25 de novembro, de 2007 | 00:00

Ponte metálica esquecida

IPATINGA - Local de intensa movimentação, a ponte metálica pede socorro. Praticamente abandonada e sem controle municipal, estadual ou federal, a ligação edificada sobre o rio Doce, que marca a divisa entre os municípios de Ipatinga e Caratinga, na BR-458, ostenta infra-estrutura precária, ausência de sinalização, ondulações na pista, buracos e com parte da proteção de pedestres destruída.O abandono se deve a uma questão política, já que está em tramitação no Congresso a MP 82, que transfere da União para Estados e Municípios parte da malha rodoviária federal, como forma de descentralização. O total estipulado de transferência, sob critério do Ministério dos Transportes, é de até 18 mil quilômetros quadrados de rodovia federal.De acordo com Milton Lobato, supervisor do Dnit em Caratinga, o Estado não quis receber aquele trecho da rodovia BR-458, o que levou a ponte metálica ao abandono. “Já vai para mais de um ano e meio que foi feita uma intervenção nesse local. O Tribunal de Contas da União (TCU) não permite que façamos qualquer reforma, o que gera esse impasse. É preciso fazer uma recuperação na pista, mas estamos à espera de alguma decisão”, explicou.Em contrapartida, a população reclama. O último recapeamento realizado na ponte provocou o fechamento das saídas de água. Com o pavimento danificado e a proximidade de chuvas, o risco de acidentes aumenta. Por isso, é preciso que os motoristas tenham atenção redobrada nessa travessia.A MP/82 foi a forma que o governo encontrou para escapar de cobranças de governadores, que exigem ressarcimento por obras em estradas federais feitas com recursos estaduais. Com algumas rodovias ainda “sem dono”, fica a proibição de qualquer tipo de investimento. Caso a medida seja aprovada com o texto original, o Estado terá de assumir as obrigações com manutenção, conservação, recuperação, restauração, pavimentação e melhorias na BR-458, incluindo a ponte metálica.Ainda conforme o Dnit, o órgão não tem autorização para realizar qualquer tipo de conservação, mesmo que rotineira. “Não temos contrato de autorização e não podemos resolver nada”, garantiu Milton Lobato, supervisor do departamento.