Expo Usipa 2024 02 - 728x90

05 de dezembro, de 2007 | 00:00

Situação aumenta preço da carne

Dados do IMA confirmam que seca já matou 18% do rebanho na região

Wôlmer Ezequiel


Com a seca prolongada, pequenos produtores não conseguem alimentar o gado e 18% do rebanho já morreu por falta de pastagens
IPATINGA - Os dados são do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A estimativa oficial aponta a morte de 18% do rebanho bovino no Leste de Minas Gerais em função da seca prolongada. A região está sem chuva regular desde maio e enfrenta uma situação que muitas pessoas afirmam não se lembrar de ter vivido nos anos anteriores. O engenheiro agrônomo da Emater em Ipatinga, José Luís de Paiva Freitas, avalia que os 18% de mortes do rebanho por falta de pastagens são apenas uma estimativa, porque dizem respeito a animais registrados. Como parte do rebanho não tem registro, então o número real pode ser muito maior. “Ainda assim, 18% é um percentual muito alto”, avalia. O engenheiro concorda que o produtor rural não se preparou para uma situação dessa natureza.Segundo José Luís, há uma mortalidade natural pelo despreparo da maioria dos pecuaristas. “Essa mortalidade não chega a 4%. O despreparo, aliado à seca, elevou o índice para 18%”. A seca, segundo o engenheiro da Emater, atinge com mais intensidade do Leste de Minas para cima, enquanto é menos intensa na região de Belo Horizonte, Zona da Mata e Sul de Minas, onde a situação se mostrou menos grave.Preço da carne disparaEm um supermercado em Ipatinga, o contrafilé ou a alcatra custam R$ 11, em média; pernil suíno R$ 7,40 e lombo R$ 8. Em agosto, um quilo de contrafilé custava R$ 8,90. Esse é o resultado prático da seca sobre a economia regional. O engenheiro agrônomo da Emater, José Luís de Paiva, afirma que a disparada no preço da carne nos açougues é resultado direto dos efeitos da seca. A redução do rebanho, a demora na engorda e a demanda crescente são alguns dos fatores relacionados pelo especialista à alta dos preços. “A essa altura, não fosse a seca prolongada, algum gado já estaria saindo para o abate. A demora maior na engorda puxa os preços”, reforça o engenheiro.Ainda segundo José Luís, a seca tem efeitos mais amplos ainda, pois atingiu também a disponibilidade de grãos. “O consumo de ração aumentou muito e, com a carência do milho, a ração também encareceu e alterou os preços de produção. Por isso, as carnes de porco e de frango também subiram, deixando o consumidor sem alternativas”, explica. José Luís prevê que, dentro de dois meses, com a chegada da chuva de dezembro, os preços da carne de boi voltem a cair. “Pode ser que nos casos das carnes de porco e de frango a queda seja mais rápida”, acredita. O engenheiro agrônomo lembra que, nos efeitos negativos da seca, sobrou até para o feijão. O alimento do tipo Carioquinha, preferência nacional, já custa até R$ 6 nos supermercados em Ipatinga. Em agosto, custava R$ 1,50, no máximo. 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário