
23 de dezembro, de 2007 | 00:00
Barracas disputam com camelôs
Comércio informal oferece mais opções no Centro de Ipatinga
IPATINGA - Com a proximidade do Natal, data mais promissora para os comerciantes, é natural que haja aumento significativo nas vendas. Para os camelôs, que negociam mercadorias a preços populares, o movimento de clientes naturalmente se intensifica nesta época do ano. Estranhamente, eles calculam que o movimento deste ano sofreu redução em relação ao ano passado. Conforme o tesoureiro do Sindicato dos Camelôs, Paulo Inácio Martins, as vendas caíram em média 15%. As razões dessa queda, no entendimento de Martins, estão ligadas a diversos fatores. A dificuldade de achar vagas próximo ao Camelódromo aumentou após o fechamento do estacionamento que funcionava ao lado do centro de compras. No decorrer do ano, já é difícil estacionar no Centro. Em dezembro, com milhares de pessoas nas ruas, esse problema se agrava. Como o estacionamento fechou, boa parte da freguesia, por comodidade, acaba desistindo de vir até o Camelódromo. O pouco movimento de pessoas comprova essa situação. No ano passado, choveu bastante, e mesmo assim o povo não deixava de visitar o local. Era difícil caminhar, ao contrário do que está havendo hoje”, diz, apontando para o ambiente tranqüilo e sem aglomerações. A instalação de barracas na Praça José Júlio da Costa também é vista por Paulo como um dos fatores responsáveis pela diminuição das compras este ano. Antes, elas ficavam instaladas em um espaço mais reduzido, no estacionamento do próprio Camelódromo. Querendo ou não, o pessoal das barracas acaba atraindo nossos fregueses, porque vendem produtos a preços mais reduzidos. Nós sabemos que eles irão ficar por pouco tempo, mas o problema é que nós somos proibidos de montar barracas na Feira do Canaã, onde a maioria deles trabalha. Quer dizer, não são direitos iguais. Eles vêm para cá, mas nós não podemos ir para o bairro. É injusto”, diz Paulo. Expectativa A expectativa dos camelôs é que após o período de Natal haja um pequeno aumento nas vendas. É uma tendência natural, porque as barracas ficam até o dia 31. Mas mesmo assim, acho difícil conseguir vender o excesso de mercadorias. Todo Natal nós atingimos essa meta, mas por causa de todos esses transtornos, infelizmente parece improvável liquidar nossos estoques”, explica Paulo. Conforme o tesoureiro, os produtos de maior saída continuam sendo os eletro-eletrônicos, DVDs e CDs. Por causa da variedade de produtos à venda, os comerciantes das barracas da Praça José Júlio da Costa afirmam que não prejudicam o movimento do Camelódromo. A vendedora Karine da Silva explica que as barracas oferecem, em sua maioria, apenas produtos de vestuário. Vendemos roupas, enquanto os camelôs oferecem desde aparelhos de som a malas e relógios. Ou seja, acho que não há motivos para implicância. Os próprios lojistas ao redor da praça aprovaram a nossa vinda para cá, eles reconhecem que acabamos atraindo a atenção para os seus estabelecimentos. Não queremos competir com os camelôs e, no final das contas quem ganha é o consumidor, que terá mais opções para escolher os presentes de Natal”, finaliza a vendedora.
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