma profissionalização da categoria, no sentido de a região começar a absorver jornalistas graduados. Nesse contexto, a sindicalização se faz ainda mais necessária”, justificou.
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