02 de setembro, de 2007 | 00:00

Lances superam o preço mínimo

Arrematada a maior parte dos bens disponíveis em leilão da Prefeitura

IPATINGA - Não foi o público esperado. Entretanto, com os arremates consumados, o Grande Leilão da Prefeitura de Ipatinga realizado na manhã de ontem, no pátio interno da Secretaria Municipal de Obras (Suplan), atendeu às expectativas dos organizadores. Pouco mais de 200 pessoas compareceram ao pregão com o objetivo de adquirir bens com preço bem em conta, inclusive semoventes (animais), que foram bastante disputados pelo público.O metalúrgico Domingos Efigênio de Lana, 24 anos, chegou ao pregão decidido a adquirir um potro. Contudo, incitado pelo leiloeiro e apreciador de um bom duelo, resolveu disputar mais um animal e, ao final, arrematou dois potros no valor de R$ 150, pagos em espécie. “Vou levar os animais para o sítio do meu tio, em Braúnas. Tenho certeza que eles vão ser de muita serventia por lá. É bem melhor levá-los do que deixá-los sofrendo no Curral de Conselho”, opina Domingos, fazendo referência ao local onde a PMI trata e cuida dos animais, situado no bairro Forquilha. Várias motos ano 97 e uma Parati ambulância, 98, foram bastante disputadas pelo público. Uma das motos, com lance inicial de R$ 700, foi vendida por R$ 1.800. O leilão contemplou ainda uma série de equipamentos eletrônicos e outros objetos, até mesmo sucatas. “Aqui a gente sempre acha utilidade para alguma coisa”, disse um dos participantes do leilão, que mostrava um ventilador arrematado no pregão, quando deixava o local com a família. BenefíciosTodo o dinheiro arrecadado durante o leilão será revertido para os cofres públicos da Prefeitura. Conforme o secretário municipal de Administração, Jales Carvalho Raimundo, que acompanhou toda a movimentação do pregão de ontem no pátio da Suplan, a verba será usada para beneficiar a própria população. “O leilão foi muito bom, quase tudo foi vendido. O dinheiro arrecadado é revertido em projetos de interesse público e que tenham impacto social, como por exemplo a geração de emprego e renda”, ressalta Jales, destacando a economia feita pela administração municipal ao dispor dos bens arrematados.“O leilão é a maneira mais transparente para que a Prefeitura disponha de bens inservíveis e que trazem custo de armazenamento e conservação para a administração pública. Além disso, é uma oportunidade para que os interessados no pregão adquiram bens que para eles têm serventia”, analisa o secretário. Carioca alega prejuízosO carioca João Bosco Charra, 51 anos, ficou insatisfeito com a retirada de um trator-D6D-Cart e de uma patrol dos lotes do leilão deste sábado. Ele afirma ter viajado exclusivamente para arrematar o trator e alega que a organização do pregão não anunciou a exclusão dos referidos bens com antecedência. “Vim do Rio de Janeiro a Ipatinga apenas para comprar o trator exibido no site dos leiloeiros, que constava do edital da Prefeitura. Não houve anúncio da retirada do bem. Foi uma falta de respeito. O trator estava com o preço mínimo de R$ 40 mil e poderia chegar ao limite de R$ 150 mil. Eu estava decidido a arrematá-lo. Mas fiquei no prejuízo, porque gastei com avião, táxi e outras despesas, tudo à toa”, lamenta João Basco, que trabalha como comerciante. Segundo o secretário municipal de Administração, Jales Carvalho Raimundo, a retirada de qualquer bem do leilão está prevista em um dos itens do edital. “O edital é público. Até o início do certame, a Prefeitura tem a prerrogativa de excluir ou incluir bens no leilão, conforme o item 14. A gente faz uma comunicação oficial antes do leilão quando há essa necessidade. Além disso, a administração municipal pode identificar bens ainda servíveis, para futuros projetos, e optar por reaproveitá-los, em vez de ter que comprar outros novos mais tarde. É o caso do trator e da patrol”, esclarece.Bruno Jackson