23 de agosto, de 2007 | 00:00

Mais rigor na fiscalização

Pacto pelo fim do trabalho escravo proposto por empresas madeireiras

Cristiano Linhares


Autoridades públicas e representantes de associações de classe marcaram presença no San Diego Suítes, na manhã de ontem
IPATINGA - Questões voltadas à regularização do controle e fiscalização da atividade de exploração de madeira é o principal foco do segundo e último dia do 7º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM), hoje, a partir das 9h45, no San Diego Suítes, bairro Horto. A empresa Preservar Duralipto, do Distrito Industrial, em Santana do Paraíso, atua na organização do evento.A abertura do encontro aconteceu na manhã de ontem, com a presença de várias autoridades, entre elas os prefeitos de Ipatinga, Sebastião Quintão (PMDB), e de Santana do Paraíso, Joaquim Correia de Melo, o Kim (PT), e o deputado federal José Fernando de Oliveira (PV-MG). Durante todo o dia foram ministradas palestras centradas em três temas básicos: crédito de carbono, desenvolvimento sustentável e ética somada à responsabilidade sócio-ambiental. O presidente da ABPM, José Anthero Bragatto, surpreendeu ao afirmar que a ABPM está interessada em contribuir com a erradicação do trabalho escravo no país, em se tratando da atividade de exploração madeireira. “Neste sétimo encontro da ABPM queremos fazer um pacto contra o trabalho escravo, que ainda é um câncer no Brasil. Nas empresas de nossos associados não há caso de exploração de mão-de-obra, pois trabalhamos com seriedade. No entanto, em várias regiões do país sempre surgem denúncias de empresários que ainda mantêm o trabalho escravo”, declara. Bragatto salientou ainda que o 7º Encontro Nacional da ABPM pretende acelerar a legalização das questões ambientais e trabalhistas voltadas à atividade da exploração da madeira. “A responsabilidade ambiental, bem como o respeito ao que prevê a legislação trabalhista, é fundamental para os empresários deste ramo”, diz. OrientaçãoA presença de representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF), hoje, no San Diego Suítes, será fundamental para a proposta da ABPM no sentido de orientar as empresas que ainda não estão engajadas com a responsabilidade ambiental na atividade de exploração de madeira. Quem garante é o diretor-adjunto da ABPM, Flávio Carlos Geraldo. “Serão expostas questões regulatórias e de controle, principalmente para orientar algumas empresas que ainda não estão enquadradas na lei ambiental. Por isso é essencial a presença do IEF neste segundo dia de evento”, enfatiza.ConscientizaçãoJosé Anthero Bragatto elogiou a vocação industrial-madeireira do Vale do Aço, região que possui uma imensa plantação de eucalipto. Ele afirmou ainda que a atuação da Preservar Duralipto - que se tornou referência na preservação da madeira nativa, por estimular a utilização do eucalipto tratado em diversos empreendimentos - foi decisiva para que o Vale do Aço pudesse sediar um encontro nacional da ABPM. “A Duralipto é uma das empresas que mais investem na preservação de madeira no Brasil”, opinou Bragatto.O prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão, que admitiu usar o eucalipto em cercas, porteiras e várias outras edificações em sua fazenda, disse que a atuação da Duralipto tem contribuído para a conscientização de diversos segmentos. “Sou um entusiasta da madeira. E como tal, defendo a preservação da madeira nativa. Tenho certeza de que usar o eucalipto em construções, cercas, móveis ou qualquer outro empreendimento, é de suma importância, já que estimula a diminuição da exploração indevida. É preciso que as empresas criem esta consciência, a exemplo do que faz a Duralipto”, destacou o prefeito de Ipatinga. Educação ambientalAutor do Projeto de Lei 579, que obriga todas as escolas de ensino fundamental a inserir na grade curricular a disciplina Educação Ambiental, o deputado federal José Fernando de Oliveira comentou sobre objetivo da matéria em tramitação no Congresso. “É preciso que os alunos da educação básica adquiram a consciência ambiental o quanto antes. Caso contrário, a degradação do meio ambiente será iminente num futuro próximo”, disse.José Fernando também destacou a necessidade de se fiscalizar as empresas que não respeitam a legislação ambiental e exploram a madeira indevidamente. “Sabemos que há empresas responsáveis e há aquelas que degradam o meio ambiente. A exploração desenfreada da mata nativa pode trazer prejuízos incalculáveis. Portanto, os órgãos de defesa ambiental precisam apertar o cerco contra as empresas que são um mau exemplo”, defende. Bruno Jackson
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