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31 de agosto, de 2007 | 00:00

Comida di Buteco supera previsão

Fotos: ACS/PMI


Uma caravana formada por líderes políticos e empresariais de Ipatinga pôde comprovar o sucesso do festival
IPATINGA - Com o apoio da Prefeitura, a primeira edição do concurso “Comida di Buteco” promoveu a qualificação profissional, gerou trabalho e renda, fomentou a cultura e conquistou a aprovação popular em Ipatinga.O prazo para votações da primeira edição terminou nesta quarta-feira. Durante 15 dias o público avaliou, além dos tira-gostos dos 15 bares participantes, a temperatura da bebida, atendimento e higiene. A participação da população, confirmada pelo grande número de votos, surpreendeu a produção, demonstrando o sucesso do evento. O resultado da votação que apontará o melhor boteco da cidade será anunciado neste sábado, na festa de encerramento do concurso. A “Saideira” movimentará o Parque Ipanema, a partir das 16h. Realizado pela CDB Produções, em parceria com a Prefeitura de Ipatinga, o festival é uma versão regional do programa gastronômico criado em Belo Horizonte, em 1999. Depois de selecionados os estabelecimentos participantes, os funcionários dos bares participaram, gratuitamente, de um curso de aperfeiçoamento do atendimento, promovido pelo Senac.

A proprietária do Casa de Caldos contabiliza um aumento de mais de 100% nas vendas
A promoção do Comida di Buteco em Ipatinga já constitui uma das ações da Estação Qualifica, programa da PMI implementado para desenvolver ações voltadas para a geração de trabalho e renda na região, incluindo uma estação de capacitação profissional, onde funcionarão programas municipais de emprego, qualificação, inserção no mercado de trabalho, consultoria a empreendedores e ainda programa do primeiro emprego.Em visita aos bares concorrentes, o prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão (PMDB), reforçou o papel do concurso como propulsor do comércio regional. “O festival fomenta o comércio de gêneros alimentícios, cria postos de trabalho e qualifica os profissionais do segmento, capacitando-os para um atendimento mais especializado e uma gestão com foco no empreendimento. Por isso, o Comida di Buteco faz parte de uma das ações da Estação Qualifica, o maior programa de qualificação profissional e geração de emprego e renda já visto no município”, salientou.

Em visita aos bares, Quintão, reforçou o papel do concurso como propulsor do comércio regional
Os próprios donos dos bares comprovaram o sucesso do festival através de suas vendas. A proprietária do bar “Casa de Caldos”, Ângela Maria de Lima Prado, contabiliza um aumento de mais de 100% somente na venda do tira-gosto que concorre no festival, um espetinho de frango com queijo, batizado de Espetadinha da Lekinha. “Antigamente eu vendia cerca de 15 espetinhos de frango, agora vendo uma média de 150 espetos”, afirmou.CaravanasDurante o festival, a CDB produções promoveu passeios que permitiram aos convidados conhecer um pouco mais sobre a versão interiorana do tradicional festival de Belo Horizonte. Em uma dessas caravanas, realizada no dia 23, líderes políticos e empresariais da cidade puderam comprovar, pessoalmente, o sucesso e os benefícios do festival para o segmento.Entre os convidados da noite estava o superintendente da Usiminas, Rômel Erwin, que elogiou a iniciativa da administração municipal em levar a qualificação profissional aos participantes do Comida di Buteco. Rômel falou ainda dos benefícios da Estação Qualifica para a população ipatinguense.  “Por mais que Ipatinga seja uma cidade desenvolvida, existem pessoas que precisam mais de oportunidades. O projeto da administração municipal ajuda a resgatar as pessoas que vivem em condições precárias, inserindo-as ao mercado de trabalho”, enfatizou.

Para Marcos Santarém, o aumento da visibilidade do bar é o grande prêmio proporcionado pelo concurso
Outros integrantes da caravana registraram sua satisfação com o festival. Entre eles, o vereador Lauro Botelho (PSDB). Ele também acredita que o evento gerou benefícios para a população. “É preciso investir em ações que tragam mais oportunidades para o nosso cidadão. O festival beneficia um segmento e amplia as opções de lazer para a população”, concluiu. O prefeito Sebastião Quintão fez questão de conhecer pessoalmente todos os bares selecionados para o festival, sozinho ou acompanhando alguma caravana. Para Quintão, o concurso é uma maneira de aumentar o grau de sociabilidade do povo de Ipatinga, além de aquecer a economia da região e ter uma relevância cultural indiscutível. “Os pratos típicos que concorrem no festival são parte da nossa cultura, dos nossos costumes, e perpetuam a nossa história”, explicou. Aumento de clientes é o maior prêmioO aumento das vendas de tira-gostos aconteceu em todos os bares, sem exceção. Além da maior lucratividade durante o evento, os donos apostam nos benefícios em longo prazo. Cebolinha, dono do bar que leva seu nome há 25 anos no bairro Novo Cruzeiro, estava muito satisfeito com a projeção do evento. Ele aumentou as vendas de sua Costela no Bafo, de 10 para 50 porções diárias. “Isso prova, claramente, que as pessoas estão vindo até aqui, conhecendo meu bar” - comemora.

