31 de agosto, de 2007 | 00:00

“Isto não Vale” acelera mobilização em Ipatinga

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Ano passado milhares de pessoas foram às ruas de Fabriciano protestar contra a monocultura do eucalipto
IPATINGA - O 13º Grito dos Excluídos, que acontece no dia 7 de setembro, em frente à estação Intendente Câmara, em Ipatinga, tem como lema dos protestos o slogan “Isto não Vale: Queremos participação no destino da nação”, para divulgar a campanha contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, que aconteceu na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os organizadores vão promover um plebiscito com o objetivo de conseguir a participação de 5 milhões brasileiros, a fim de conferir sustentação à campanha pela anulação da venda. Em Ipatinga, sede metropolitana da marcha dos excluídos no próximo dia 7, a expectativa de participação é de cerca de cinco mil pessoas.A concentração acontece no trevo do bairro Jardim Panorama, às 7h, antes de seguir em caminhada rumo à estação ferroviária. “É uma manifestação paralela ao desfile militar do dia 7 de setembro, mas não chega a ser um contraponto. Movimentos sociais, entidades de classe, sindicatos, igreja católica e demais igrejas, vão se reunir para protestar contra a perda de uma empresa soberana, de grande importância para o nosso país”, ressalta o padre Francisco da Cruz Neto.Os atos acontecem em 1,4 mil municípios, com a organização da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).A marcha acontece no dia 7, mas uma semana antes começa, em todo o Brasil, um plebiscito referente à privatização da mineradora, com o objetivo de pressionar o governo federal a reestatizar a Vale do Rio Doce. As urnas de votação ficarão espalhadas nas comunidades católicas e casas paroquiais. Ainda há a expectativa sobre a colocação de urnas na Câmara Municipal de Ipatinga e em faculdades da região.Em relação ao plebiscito, que também vai abordar a dívida externa, energia e a reforma da Previdência, uma das perguntas é se “o Governo deve continuar priorizando o pagamento dos juros da dívida externa e interna, em vez de investir na melhoria das condições de vida e trabalho do povo brasileiro”. Os organizadores questionam também se a energia deve ser explorada pelo capital privado e se a população concorda que a reforma da Previdência “retira os direitos dos trabalhadores”.O resultado do plebiscito será entregue ao presidente Lula no dia 25 de setembro. Além disso, de acordo com o padre da Paróquia Cristo Libertador, Francisco da Cruz Neto, as assinaturas serão entregues no Congresso Nacional e ao Ministério Público. “A idéia é chegar a uma ação civil pública, mobilizar a sociedade para a importância de recuperar o patrimônio nacional e mostrar que a população é responsável pelo caminho que o Brasil deve seguir. Somos conscientes, politizados e temos condições de fazer isso”, acredita o padre.
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