22 de dezembro, de 2007 | 00:00

Reitoria explica mudanças em nome de adequações ao mercado e ao MEC

Wôlmer Ezequiel


Pró-Reitor Administrativo garante que a instituição vai analisar caso a caso as reclamações dos estudantes
FABRICIANO - Em uma instituição onde o público e o privado se misturam, a dubiedade fica ainda mais evidente quando a mantenedora do Unileste-MG, - a União Brasiliense de Educação e Cultura (Ubec) - se apresenta como filantrópica, ou seja, não tem fins lucrativos. A justificativa para as mudanças é apresentada, então, como uma necessidade para adequar o funcionamento do Unileste à realidade do mercado local, associada às determinações do regulador do ensino privado, o Ministério da Educação. A seguir, entrevista com o Pró-Reitor Administrativo, Fernando de Oliveira Souza, em que são tratados os principais questionamentos dos estudantes. Diário do Aço: Os alunos reclamaram de aumento no valor da mensalidade. Houve isso?Fernando de Oliveira Souza: A cada disciplina é atribuído um valor e o valor do curso é a soma do que o aluno cursou. Temos esse direito, mas sequer corrigimos os valores de acordo com o índice da inflação, medida pelo INPC em torno de 4,65%. O valor da matrícula para 2008 é o mesmo cobrado no semestre passado. Não houve aumento. DA: No caso do curso de Sistemas de Informação, cujos alunos articularam o protesto, foi comprovado aumento.Fernando: No caso pontual desse curso, ele tinha sete períodos. A resolução do MEC determina que ele tenha oito períodos, diferentemente de outros cursos. Então, para mantê-lo em sete períodos a partir de 2008, tivemos que redistribuir as disciplinas. Com esse curso, portanto, não houve redução de disciplinas, mas aumento. Com isso, houve uma readequação nos valores da mensalidade.DA: Com todas essas mudanças, quando o estudante terá certeza de quanto vai pagar?Fernando: Somente após a confirmação da matrícula. Se o aluno faz as disciplinas previstas para o período e quer antecipar a conclusão e “puxar” mais matérias, o sistema vai recalcular e, no boleto que vai vencer dia primeiro de fevereiro, ele vai tomar conhecimento de quanto vai pagar na prática. Essa orientação foi dada a todos os coordenadores para que repassassem aos alunos. Pedimos que aguardem a chegada dos boletos, o que deve ocorrer a partir de 25 de janeiro.DA: Reclamam que, na fusão de disciplinas, quem já tinha feito alguma matéria, mas faltava a outra que foi acoplada, agora terá que rever o assunto pelo qual já pagou. Como pretendem resolver isso?Fernando: Se ocorreu, a orientação é que o aluno faça uma solicitação ao coordenador do curso e pelo menos dê a oportunidade para a resposta. Cada questionamento será avaliado caso a caso. O compromisso da escola é que os alunos paguem pelo que vieram comprar, nada além. DA: O senhor tem aqui alguns cursos, como o de Comunicação/Jornalismo, com baixo índice de inscrição de alunos. A instituição vai fechá-los?Fernando: Em hipótese alguma a Ubec, a instituição mantenedora, fechará qualquer curso. Se um estudante procurou o Unileste e começou um curso, a instituição vai assegurar condições para que ele termine, por respeito a sua opção. Mas pode ser que, por uma decisão administrativa, a instituição não receba mais alunos naquele curso por falta de demanda. DA: Os alunos que procuraram a reportagem neste período em que as mudanças são anunciadas afirmam que houve demissão de professores experientes, doutores e mestres e, para os seus lugares, contratados professores inexperientes. Em fevereiro entrarão para a sala com essa crítica. Como vão se convencer de que conseguirão manter a qualidade?Fernando: O que acontece é que nós sempre tivemos aqui professores excelentes, mas tinham outros empregos, sem disponibilidade para a carreira docente como primeira atividade. Se a escola precisasse deles aqui, por algum motivo, não podiam vir. O que a escola precisa é de docentes profissionais. Estabelecemos metas e os coordenadores tiveram critério de fazer trocas. DA: Mas houve demissão de professores de renome.Fernando: A primeira preocupação que tivemos foi que não se demitiriam professores de qualidade A. Fazemos uma avaliação semestral e, dentro do histórico, decidimos isso. Agora, há uma outra situação. Pode ser que um curso tenha professores ótimos, mas em um curso para o qual não há demanda. Então, não justifica ficar com eles. Outra preocupação, foi atender aos critérios do MEC. Para se manter como centro universitário a instituição precisa contar com um percentual de mestres e doutores. Diminuímos em 10% o número de pessoal, mas estamos aumentando professores de tempo integral, professores de 40 horas, aqueles que fazem pesquisa, projetos de extensão e iniciação científica e vamos chegar ao fim da reestruturação a quase 60% de mestres e doutores. A obrigação para um centro universitário é de 1/3 e nós estamos acima disso. DA: E o projeto para transformar o Unileste-MG em uma universidade?Fernando: Diferente do centro universitário, uma universidade precisa ter mais cursos de mestrado e doutorado. Mas para criar um curso de doutorado, tem que haver demanda. Não há como sobreviver com um curso de custo elevado, com baixa demanda. Um curso de mestrado já custa R$ 1 mil por mês. E um curso de doutorado, quanto vai custar? Além disso, já temos pesquisas a apontar que, na região, não existe essa demanda. DA: Mas o mestrado que já existe no Unileste-MG será mantido?Fernando: É na área de ciências exatas, Engenharia Ambiental, e será mantido sim. Mesmo porque se não mantiver mestrado, não será um centro universitário e, além disso, quando houver demanda, poderemos ser uma universidade sim, com o doutorado. Alex Ferreira
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