18 de janeiro, de 2008 | 00:00

GRS admite que não é preciso desespero nos postos de saúde

Roberto Bertozi


A coordenadora de vigilância epidemiológica da GRS, Cristiane Machado: “Vale do Aço está imune”
FABRICIANO (com Agência Minas) – A procura desesperada por vacinas contra a febre amarela nas unidades de saúde da Região Metropolitana do Vale do Aço, além de gerar confusão em alguns postos na tarde de ontem, é vista pela Gerência Regional de Saúde (GRS) como desnecessária. Em coletiva de imprensa realizada na sede da regional, em Coronel Fabriciano, a coordenadora de vigilância epidemiológica da GRS, Cristiane Machado, disse que a maioria das pessoas que residem no Vale do Aço está imunizada.“Levantamos os dados de 1999 até hoje e chegamos à conclusão que 113% da população está imunizada. Isso quer dizer que, mesmo que alguém não tenha o cartão de vacinação, significa que nos últimos dez anos certamente ela não deixou de ser vacinada”, garante Cristiane.A declaração da coordenadora de vigilância epidemiológica da GRS acontece após a notificação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre a morte de quatro micos na zona rural de Itabira. O município providenciou a coleta dos animais, encaminhando-os à Fundação Ezequiel Dias (Funed), para perícia de vísceras e encaminhamento ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, bem como a verificação do estado vacinal da população na localidade e vacinação dos não-imunizados. Até a tarde de ontem foram notificados, no Estado, 27 eventos de mortes de macacos.“A morte de macacos ainda não está relacionada com a febre amarela. Isso também significa que os macacos não infectam os humanos, mas a partir do momento que uma pessoa adquire a doença, o risco de infestação pode aumentar em determinada região”, explica a coordenadora.
Roberto Bertozi


Conforme Fabiana Almeida, a população precisa ficar tranqüila e evitar nova vacinação em menos de dez anos
Até agora não existe nenhum caso confirmado. O resultado dos exames sai em 30 dias a partir da entrada do material para análise no Instituto Evandro Chagas. Vacinas De acordo com a enfermeira da GRS, Fabiana Fernandes de Almeida, com a cobertura vacinal na região acima da média exigida pelo Ministério da Saúde, é o suficiente para deixar as pessoas tranqüilas. “Após todo o alarde que houve neste mês de janeiro já foram encaminhadas para a GRS um total de 15 mil doses. Amanhã (hoje) chegam mais cinco mil. Dessa forma, acreditamos que não haverá pessoa na nossa rede de cobertura que não tenha sido vacinada”, espera a enfermeira.Em relação aos números do Estado, ontem chegaram mais 100 mil doses da vacina contra febre amarela. Em 14 de janeiro, o Ministério da Saúde já havia disponibilizado para Minas Gerais 150 mil doses. No dia 31 de dezembro do ano passado, o quantitativo da vacina, em Minas Gerais, era de 363.535 doses.Para as outras regionais, a secretaria informa que está disponibilizando as doses necessárias e repondo o estoque sempre que recebe mais vacinas do Ministério da Saúde. “Importante mencionar que isso não se trata de uma corrida para a vacina. É bom frisar: quem tomou a dose em um período inferior a dez anos não precisa tomar novamente”, salienta Elio Alves Batista, da GRS.Busca ao vetorApós a notificação do primeiro óbito de primata não-humano, em Cabeceira Grande, em 7 de janeiro, foi desencadeada uma ação pela Secretaria Estadual de Saúde. A equipe de entomologia da Gerência de Vigilância Ambiental (GVA) esteve no município para investigar se existem mosquitos dos gêneros haemagogus ou sabethes, transmissores da febre amarela silvestre, na região. A equipe permanece no local até o final da próxima semana, complementando o rastreamento.Em todos os casos de ocorrências de mortes de primatas não-humanos são desencadeadas ações para investigar a causa, descartando a ocorrência devido à febre amarela. É importante ressaltar, no entanto, que não há a confirmação de que nenhum dos óbitos ocorreu devido à doença. A GVA solicita, ainda, que a população notifique a Secretaria Municipal de Saúde caso detecte alguma morte desses animais.Manifestação da doença emambiente urbano é raridadeFABRICIANO – Conforme os técnicos da GRS, a doença ocorre regularmente no ambiente silvestre, envolvendo primatas não-humanos e os vetores silvestres da febre amarela. Quando há aumento no número de óbitos entre esses animais, o caso é tratado como uma epizootia (mortandade de primata não-humano), que deve ser notificada e, em princípio, tratada como suspeita da circulação do vírus amarílico.Em relação ao caso humano suspeito de febre amarela, notificado pela Secretaria de Estado de Saúde da Bahia (SES-BA), a SES/MG informa que o motorista que esteve no município de Governador Valadares era vacinado contra a doença, desde 2003. Essa informação foi comprovada por meio de cartão de vacinação, apresentado ao técnico de MG, e dos exames de função hepática, que não eram compatíveis com quadros da doença.“Importante mencionar que existem pessoas correndo atrás de vacina, rasgando cartão de vacinação, ameaçando quebrar postos de saúde aqui na região do Vale do Aço. É um absurdo isso, e gostaríamos de pedir calma à  população. Apenas quem não tiver a certeza de que não foi vacinado nos últimos dez anos é que precisa ser imunizado novamente”, explica Elio Batista.Quem precisaA vacina contra a febre amarela é contra-indicada a mulheres grávidas, portadores de HIV, pessoas em tratamento de câncer e quem ingere corticoíde em dose elevada. Crianças abaixo de seis meses de idade e pessoas com história de reação anafilática (alergia) após a ingestão de ovo também não devem tomar a vacina.
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