28 de agosto, de 2007 | 00:00

Tratamento longe de chegar a 100%

Copasa dá ultimato para que moradores de quatro bairros de Ipatinga retirem coleta da água pluvial da rede de esgoto

Fotos: Wôlmer Ezequiel


Copasa em Ipatinga: cinco anos depois, tratamento do esgoto ainda precisa de adequações
IPATINGA - A Copasa, concessionária dos serviços de água e esgoto no município, enviou para as casas de centenas de moradores comunicado alertando sobre a falta de atendimento de notificação para regularização de despejo de águas pluviais na rede de esgoto. A notificação foi enviada em 14 de maio de 2005. Quem não informou a tomada de providências e manteve o lançamento de água da chuva dos quintais, telhados e lajes na rede de esgoto, recebeu nova correspondência em que é informado do lançamento de multa em sua próxima fatura. O prazo terminou em 16 de agosto e a multa será equivalente a uma conta média do imóvel em situação irregular, conforme previsto no artigo 115 do Decreto nº 43.753 de 19/02/2004. Gerente do Distrito Vale do Aço da Copasa, Franklin Otávio Coelho Mendonça afirma que o maior objetivo da concessionária é garantir o correto funcionamento das redes coletoras e das estações de tratamento. A medida faz parte da operação “Caça esgoto”. Adotada inicialmente nos bairros Vila Ipanema, Bom Retiro, Caravelas e Bethânia, deverá atingir outros bairros na mesma situação. “Entre 2004 e 2005 foram feitos testes com equipamentos, cadastramos todas as residências com água da chuva canalizada para o esgoto e notificamos os proprietários”, explica.   Entre os efeitos da canalização da água pluvial na rede de esgoto, Franklin Mendonça relata que as redes, construídas para coletar apenas o esgoto, recebem sobrecarga no período chuvoso. Uma das conseqüências, explica o gerente, é o refluxo, que na prática é a volta da água misturada com esgoto para as casas, quintais e ruas, estouro de tampões nas vias públicas, além da sobrecarga de efluentes que chegam às estações, sem necessitar de tratamento. “Nós entendemos que já foi feita a notificação em 2005 e, a partir de agora, a empresa tem que pressionar porque o trabalho com a manutenção e os custos para a saúde pública são muito maiores do que os valores que viermos a arrecadar com multas”, afirma. NegociaçãoApesar do vencimento do prazo no último dia 16, nas notificações enviadas a quem mantém rede pluvial ligada à rede de esgoto em Ipatinga, Franklin Mendonça garante que a Copasa está disposta a negociar caso a caso. Segundo ele, desde que as correspondências foram enviadas, há mais de 30 dias, houve grande apreensão por parte de alguns usuários notificados. Muitos alegam não ter condições financeiras de arcar com obras reparadoras para retirar a água da chuva de seu imóvel, despejada na rede de esgoto. O gerente garante, no entanto, que há espaço para negociação.

Manilha de esgoto: água do cimento que sai das masseiras nas construções é uma das causas de entupimento
“Desde que a pessoa se mostre disposta a atender a convocação, não temos dificuldade em renegociar os prazos. O que não podemos é deixar de tomar medidas”, afirma. Para tratar do assunto, a Copasa mantém atendimento ao público na agência da rua Tiradentes, 96, bairro Cidade Nobre. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.Preservativo é uma das causas de entupimentoPara manter em funcionamento o sistema de tratamento do esgoto sanitário em Ipatinga, Franklin Mendonça explica que a concessionária do serviço enfrenta uma série de dificuldades. Além da água fluvial, há também a questão dos resíduos. Na desobstrução das redes de esgoto, o gerente do distrito relata que é encontrado todo tipo de material. “Próximo a restaurantes e lanchonetes, a causa do entupimento quase sempre é o acúmulo de gordura jogada na rede, nos postos de abastecimento, oficinas e lava-jatos, encontramos estopas, graxas e óleo. Tem o problema sério com os motéis, por causa dos preservativos. Perto de grandes obras de construção civil, areia e a água do cimento das masseiras. Mas há também entupimento do esgoto com cabelo humano perto de salões, absorventes higiênicos, panos, pedras e garrafas de plástico”, detalha Franklin Mendonça.A saída, explica o gerente da Copasa, é trabalhar na conscientização quando a principal fonte causadora do problema é identificada. “No caso de restaurantes, motéis, postos de abastecimento e oficinas, fazemos o contato, passamos o projeto da caixa separadora e concedemos prazo para a instalação. Todo alvará, para ser liberado pelo Departamento de Meio Ambiente do município, demanda um laudo de inspeção feito pela Copasa”.Alex Ferreira
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