01 de dezembro, de 2007 | 00:00

Jardim Vitória pede ajuda

Bairro novo em Paraíso sofre com falta de infra-estrutura. Prefeitura assume deficiências e informa que vai investir

PARAÍSO - O bairro Jardim Vitória é novo. Fica escondido em um local que poucos conhecem, o crescimento da ocupação do loteamento é rápido e hoje mais parece um canteiro de obras. Mas, três anos após ter sido entregue à Administração Municipal de Santana do Paraíso, o bairro já acumula problemas de sobra. Vizinho ao Águas Claras, o Jardim Vitória já tem cerca de dois mil moradores. Recentemente, o mais novo tormento dos moradores passou a ser a falha na distribuição de correspondências. O presidente da Associação de Moradores, João Rosa de Souza, conta que no Águas Claras há um posto de distribuição, mas com apenas um funcionário. Todas as correspondências, inclusive as contas do mês, os boletos de prestações e outras cobranças, chegam sempre com atraso. “Tem gente que paga juro por causa do atraso na entrega das contas. Colocaram aviso no Posto de Saúde do Águas Claras para que os próprios moradores do Jardim Vitória peguem as correspondências”, reclamou.Como solução, o presidente da Associação alega que é preciso aumentar o número de servidores municipais, emprestados ao posto para a distribuição de correspondências. “Ou então, que os Correios assumam o serviço, que é função da empresa”, sugeriu. InsatisfaçãoO vice-presidente da Associação de Moradores do Jardim Vitória, Franscisco Carlos de Araújo, afirmou que é grande a insatisfação dos moradores em relação a uma série de deficiências que enfrentam no bairro. “A situação é precária. Primeiro é preciso lembrar que falta serviços de limpeza no bairro. Os moradores pagam os impostos em dia e não tem o retorno em forma de benefícios. Temos cobrado ações da Prefeitura, mas até agora nada apareceu”, reclamou.Ainda segundo Francisco Carlos, a chegada do período chuvoso preocupa, uma vez que há necessidade de limpeza das bocas de lobo. Outro incômodo é em relação aos animais soltos pelas ruas, como cavalos e cães. “Eles espalham sujeira pelas ruas e, principalmente, os carrapatos, que são uma ameaça por causa da febre maculosa”, alertou o morador.  Correios e município assumem deficiênciasNa agência dos Correios em Santana do Paraíso, a informação da gerencia é que, de fato, a distribuição das correspondências nos bairros Águas Claras e Jardim Vitória é feita por funcionários cedidos pelo município. Uma das servidoras está grávida, não foi substituída e o único funcionário que restou não dá conta de fazer todo o serviço.Funcionários A Prefeitura se defende. O secretário de Administração e Fazenda, Edir Maestri, informou que atualmente o município cede 12 funcionários para os Correios, afim de agilizar o serviço no município. “A função destes funcionários é de responsabilidade dos Correios. No entanto, eles não são capacitados como os carteiros do quadro efetivo da EBTC. A logística para entrega das correspondências é de inteira responsabilidade da empresa”, disse.ParceriasJá o secretário de Obras, Francisco Carrato, informou por meio da Assessoria de Imprensa que, em relação aos animais soltos nas ruas do bairro Jardim Vitória, o curral municipal não está pronto, o que compromete a prestação do serviço de recolhimento. “No entanto, a Administração tenta estabelecer parcerias com a polícia e outros órgãos para sanar este problema”, salientou a assessoria.Sobre a manutenção da rede pluvial, especialmente diante da chegada do período chuvoso, o secretário de Obras ressaltou que muitos moradores também têm culpa, pois colocam terra, entulho e material de construção nas ruas, o que facilita a chegada do material às bocas de lobo. “Mas podemos garantir que, dentro de um cronograma de trabalho, toda a rede pluvial de Santana do Paraíso será limpa”, informou. RecursosSobre as denúncias de despejo de esgoto em área de proteção ambiental, o secretário lembrou que há um projeto do governo estadual para as obras do sistema de abastecimento de água no município. Atualmente, a Copasa realiza a análise técnica das propostas recebidas para definir qual empresa irá executar o projeto. Segundo o secretário de Obras, o município já conta com R$ 12 milhões liberados exclusivamente para tratamento do esgoto.