EXPO USIPA 2024 02 - 728X90

23 de setembro, de 2007 | 00:00

Turismo: desafios e tendências

Adriano Vieira


Lopes: “Apenas 2,23% do PIB brasileiro vêm do turismo e somente 1,7% das famílias brasileiras investem nesse setor”
IPATINGA - Durante a manhã e tarde de ontem, palestrantes dos mais diversos ramos ligados ao turismo participaram da nona edição do Fórum Mineiro de Turismo e Desenvolvimento, no CDP do Escritório Central da Usiminas. Em comum, as discussões e debates foram direcionados por questões relativas à importância do turismo para a economia brasileira e o seu valor em âmbito estadual. A programação teve início com a palestra da pós-graduada em turismo Mônica Stela de Alencar Castro, que traçou um painel sobre os cenários e as tendências do turismo mineiro. A exemplo do que acontece na maioria das regiões do país, Minas Gerais enfrenta a concorrência dos países vizinhos, que muitas vezes oferecem pacotes ou condições mais baratas de viagem. “Pelo fato de o Brasil ser um país de dimensões continentais, identificamos uma série de limitações para o turismo. Essa particularidade é um dos grandes desafios, mas também enfrentamos outros problemas”, disse Mônica. Como exemplo desses obstáculos, ela citou os altos custos do turismo interno e a falta de infra-estrutura das estradas. “Minas Gerais possui uma malha viária muito extensa, mas que se encontra sucateada, e isso prejudica o fomento ao turismo, tendo em vista que, no Brasil, existe uma ‘cultura’ de viajar por meio terrestre. Por não termos uma demanda muito grande de deslocamento pela via aérea, o preço das passagens de avião é muito alto. Então, às vezes é muito mais fácil viajar para fora, que possui uma oferta maior de vôos”, contextualizou. Em seguida, o Fórum contou com a palestra do professor Cristiano Henrique Lopes, coordenador das áreas de Turismo e Hospitalidade do Senac. Em sua palestra, Cristiano falou sobre as evoluções do turismo no Brasil desde 1996, época em que o governo federal elaborou o primeiro planejamento até o recente até o Plano Nacional de Turismo, lançado este ano pelo Ministério do Turismo. Como evolução do setor, Lopes citou a mudança de concepção dos empresários em relação à imagem do Brasil. “Até os anos 1980, o país era vendido como a terra do Sea, Sex and Sun (mar, sexo e sol), mas na década seguinte o turismo começou a ganhar uma importância política maior no país, através da criação de pastas no Ministério do Esporte durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso”, disse. Lopes explicou que a criação do Ministério de Turismo, em 2003, foi outra importante conquista, mas o Brasil ocupa uma parcela ínfima no mercado turístico mundial, com uma fatia inferior a 0,8%, segundo dados do próprio governo. “Apenas 2,23% do PIB brasileiro vêm do turismo e somente 1,7% das famílias brasileiras investem nesse setor. Entre 1995 e 2005, o número de viagens internacionais no mundo cresceu 50% e no Brasil 170%. Isso não é uma vantagem, porque é uma estatística que demonstra que cada vez mais o brasileiro viaja para fora, deixando de conhecer o próprio país”, finalizou Lopes.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário