14 de outubro, de 2007 | 00:00

Lição de vida

Respeito é essencial, ensinam casais há mais de 60 anos juntos


Lourdes e José Marques completaram 60 anos de casamento
Superando as estatísticas nacionais sobre a longevidade das relações, o casal José Marques, 84 anos, e Lourdes Menezes, 78, que reside no bairro Alvorada em Timóteo, estão juntos há mais de 60 anos. A data do casamento foi comemorada por todos os familiares com uma grande festa no fim do mês passado. Aliás, uma grande família. O casal teve 14 filhos. De acordo com José “são quase 60 netos, fora os bisnetos”. Pela idade dos netos, brinca Sr. José, “já poderíamos ter até tataranetos, mas os jovens hoje em dia não querem saber de compromisso sério”.Dona Lourdes, feliz com sua história passa um pouco da experiência vivida com o marido. Ela ensina que “o respeito no casamento é essencial. “Posso dizer que valeu muito a pena ter chegado até os 60 anos de casada. Durante todo esse tempo nunca pensamos em nos separar e vivemos bem juntos até hoje”, conta sem medo de ser feliz. João e RaimundaOutro exemplo impressionante é de João Martins de Carvalho, 93 anos, e Raimunda Santiago da Silva, 84, casados há 69 anos. Eles se conheceram no casamento da sobrinha de João. Ele se interessou por ela e procurou saber a qual família a moça pertencia. Raimunda vivia com os padrinhos, pois perdeu sua mãe com apenas 13 anos de idade. Ela é a única sobrevivente de 20 filhos. Seus irmãos morreram todos com menos de 11 anos. Com apenas três meses de namoro e sem nem mesmo um aperto de mão, casaram-se na Igreja católica de Coronel Fabriciano. IntimidadeNa época, Raimunda tinha 16, e João, 27 anos. De acordo com Raimunda, “a intimidade veio depois de muito tempo de casados. No início, mal nos falávamos. João trabalhava na roça e quando não ia com ele para ajudar ficava em casa cuidando dos meninos”. O casal teve 15 filhos, todos vivos até hoje. Deles vieram mais 42 netos e 26 bisnetos. Enquanto moço, João, além de trabalhador rural, foi sanfoneiro e violeiro, o que muitas vezes o tornava ausente de casa. Agora, Raimunda está debilitada pelo tempo, mas recebe ajuda e atenção incondicional do marido, que ainda possui ótima saúde. “Muitas vezes ia aos bailes e deixava Raimunda sozinha com as crianças. Hoje cuido dela, como pagamento de dívida cristã”, afirma João.     Cresce número de casamentosO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Síntese dos Indicadores Sociais de 2005, também aponta que o número de casamentos no Brasil cresceu 7,7%, em relação a 2003.  Isso é atribuído, entre outras razões, à atual estabilidade econômica no país. Outro fator importante que contribui para essa estatística é a quantidade de segundas uniões ter aumentado significativamente. Cada vez mais casamentos acontecem a partir de uniões desfeitas. Em comparação com os dados de 1995, os casamentos entre homens divorciados e mulheres solteiras cresceram de 4,1% para 6,3% do total. Mesmo com um porcentual mais baixo que o dos homens divorciados, o número de ex-casadas que se unem com solteiros quase dobrou. De 1,7% em 1995 foi para 3,1% em 2005. A diferença quantitativa de segundas uniões de homens, em relação às mulheres, cresce de acordo com a idade. A taxa de nupcialidade entre os homens com mais de 60 anos é quatro vezes maior do que a de mulheres na mesma faixa etária.As uniões estão também mais duradouras. Na década de 90, os casamentos duravam em média 9,5 anos, sendo que agora esse tempo é de 11,5 anos.  Os divórcios caíram 3,7% , sendo que as separações judiciais, dissolução legal da sociedade conjugal, foi 7,4% menor em relação ao ano anterior.Augusto Pascoal
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