11 de setembro, de 2007 | 00:00

“É preciso respeitar valores locais”

Para Nilmário Miranda, disputa entre PT e PMDB em Ipatinga é normal

Bruno Jackson


Nilmário defende a extinção das prévias, que, segundo ele, deixaram seqüelas no PT
IPATINGA - O ex-secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais, esteve na cidade na quinta-feira, 6. Na oportunidade, ele ministrou a palestra “Os desafios na defesa dos direitos humanos no mundo globalizado”, que fez parte da programação da semana do Pré-Grito, organizado pela Igreja Católica, preparatório para a realização do 13º Grito dos Excluídos, ocorrido na última sexta-feira, Dia da Independência. Após a palestra, Nilmário concedeu entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO AÇO e, de forma geral, disse que o PT tem saído ileso de alguns desgastes no plano nacional. Durante a entrevista, Nilmário disse ver com naturalidade a rivalidade entre PT e PMDB em Ipatinga, embora as duas legendas integrem uma aliança no governo federal. “Acho perfeitamente normal. Nós temos perto de 300 cidades com ambiente propício para uma aliança entre PT e PMDB. Mas em cerca de 15 municípios esse entendimento está descartado, não dá. Nós temos que respeitar. É a história de cada lugar. No Brasil, você não pode impor alianças para nenhuma cidade. Quando a gente conversa com o PMDB, falamos: em tais e tais locais não adianta, pois a história política local levou a uma rivalidade intransponível entre os partidos. É preciso respeitar isso, não pode impor, porque não seria democrático”, comentou o presidente estadual do PT, acrescentando que as rivalidades locais não podem ser motivo para impedir alianças com o PMDB no âmbito federal.“Isso não vai impedir de fazer aliança onde ela é possível, necessária e desejada. O plano federal é bom para os dois partidos e para o Brasil. O PMDB tem força no Senado. PT e PMDB juntos formam uma base de coalizão de 11 partidos. Isso é normal. No município, a coisa segue uma dinâmica diferente do Estado e do país”, avalia Nilmário. EnfraquecimentoApós duas vitórias consecutivas do governador Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, nos dois últimos pleitos, e com votação expressiva, ficou a certeza de que o PT está enfraquecido no Estado. Segundo Nilmário Miranda - que foi o adversário de Aécio nas duas últimas eleições - o partido precisa corrigir seus erros para reconquistar o prestígio do eleitor. “O PT ainda é o maior partido do Brasil. Uma pesquisa em março revelou que 25 milhões de brasileiros são simpatizantes do PT. É um partido que elegeu cinco governadores, tem o presidente da Câmara Federal (Arlindo Chinaglia) e reelegeu o Lula. É claro que é um partido que tem um enorme respeito da população. Agora, quando o partido comete erros, tem que corrigi-los. Recentemente, fizemos um congresso para corrigir erros e recuperar a credibilidade onde ela foi perdida. A maioria do povo não perdeu a credibilidade, mas onde perdeu é preciso recuperá-la”, defende. Sem préviasNilmário Miranda alega que a realização de prévias antes das campanhas eleitorais prejudicaram a unidade do PT em vários redutos do país. Segundo ele, o melhor caminho para se definir nomes a serem lançados em um processo político é o consenso. “Vamos procurar fazer o mínimo de prévias possível. Descobriu-se que as prévias são democráticas, mas deixam seqüelas. Vamos optar pelo diálogo, pelo entendimento e pela conversa para criar candidaturas unitárias e com amplas alianças”, ressaltou Nilmário Miranda.Bruno Jackson
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