11 de novembro, de 2007 | 00:00

Custos dificultam reparos na BR-381

Dnit realiza intervenções nos trechos mais críticos entre Ipatinga-BH

Arquivo/DA


Conforme a vistoria, os riscos de erosão são alguns dos problemas que merecem atenção na BR-381
IPATINGA - Técnicos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) e do Ministério Público Federal (MPF) executam as primeiras ações com vistas à redução do número de acidentes na BR-381. No dia 27 de outubro, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal, os dois órgãos públicos realizaram uma vistoria ao longo dos 212 quilômetros que separam Ipatinga de Belo Horizonte. A equipe percorreu os pontos mais críticos da estrada conhecida como “rodovia da morte”. Esse procedimento faz parte do conjunto de ações emergenciais destinadas a reduzir as estatísticas de acidentes neste trecho da rodovia. Em 2006, foram registradas 130 mortes em acidentes no trajeto entre as duas cidades. Até agosto deste ano, o mesmo levantamento registrava 78 mortos. Conforme exigências de Edmar Gomes Machado e Zilmar Antônio Drummond, procuradores da República em Ipatinga e Governador Valadares, respectivamente, algumas providências já foram tomadas. Machado esclarece que esse procedimento foi aberto com dois objetivos. Um deles terá de ser cumprido em longo prazo - a fim de acompanhar todo o processo de duplicação da rodovia -, desde os estudos de impacto ambiental à execução das obras. “O outro intuito da vistoria, de médio e curto prazo, é determinar quais medidas podem ser tomadas para reduzir o número de acidentes na estrada até o término de sua duplicação”. O procurador afirma que algumas limitações encontradas durante a vistoria já foram resolvidas. Ele explica que a equipe do Dnit estava encontrando dificuldades para obter documentos necessários à continuidade a um trecho interrompido próximo a João Monlevade. “A Administração entendia que o traçado da duplicação iria prejudicar a cidade. O argumento era de que a variante a ser feita, seguindo o rio Santa Bárbara, deixaria de contemplar o município. Assim, para que a obra tivesse andamento, tornou-se imperioso o fornecimento de dados por parte da Prefeitura de João Monlevade. O Dnit estava dependendo dessas informações. O MPF fez um requerimento e acabou sendo atendido”, pontua. Outro ponto positivo proporcionado pelo trabalho em conjunto, na avaliação do procurador, foi que a Polícia Rodoviária Federal repassou informações ao Dnit, apontando os trechos onde há maior incidência de acidentes. “No Brasil, esta falta de comunicação entre os órgãos públicos é uma triste realidade. Agora, de posse de levantamentos estatísticos fornecidos pela PRF, o Dnit poderá desenvolver melhor os seus projetos de prevenção de acidentes. O engenheiro de tráfego do MPF apontou medidas imediatas e mais elementos para apresentar um estudo definitivo, e essas informações solicitadas ao Dnit ainda estão sendo levantadas. No entanto, é importante esclarecer que são medidas paliativas e a solução só acontecerá de fato com a duplicação da rodovia”.Tráfego crescerá com expansão da UsiminasAlém das deficiências apontadas após o estudo feito pela vistoria, outras questões são preocupantes para o MPF. No entendimento de Edmar Machado, a expansão da Usiminas e a demanda natural por mão-de-obra aumentará o fluxo de veículos na BR-381. “Esta é uma conseqüência natural de qualquer expansão de atividade econômica. Como os problemas básicos da BR-381 estão relacionados ao traçado inadequado, que não comporta mais o fluxo de veículos, evidentemente há um risco considerável de aumento do número de acidentes, e creio que deva ser feito um trabalho específico para estudar esses impactos”, informa.  Além da necessidade de reavaliar a segurança em 17 trechos da rodovia, a vistoria propôs uma série de medidas para melhorar as condições da BR-381. Entre as intervenções apontadas nos relatórios enviados ao Dnit, está a instalação de redutores eletrônicos de velocidade em diversos pontos da estrada. No entanto, a medida ainda não saiu do papel por causa do alto custo do equipamento, orçado em R$ 250 mil cada unidade. “Além disso, há uma limitação de uso, porque os redutores necessitam de energia elétrica, o que acaba impedindo a sua instalação ao longo da rodovia, em trechos fora dos espaços urbanos. O Dnit também alega que há risco de os redutores serem alvo de depredação, e possíveis prejuízos devem ser analisados antes de qualquer efetivação”, explica. Os trechos que necessitam de intervenções mais emergenciais estão localizados no traçado de Sabará. O Km 424 é o que apresenta o maior número de ocorrências - de março de 2006 a fevereiro de 2007, foram 78 acidentes, com 22 feridos e dez mortos. Nos trechos da BR-381 que cortam o Vale do Aço, os procuradores identificaram vários pontos preocupantes. “Na ponte próxima ao trevo de Jaguaraçu, por exemplo, vimos que há muitas árvores perto da pista, o que pode atrapalhar a visão dos motoristas. E o recapeamento da BR-381 também deixou a estrada mais escorregadia em alguns pontos. Por isso, precisamos que todas as medidas saiam do papel antes do período chuvoso”, explica Edmar Machado, acrescentando que o corte das árvores ainda não foi feito devido à resistência dos proprietários das áreas identificadas com o problema. O Dnit também se comprometeu a avaliar a necessidade de intervenções nas cabeceiras do viaduto que irá eliminar trecho sinuoso na rodovia entre Nova Era e Antônio Dias. “Nós registramos uma área próxima à estrada onde há risco de erosão, o que compromete a segurança dos motoristas”, finaliza Edmar Machado.
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