29 de setembro, de 2007 | 00:00

Gravidez na adolescência cresce 7,6%

Situação em Ipatinga continua muito próxima de indicadores nacionais

Arquivo/DA


Leonardo destaca importância do envolvimento direto da família
IPATINGA - O número de adolescentes grávidas entre 15 e 17 anos subiu de 6,9% para 7,6% entre 1996 e 2006. Esses números aparecem na Síntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na região Sudeste, os índices se mantiveram com os menores resultados. Nessa região, a proporção de adolescentes grávidas é 5,6%, metade do maior percentual, verificado na região Norte (11,2%).Em Ipatinga, a amostragem não foge muito aos indicadores nacionais. De acordo com Leonardo Oliveira, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), os números refletem mulheres que concluíram a gestação. “Se pensarmos nas adolescentes que ficam grávidas e não chegam a dar à luz o número é ainda maior”, diz Leonardo Oliveira, acrescentando que, estes levantamentos, reforçam a necessidade de investir em políticas públicas para evitar a gravidez em idade precoce.O presidente do Conselho identifica ações junto às famílias e às entidades de classe como fundamentais para conter o avanço dos números e oferecer mais dignidade às mulheres entre 15 e 17 anos. “Acredito ainda que é preciso envolver as meninas na faixa de dez anos, uma vez que dados mostrados no diagnóstico elaborada pela Prefeitura de Ipatinga, em parcerias com secretarias e instituições, mostrou que a gravidez atinge meninas de diversas idades. As famílias estão desacreditadas e colocam toda a responsabilidade em órgãos públicos. No entanto, quanto mais envolvimento existir no seio familiar, mais fácil será enfrentar e combater essa situação”, salienta Leonardo.EscolaDe acordo com o levantamento do IBGE, o índice de acesso à escola para as crianças com idade até três anos dobrou no período entre 1996 e 2006, passando de 7,4% para 15,5%. Movimento semelhante foi observado na faixa seguinte, entre aqueles que têm entre quatro e seis anos, cuja elevação foi de 40%. “É importante verificar esse avanço, ainda mais se pensa que problemas sociais estão diretamente ligados ao índice de escolaridade das pessoas”, diz o presidente do CMDCA.Na faixa que corresponde aos adolescentes de 15 a 17 anos, no entanto, apesar da taxa de acesso ter crescido de 69,5% para 82,2% neste mesmo período, menos da metade desse grupo freqüentava o ensino médio.Em Ipatinga, conforme Leonardo Oliveira, há programas que evidenciam o aumento de crianças na escola e que procuram fomentar a educação em diferentes níveis. “Os índices mostram que há uma relação direta entre a educação de crianças e adolescentes com a erradicação de problemas sociais. Por mais que os dados apresentados sejam mais gerais, no município há fortes indícios que diversas situações de questões sociais foram minimizadas”, acredita Leonardo Oliveira.Ele ainda explica que há diversas causas que associam a realidade social no Brasil à relação com a educação, como a falta de vagas no pré-escolar, repetência no sistema seriado, falta de oferta de escolas no meio rural, conteúdo carente das escolas de educação infantil e creches e evasão escolar.Roberto Bertozi
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