18 de outubro, de 2007 | 00:00

Casas do Planalto I vão a leilão

Nove casas serão ofertadas na próxima 2ª; moradores que tentam financiamento correm risco de perder seus imóveis

Fotos: Wôlmer Ezequiel


A maioria de mutuários do Planalto I já regularizou a situação fechando acordos com a Caixa Econômica
IPATINGA - Na próxima segunda-feira, 22, às 9h, nove imóveis do bairro Planalto I serão ofertados em leilão promovido pela Empresa Gestora de Ativos (Emgea) durante audiência pública no Panorama Tower Hotel. As casas, localizadas nas ruas Rio Jequitinhonha, Rio Negro, Rio São Francisco e Rio Tapajós, pertencem ao último lote ofertado pela Emgea. Em maio, 300 moradores que ocupam 69 residências do bairro foram pegos de surpresa com o anúncio de que teriam suas casas leiloadas. A edificação das residências data de 1992, quando foi construído no Planalto I um conjunto habitacional com 355 residências para atender a famílias com renda de até três salários mínimos. O leilão acabou contribuindo para a maioria dos moradores sob ameaça regularizarem a sua situação. Parte deles conseguiu obter financiamentos junto à Caixa, para normalizar o pagamento das casas onde a maioria já residia há 14 anos. E mesmo após a realização de dois leilões, nenhum morador perdeu sua casa. É que o caso parou na Justiça Federal, que promoveu várias audiências para fechar acordos entre os mutuários e a Caixa. No entanto, algumas famílias não conseguiram chegar a um entendimento e, conseqüentemente, agora vão correr novamente o risco de perderem os seus imóveis. Conforme o presidente da Associação de Moradores do Bairro Planalto I, Carlos Roberto Leal, os mutuários cujos imóveis figuram na lista de venda já impetraram ações judiciais no sentido de impedir a realização do leilão marcado para segunda-feira.  A costureira Maria de Lourdes Oliveira se mudou para o Planalto I antes do asfaltamento das ruas do bairro. Há 14 anos ela adquiriu o imóvel através do financiamento oferecido pela Emgea. No entanto, a exemplo dos outros moradores que tiveram suas casas leiloadas, Maria de Lourdes não conseguiu quitar o valor inicial do imóvel. Conforme informações dos moradores, o acordo para a liberação das casas exigia o pagamento de 10% do valor do imóvel. A partir da quitação dessa primeira parcela, o comprador pegava a chave do imóvel. Na época, a Cooperativa Habitacional de Ipatinga, responsável pela entrega das casas, garantiu que o restante do valor do imóvel seria pago através de um financiamento a ser administrado pela Caixa Econômica Federal. Os futuros proprietários podiam escolher entre vários tipos de imóveis, cujos valores variavam de R$ 9 mil a R$ 12 mil. Mas somente algumas pessoas conseguiram efetuar os pagamentos, devido ao registro de problemas estruturais da Cooperativa Habitacional de Ipatinga.

A costureira Maria de Lourdes acha que a advogada complicou o processo de negociação
Acordo sem a advogadaPor cinco anos, Maria de Lourdes Oliveira tentou obter o financiamento de seu imóvel. No leilão da próxima segunda, a sua casa, localizada na rua Rio Tapajós, será ofertada à vista por R$ 37,8 mil ou financiada ao custo de R$ 42 mil. “Eu contratei uma advogada à toa. Ela não resolveu a minha situação até que consegui o financiamento indo à própria Caixa. Acordamos que a casa será parcelada em 180 meses”, conta a costureira, informando que essa demora só trouxe prejuízos e dissabores. “Somente no último dia 10 consegui resolver uma pendência iniciada há mais de 10 anos. Se tivesse feito o pagamento da casa conforme os termos acordados, além de me livrar dos custos de um advogado, não teria que financiá-la por um preço acima do  seu valor inicial”, lamenta.Outra moradora da rua Tapajós, que não quis ser identificada, explica que está tentando vender um imóvel que possui para participar do leilão e arrematar o seu próprio imóvel. “Para tentar o financiamento, a Caixa impôs algumas condições. O morador terá de pagar cerca de R$ 4 mil para depois parcelar o restante. Infelizmente, não dispomos dessa quantia”, finaliza. 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário