15 de janeiro, de 2008 | 00:00

Popularização da cirurgia plástica

Facilidade de pagamento faz crescer a procura de mulheres pelas correções; homens estão se familiarizando com o bisturi

Roberto Bertozi


Para o cirurgião plástico, as mulheres ainda lideram com folga a procura por cirurgias
IPATINGA – O Brasil é o segundo mercado de cirurgia plástica do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Tudo isso se deve à habilidade de seus cirurgiões e às oportunidades de parcelamento da cirurgia. Essa facilidade, trazida pela estabilização da economia, torna mais real o sonho de mulheres em implantar uma prótese de silicone, dar uma “reajustada” no abdome, ou se livrar de um simples pé-de-galinha.Mas também não é só a facilidade de pagamento que tem atraído pacientes aos consultórios. Em Ipatinga o número de cirurgiões cresceu, fator que impulsionou a ida de mulheres e homens às clínicas. “Quanto mais médicos, maior o acesso. E pelo tamanho da região, o número de cirurgiões é até excessivo”, afirma o cirurgião plástico Hilton Ângelo Gonçalves, acrescentando o fato de, em Ipatinga, serem cobrados preços muito mais em conta do que em Belo Horizonte, por exemplo.Em outras cidades do Brasil, o acesso ao parcelamento do valor é um dos fatores que contribui para o crescimento do número de cirurgias que vêm sendo realizadas no país. Para se ter uma idéia, em 1994 foram 100 mil procedimentos e, no ano passado, mais de 700 mil. Com o parcelamento, a cirurgia, antes um privilégio de poucos, começa a atender grande parte da população. Normalmente as clínicas não negociam esse tipo de acerto, deixando às financeiras a tarefa de intermediar a negociação financeira entre médicos e pacientes. Mas ainda há certa rejeição por esse tipo de procedimento no Brasil, devido ao código de ética médica.ProcuraPara o médico Hilton Gonçalves, independentemente dessas facilidades de pagamento, a procura pelas cirurgias cresceu bastante, por força dos novos padrões estéticos adotados pela sociedade. Entre as mulheres, destaque para a lipoaspiração, cirurgia no abdome e mama. Nesse último caso, as cirurgias são feitas tanto para diminuir o tamanho quanto para aumentar, o que leva à implantação de silicone. “Ainda é feita muita cirurgia para levantar os seios, o que não leva prótese”, esclarece o médico.Em relação à plástica de abdome, no caso de mulheres que já tiveram filhos é recomendado apenas para aquelas que não pretendem assumir uma nova gravidez. “Quando a mulher tem o primeiro filho, ela pode fazer uma lipoaspiração, já que a pele não está tão flácida”, diz. “Ou, em alguns casos, uma pequena retirada de pele”, acrescenta.Já os homens, segundo Hilton Gonçalves, também passaram a visitar os consultórios com mais freqüência. Em relação às cirurgias, a mais comum tem sido a retirada de excesso de glândula mamária. “Cirurgia na orelha e lipoaspiração também são muito procuradas”, revela.Cirurgias menos agressivasConforme o médico, não há idade para fazer cirurgia. No caso dos adolescentes, é recomendável que eles tenham o desenvolvimento físico completo. Hilton Gonçalves explica que a facilidade nas cirurgias tem feito as mulheres procurarem o consultório mesmo sem precisarem de uma intervenção. “Isso acontece muito com adolescentes. Mas, após uma conversa, geralmente elas percebem que há outros caminhos antes de uma cirurgia”, pontua.Outro fator que impulsionou o aumento das cirurgias foi a crescente evolução das técnicas e o aperfeiçoamento dos cirurgiões, o que leva o Brasil a realizar uma média de 500 mil cirurgias por ano.“Os procedimentos hoje são menos agressivos e as pessoas conseguem ficar sem as marcas que eram comuns no passado. Além do mais, anos atrás as pessoas, por questão de status, faziam até questão de deixar algumas marcas, exatamente para mostrar que haviam feito cirurgia plástica. Hoje, o que vale mesmo é o bem-estar de cada paciente”, ressalta.Roberto Bertozi
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