30 de agosto, de 2007 | 00:00

Coopeco prepara livre adesão

Condições diferenciadas marcam bom momento das cooperativas

ACS/Coopeco


Luiz Gonzaga ladeado por Almada e Antonio Bomfim: para o presidente da Coopeco, uma verdadeira cooperativa de crédito visa a transformação de sua região
BELO HORIZONTE - Na manhã de terça-feira, 28, representantes do setor cooperativista de crédito se reuniram em Belo Horizonte para divulgar dados e informações relativos à progressão crescente que o setor vem registrando a cada ano. Direcionado à imprensa, o evento foi organizado pelo Cecremg (Central das Cooperativas de Crédito de Minas Gerais) e realizado na sede da Sicoob Central Cecremge, em Belo Horizonte. A programação do seminário contou com palestras proferidas por Luiz Gonzaga Viana Lage, diretor-presidente da Cecremge e Coopeco (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados da Usiminas), Marco Aurélio Almada, superintendente do Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) e Antônio de Azevedo Bomfim, presidente do Banco Cooperativo do Brasil S/A (Bancoob) e Samuel Flam, presidente da Credicom. Conforme informações levantadas pelo Sicoob, somente em 2006 foram contabilizados R$ 5,6 bilhões em operações de crédito em todo o país, índice 22% superior a 2005. O patrimônio líquido do setor era de R$ 791 em 2000, e chegou a R$ 2,9 bilhões no ano passado. O número de associados ao sistema cooperativista cresceu 9,5% em 2006, envolvendo cerca de 1,3 milhão de pessoas.No entendimento de Luiz Gonzaga, esse crescimento deve-se, em parte, à dinâmica das cooperativas. “Uma verdadeira cooperativa de crédito pensa nas pessoas, na comunidade e na transformação de sua região”, afirma Gonzaga. Com 41 anos de funcionamento, a Coopeco, a mais antiga cooperativa do setor no Estado, é um dos exemplos bem-sucedidos e que a cada ano ganha novas adesões dos funcionários da Usiminas. Atualmente, a Coopeco possui 10 mil usuários e planeja duplicar esse número nos próximos anos. Seguindo uma tendência nacional, a Coopeco pretende abranger uma parcela maior de associados.Conforme Gonzaga, a cooperativa pretende tornar-se uma entidade de livre admissão, deixando de ser restrita aos funcionários e empregados das empresas que formam o Sistema Usiminas. “Atualmente esta etapa está em fase de aprovação pelo Banco Central, responsável pela análise da documentação necessária e pela concessão do novo sistema que irá expandir o quadro social da Coopeco. Esperamos que a mudança ocorra em curto prazo, ainda em 2007”, adianta o diretor-presidente. Com a livre admissão, a entidade passará a trabalhar com crédito rural e será aberta a qualquer cidadão que apresente comprovante de renda. Sem fins lucrativos, a Coopeco opera com contribuições mensais mínimas de R$ 15 e tem como objetivo principal a cooperação e ajuda mútua na concessão de créditos em condições vantajosas e desburocratizadas. Este princípio, aliás, é o mesmo de todas as outras cooperativas de crédito do país. No Brasil, elas ocupam atualmente uma fatia do mercado financeiro que varia entre 1,8% a 2,6%, dependendo da região. Em Minas Gerais, a consolidação do segmento é uma realidade, em decorrência ao pioneirismo do cooperativismo no Estado. Atualmente, existem mais de 250 cooperativas de crédito mineiras, que correspondem a 600 agências de atendimento - no país, o total de pontos de atendimento corresponde a 973. Apesar de oferecem as mesmas movimentações de uma agência bancária convencional, certos diferenciais são atrativos e ajudam a explicar o crescimento do número de associados às cooperativas de crédito. Pelo fato de serem cooperativas, ou seja, sem fins lucrativos, a lucratividade destas entidades - denominadas “sobras” -, retornam para os associados de acordo com a opção que for decidida em assembléia, onde todos participam. Outros atrativos são os empréstimos com juros reduzidos e de liberação rápida, parcerias com seguradoras e financiamentos isentos de taxas de abertura de crédito.  Roberto Sôlha *
Wôlmer Ezequiel


Equipe da Coopeco, em unidade do Centro de Ipatinga:desburocratização dos serviços garante a ascensão do segmento
Fortalecimento em âmbito nacionalApesar das estatísticas que comprovam o fortalecimento do setor em âmbito nacional, as cooperativas de crédito ainda são desconhecidas ou apresentam pouca representatividade em alguns estados do Brasil. Para reverter esse contexto, os principais dirigentes do setor planejam focar o desenvolvimento ou o fortalecimento de novas cooperativas em regiões como o Nordeste. Conforme Marco Aurélio Almada, superintendente do Sicoob, um país de dimensões continentais como o Brasil oferece diferentes contextos de análise quanto ao cenário que envolve o segmento cooperativista.“Para se abrir uma cooperativa hoje, é preciso considerar vários aspectos. Em Minas Gerais, por exemplo, já temos uma tradição e não há muito o que ser explorado, uma vez que as cooperativas existentes representam todas as categorias profissionais de maneira bastante satisfatória. No Nordeste, a história é outra, já que lá existem cerca de 60 cooperativas para nove estados. Ou seja, é uma região que carece de maior apoio para a abertura de novas cooperativas”, explica Almada. Nos estados onde o setor é mais expressivo, como em Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, o Sicoob, órgão que representa os interesses da maioria das cooperativas do Brasil, atua para tornar as entidades existentes maiores e mais fortes. Conforme explica Almada, a partir da abertura de uma cooperativa e o seu conseqüente fortalecimento em determinada localidade, os bancos desta região acabam se adequando à realidade dos cooperados. “Quanto mais cooperativas tivermos, mais competição teremos no sistema financeiro. Como ainda representamos uma fatia pequena do mercado, esses benefícios são sentidos apenas de maneira localizada. Em Belo Horizonte, por exemplo, os bancos que visam médicos fazem uma condição melhor por causa da Credicom, que é a maior cooperativa dessa categoria no Estado. Se esta cooperativa não existisse, com certeza as taxas dos bancos privados seriam outras. No futuro, queremos que esta reação dos bancos seja sentida em nível global, já que hoje os bancos se adequam somente às regiões com cooperativas de crédito consolidadas e fortes”, conjectura Marco Aurélio Almada, presidente do Sicoob, informando que nos Estados Unidos e Europa o setor representa 30% do mercado.  No Vale do Aço, onde a Coopeco já se consolidou, o preceito de aumentar os benefícios dos usuários em busca do autocrescimento é seguido à risca. Além de buscar a inovação com a livre admissão dos cooperados, a entidade irá inaugurar daqui a um mês mais uma agência de atendimento, que funcionará no bairro Canaã, na avenida Selim José de Salles, próximo ao prédio da Justiça Federal. “Há cinco anos, decidimos mudar a forma de trabalhar da Coopeco, para que ela funcionasse com toda a plenitude de uma agência financeira convencional. Desde então, registramos um grande crescimento, que irá se expandir em decorrência da abertura do quadro social. Esperamos que esse próximo passo torne a Coopeco a primeira cooperativa do Estado, tendo em vista a economia de Ipatinga e o potencial do mercado de crédito para o município e para a região do Vale do Aço”, finaliza o presidente da entidade, José Luiz Gonzaga. * O repórter viajou a convite da Coopeco.
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