23 de outubro, de 2007 | 00:00
Sindieletro promove paralisação
Manifestação prevê interrupção das atividades da Cemig em todo o Estado
IPATINGA - Os eletricitários de todo o Estado irão paralisar as suas atividades a partir de amanhã, com o objetivo de pressionar a Cemig a atender reivindicações da categoria. No início do mês o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro) entrou em negociação com a empresa para apresentar a pauta da campanha salarial 2007, cuja data-base é o dia 31 deste mês. Conforme o coordenador-geral do sindicato, Marcos Túlio Silva, a paralisação tem por objetivo apressar a retomada de negociações com a Cemig. Em reunião com o Sindieletro a empresa sugeriu que a nossa proposta fosse apresentada até o dia 24, mas decidimos não fazer assembléias até a apresentação de outra proposta mais considerável. Nós temos uma conquista hoje, a Maria Rosa (gratificação especial em percentuais mensais), mas que está favorecendo somente os altos salários na participação dos resultados. Queremos que esta participação seja distribuída de forma linear. Dessa maneira, R$ 35 mil seriam distribuídos de forma igualitária entre os trabalhadores de Ipatinga”, explica. Marcos Túlio informa que a empresa ofereceu aumento real pautado nos índices de inflação, diferentemente do que vem sido oferecido em negociações salariais de outras categorias. A maioria das categorias recebeu aumento acima dos índices de inflação”, diz. Conforme Silva, a pauta da negociação salarial contém 39 itens que, em sua maioria, foram deixados de fora da contraproposta feita pela Cemig. Nós estamos lutando para que nenhum direito seja cortado dos trabalhadores. A Cemig está querendo discutir remuneração variável, diretrizes para pagamento da PR em 2009, mas é imprescindível que outras questões sejam debatidas, como a saúde e a segurança do trabalhador. A empresa é recordista em acidentes de trabalho no Brasil e tem a tarifa de energia mais cara do país - em Minas Gerais, o ICMS praticado pelo Estado é de 30%, enquanto em São Paulo é 12%”, exemplifica. Segundo o sindicalista, em 2006 a empresa reverteu 80% de seus lucros aos seus acionistas. Isso poderia ser revertido para a sociedade através de seus próprios trabalhadores. Muita coisa poderia ser mudada em relação ao que está sendo oferecido. Assim, a tendência é que a paralisação ganhe uma grande adesão dos trabalhadores”, acredita Marcos Túlio Silva.Marcos Túlio Silva: “A população não será prejudicada porque é uma paralisação momentânea”
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