Cris Goulart: oito mil cédulas foram distribuídas nos bares
Para Marlos Santarém, proprietário do Confraria dos Amigos, no Imbaúbas, o aumento da visibilidade do bar é o grande prêmio. “Mesmo não ganhanho a competição, já estamos ganhando novos fregueses, pessoas que antes do festival nem sabiam da existência do nosso bar e que agora, nos conhecendo, se tornarão constantes”, contou. O tira-gosto concorrente no Confraria é o Caviar da Roça, o tradicional chouriço acebolado. Lá, antes do festival, era vendido no máximo um quilo de chouriço por dia; durante o festival foram vendidos, no mínimo, 9 quilos da iguaria por dia.Além de favorecer o comércio local e promover o aperfeiçoamento profissional dos funcionários dos bares, o festival privilegia também a cultura regional. Paralelamente ao concurso dos tira-gostos aconteceu o circuito de arte e cultura, que levou aos bares talentos regionais como músicos diversos, um caricaturista e um mágico, que se revezavam pelos botecos concorrentes a cada noite.Outra novidade durante o festival foi o concurso “Arte no Banheiro”, que através de artistas convidados transformou os banheiros dos bares em mini-exposições. Pinturas, esculturas, intervenções artísticas variadas e decorações divertidas tornaram os ambientes mais bonitos e agradáveis. Comida di ButecoA idéia de criar um evento gastronômico “di buteco” surgiu do produtor e apresentador Eduardo Maya, em 1999, quando apresentava o programa “Momento Gourmet” veiculado na Rádio Geraes. Na época, a publicitária Maria Eulália Araújo, diretora executiva da rádio, abraçou a idéia, sugerindo o nome do evento “Comida di Buteco”. A Rádio Geraes foi a grande âncora do festival nos três primeiros anos, alavancando o seu sucesso. Em 2000, com dez bares participantes, foi realizada a primeira edição do concurso. Em sua oitava edição, o festival aumentou o número de bares participantes. Até 2005 eram 31 bares. Em 2006 passou para 36 e, em 2007, o número foi para 41 bares.

O circuito de arte e cultura deu outra cara ao ambiente dos banheiros
Os sócios Maria Eulália Araújo e Eduardo Maya constituíram a empresa Comida di Buteco Produções, que realiza o Comida di Buteco Belo Horizonte, o Comida di Buteco - Circuito Minas e o Boteco Bohemia. Em Ipatinga, os números da votação surpreenderam. A CDB Produções prevê para a primeira edição do festival em qualquer cidade do interior a utilização de cerca de quatro mil cédulas. Aqui, esse número não foi suficiente, como informou a produtora do evento, Cris Goulart. “Devido à grande adesão popular em Ipatinga tivemos que dobrar o número de cédulas, totalizando oito mil para os 15 botecos concorrentes. Mesmo assim, na terça-feira, 28, já não tínhamos mais cédulas para distribuir”, contou.A grande participação da população do Vale do Aço no Comida di Buteco foi observada até mesmo pelo representante do Instituto de Pesquisa Vox Populi, Alexandre Pereira da Silva. Conforme o Vox Populi, embora as oito mil cédulas disponibilizadas pela produção tenham esgotado, não significa que serão, efetivamente, oito mil votos contabilizados, já que, segundo a organização, há uma margem de votos não validados (repetidos, rasurados, preenchidos incorretamente etc). O resultado será divulgado neste sábado. Para quem não conheceu os bares e pratos participantes, a festa da “Saideira” reunirá todos eles no Parque Ipanema. O ingresso para a festa são dois quilos de alimentos não perecíveis (exceto sal e fubá), que podem ser trocados na porta da PMI ou na portaria do evento. Os alimentos arrecadados serão doados a entidades beneficentes do município.As atrações definidas para a Saideira deverão agradar um público variado. Serão quatro apresentações musicais, de diferentes gêneros, além da participação dos bares concorrentes e do boteco “Família Paulista”, 4º lugar no festival de BH deste ano, que trará o prato “Matula do Tropeiro”. O evento contará ainda com apresentação de mágica e sorteio de brindes.As apresentações musicais são: DJ Geo Victor (BH), banda de samba Karina Libânio (BH), Trio Brasil Tropical Jazz (Ipa) e Copo Lagoinha (BH).PremiaçãoAlém de toda repercussão do concurso, com a divulgação dos ganhadores na mídia da região e do Estado, o vencedor do Comida di Buteco de Ipatinga ganha o direito de participar da próxima festa de encerramento do concurso gastronômico da capital mineira. “O vencedor apresenta seu prato na Saideira de BH. São quatro dias de festa, com um público de 10 mil pessoas, por dia”, disse Cris Goulart. Segundo ela, os gastos decorrentes da participação do boteco ganhador são por conta da CDB produções.
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