08 de setembro, de 2007 | 00:00

Grande Grito em local estratégico

Manifestantes realizam longa caminhada em Ipatinga no 7 de Setembro

Fotos: Bruno Jackson


Dezenas de faixas de protesto acompanharam a caminhada
IPATINGA - Exatamente às 12h de ontem, uma mesma frase foi gritada nas ruas e praças das cidades brasileiras: “Isto não Vale, queremos participação no futuro da nação”, que marcou o ápice do 13º Grito dos Excluídos. O evento acontece todos os anos, no Dia da Independência, com a participação da Igreja Católica, estudantes, sindicatos e entidades de classe.  Em Ipatinga, o Grande Grito aconteceu em frente à Estação Ferroviária Intendente Câmara, no bairro Ferroviários. O local foi estratégico, uma vez que este ano o principal propósito do Grito foi reclamar a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Daí o lema “Isto não Vale”, que critica a privatização da empresa ocorrida no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A concentração dos manifestantes do 13º Grito dos Excluídos ocorreu nas primeiras horas da manhã de ontem, no trevo do bairro Jardim Panorama. Em seguida, começou uma longa caminhada com paradas em diversos pontos da cidade. Dentre elas, no local do desfile oficial de 7 de Setembro, na avenida Burle Marx, no Parque Ipanema. Aproveitando a presença maciça do público que acompanha o desfile, os manifestantes expuseram faixas com críticas ao prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão, ao governador Aécio Neves e ao presidente Lula.

A parada em frente à Estação Intendente Câmara foi estratégica para os manifestantes, que reclamam a reestatização da Vale
ConsciênciaOs organizadores do 13º Grito dos Excluídos levaram uma enorme bandeira do Brasil, que foi erguida por todos em frente à Estação Intendente Câmara. Conforme a costureira Leonor Peres de Souza, a proposta do evento é despertar a população para tomar atitude frente aos problemas do país. “O Grito tem a finalidade de formar consciência dos cidadãos, em especial na nossa cidade. É preciso que o poder público, e também todas as pessoas, percebam e conheçam os movimentos sociais e queiram uma liberdade completa para o ser humano”, disse Leonor.Bananas e nariz de palhaçoO dinamismo dos estudantes e da Pastoral da Juventude chamou a atenção no 13º Grito dos Excluídos. Vários jovens vestiram roupas pretas e usaram nariz de palhaço para incrementar o protesto. “Nossa indignação é contra todos os tipos de injustiças”, desabafou a estudante Sarah Suzan Reis, 11 anos. Durante o Grande Grito, em frente à Estação Intendente Câmara, também foram distribuídas várias bananas, usadas pelos manifestantes para simbolizar a venda da Companhia Vale do Rio Doce. “A Vale foi vendida a preço de banana. Só o lucro mensal dela depois da privatização dava para comprar três Vales, levando em conta o preço que ela foi vendida”, ponderava um dos manifestantes. Durante a semana, a organização do 13º Grito dos Excluídos programou o Pré-Grito, que, entre outras programações, realizou um plebiscito que incitou a população a votar NÃO na permanência da Vale do Rio Doce nas mãos do capital privado. Bruno Jackson
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