12 de setembro, de 2007 | 00:00

Currículos escolares parados no tempo, avalia consultor

Currículos do ensino básico são ultrapassados, com métodos antiquados

Wôlmer Ezequiel


Chico Simões e Miguel Arroyo: definição de métodos modernos para atender a educação básica
FABRICIANO - O consultor, ex-secretário de Educação de Belo Horizonte e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Miguel Arroyo, esteve na tarde de ontem no gabinete do prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (PT), para explicar as diretrizes das três palestras que ministra para professores da rede municipal de ensino.Em pauta, a formatação de um novo currículo escolar e a nova abordagem pedagógica nas redes de ensino. Para o consultor, os currículos das escolas nacionais, principalmente no ensino básico, são ultrapassados e insistem em métodos antiquados e que não acompanharam o desenvolvimento da sociedade.“Um currículo que continua com a idéia de formar cidadãos e que não se preocupa em respeitar a criança como um cidadão, já se mostra, no mínimo, em defasagem. É preciso avançar nas políticas pedagógicas e acompanhar o ritmo da sociedade. Parar no tempo é preocupante”, diz Miguel Arroyo.O professor, que tem forte ligação com governos populares, critica as políticas neoliberais. Na avaliação de Arroyo, essas práticas estão relacionadas ao desemprego, à fome e outros problemas que atrapalham o desempenho da criança em sala de aula. “Não se pode esquecer que o contexto social em que está inserida a criança interfere muito. Não basta apenas saber ler ou somar, mas se eles têm condições de interpretar o mundo em que vive. Certos currículos são os mesmos de 30 anos atrás e não há a valorização do ser humano como deveria acontecer”, argumenta Miguel Arroyo.Em Fabriciano, Miguel Arroyo participa da fase inicial de implantação coletiva das diretrizes curriculares da rede municipal. A idéia da Secretaria Municipal de Educação, defendida também pelo consultor, é que sejam ouvidos pais, alunos, professores e a comunidade, para que sejam sugeridas alterações na grade curricular de Fabriciano.“É necessário esse diálogo entre diferentes segmentos para que seja construído um currículo em que se respeite a história da escola dentro da sociedade. A modificação da educação passa por esses exemplos locais e, certamente, o diálogo é a melhor forma para se chegar a isso”, frisa.Arroyo foi secretário municipal de Educação em Belo Horizonte entre 1993 a 1997, período em que desenvolveu o Projeto da Escola Plural, que é uma proposta político- pedagógica de alteração da organização do trabalho escolar.DireitoPara o prefeito Chico Simões, as autoridades precisam dar o direito às crianças e a garantia de uma melhor educação. Ele acredita que não só as realidades sociais devem ser respeitadas na formatação de uma grade curricular, mas o repertório de todos os alunos. “Em muitos casos os estudantes vão para a escola com um conhecimento adquirido na família, com amigos, e isso deve ser respeitado. As pessoas avançam juntamente com a sociedade e certamente o currículo deve acompanhar esse ritmo”, defende o prefeito.Roberto Bertozi
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