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24 de agosto, de 2007 | 00:00

Justiça decidirá impasse

Locatário e proprietário do Shopping do Povo novamente em desacordo

Wôlmer Ezequiel


O proprietário do centro de compras explica que o local precisa passar por reformas e oferecer melhores condições de segurança
IPATINGA - A novela envolvendo o possível fechamento do Shopping do Povo ganhou novo capítulo. Localizado no Centro, na avenida João Valentim Pascoal, desde o final de junho os lojistas do shopping convivem com o risco de perder o ponto. Com a proximidade do término do contrato de aluguel firmado entre o locatário, Matheus Alves, e o proprietário, o empresário Márcio Quintão, os lojistas que trabalham no local passaram a ser notificados informalmente que teriam de deixar os pontos comerciais até o dia 31 de julho. Na época, Márcio Quintão declarou que não pretendia administrar o shopping e fecharia as suas portas para a construção de um prédio. No entanto, Márcio decidiu dar uma segunda chance ao centro de compras, concordando em firmar um acordo que satisfizesse ambas as partes. Cerca de 14 lojistas contrataram um advogado para formalizar o acordo, mas Quintão acabou não aceitando os termos propostos. Conforme determina o acordo elaborado pelo advogado dos lojistas, Raul Bicalho, o locador isentaria o locatário dos aluguéis até a data combinada para entrega das chaves, que seria feita em janeiro de 2008. “Eu não teria como fazer isso. Isentar o aluguel do shopping por mais seis meses? Eu já havia concedido um prazo de até um mês, que vence agora no dia 31, para que os lojistas resolvessem todas as suas pendências e o locatário me entregasse o imóvel, o que até agora não foi feito. Cabe agora à Justiça decidir sobre o andamento deste caso”, posiciona-se. Em 22 de junho de 2004, Márcio Quintão e Mateus Alves assinaram, perante o Juiz de Direito da Segunda Vara de Família e Sucessões da Comarca de Ipatinga, uma proposta de conciliação acordando que o locatário deveria entregar o imóvel ao proprietário a partir de agosto deste ano, “com as benfeitorias nele construídas”. “Também foi decidido que se não houvesse a restituição do imóvel dentro deste prazo, os lojistas teriam que desocupar o imóvel. Portanto, estou agindo dentro do que foi previsto e acordado com o próprio locatário”, diz Márcio Quintão.Conforme o empresário, assim que a Justiça expedir o mandado de desocupação do shopping, ele irá tomar as providências cabíveis para que o local seja vistoriado pelo Corpo de Bombeiros e obtenha os alvarás necessários para o seu funcionamento. “Atualmente, o imóvel se encontra sem banheiros para portadores de deficiência e sem nenhum sistema de combate a incêndios. O shopping também não conta com um sistema de ventilação adequado e seu teto apresenta algumas falhas. A meu ver, essas condições comprometem a viabilidade daquele centro de compras, que deveria passar por reformas. Feito isso, eu poderia avaliar melhor a situação dos lojistas. Ainda não posso afirmar se a continuidade do shopping será viável, somente após a decisão judicial”, diz Márcio. Locatário insiste em permanecer no imóvelMatheus Alves, locatário e também responsável pela parte administrativa do Shopping do Povo, afirma que só entregará as chaves do imóvel por ordem judicial. Ele garante que procurou Márcio Quintão para cumprir o que foi acordado, mas o locador teria dito que só receberia as chaves se os lojistas desocupassem os pontos comerciais do centro de compras. “Nós fizemos tudo para cumprir o acordo, mas ele não quis ninguém lá dentro. Dessa maneira, vamos lutar para que os lojistas permaneçam lá”, diz Matheus.    Para os lojistas, as pendências entre os responsáveis pelo aluguel do shopping são prejudiciais para o comércio do local. Eles informam que a estrutura do shopping decaiu desde o início do mês, quando se encerrou o contrato de aluguel. “Desde então, as faxineiras foram dispensadas e os banheiros públicos foram fechados. Acabou que nós mesmos passamos a cuidar da limpeza do local. A verdade é que ainda estamos aqui porque precisamos do emprego, temos famílias para sustentar”, conta uma vendedora que não quis se identificar.
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