19 de agosto, de 2007 | 00:00

Uma vida inteira na comunicação

Luiz Omar completa 30 anos de rádio, fala em se aposentar e afirma que viveu grandes momentos do mais popular meio de comunicação do país

Wôlmer Ezequiel
Luiz Omar: Luiz Omar: "Apesar de tudo, vivi grandes momentos no rádio"

O relógio marca 8h e entra no ar a música de César Camargo Mariano. O volume da trilha sonora de “Uma mulher” é abaixado e, em seguida, a voz forte apresenta uma mensagem, sempre voltada a um estímulo positivo e reflexivo no começo da manhã. Hora certa, bom dia e a locução prossegue: “Salve, salve, alegria, salve, salve, simpatia, de bem com o mundo, de bem com a vida, estamos aí, juntinhos, juntinhos...”. Assim começa o “Bom Dia Alegria”, programa apresentado atualmente por Luiz Omar, na Rádio Vanguarda AM 1.170 de Ipatinga, de segunda a sábado.

O ano de 2007 marca para o mais reconhecido locutor do Vale do Aço 30 anos de profissão, uma carreira que começou na Rádio Manhuaçu, no fim dos anos 70, passou pela Vanguarda nos anos 80, depois pelos Estados Unidos. De volta a Manhuaçu, passou pela extinta Rádio Catuaí, no começo dos anos 90, por Timóteo, na Rádio Itatiaia em 1995, depois por Governador Valadares na Rádio Globo em 2002, novamente na Itatiaia do Vale do Aço em 2005 e agora em Ipatinga. Após idas e vindas, em uma relação com diferentes públicos, Luiz Omar chegou a 30 anos de rádio. Afirma que viveu grandes momentos, lamenta os desencontros da profissão, fala em se aposentar do meio, mas jamais em abandonar o rádio.

No entendimento do radialista, hoje é muito mais fácil fazer rádio, em todos os sentidos, técnico, operacional e artístico, principalmente por causa da evolução tecnológica. Lembra-se que, quando começou, havia dificuldades com os discos de acetato, onde eram gravadas as músicas. O disco, em 78 rotações por minuto, quebrava muito e, se arranhado no manuseio inadequado, era inutilizado. Os comerciais eram todos ao vivo e havia muita dificuldade para gravação. “Mas, apesar das limitações, essa técnica rudimentar funcionava e garantia a programação no ar”, afirma. Já em relação aos profissionais que entravam para o rádio, é outra coisa, conta Luiz Omar.

“Eram poucas as emissoras de rádio, a maioria pertencia à Igreja Católica e a voz da comunicação no rádio era a grave, padrão na capital e no interior. Para entrar no rádio era preciso, além disso, ter domínio da leitura, o que limitava muito o acesso. Então, havia no rádio os melhores noticiaristas, os melhores repórteres, os melhores locutores ou os melhores narradores”.

Em relação ao vínculo criado com o ouvinte, no trânsito em cidades de diferentes realidades culturais, Luiz Omar diz ter certeza que está ligado ao respeito, à confiança e à credibilidade que sempre buscou. “Talvez ainda existam ouvintes que tenham vontade de me falar alguma coisa, mas sempre respeitaram meu trabalho. Questionaram as minhas colocações, me interpelaram, discutiram comigo, mas dentro de um respeito que eu me orgulho disso. Nunca recebi uma ligação em que alguém me agredisse como pessoa”, afirma.

Em relação à busca da identidade com o ouvinte, Luiz Omar conta que começou sua carreira quando ouvia muita comunicação no rádio AM. “Eu me espelhei em dois grandes nomes da comunicação, um que não está mais aqui entre nós, que é o Hélio Ribeiro, da Rádio Bandeirantes, em São Paulo, e o Marcos Baybe Baybe, da Jovem Pan AM, também em São Paulo. Eu ficava ali ouvindo naquele rádio a válvula e me impressionava com os comentários que eles faziam dos acontecimentos, aí eu pensava comigo: caramba, se um dia eu pudesse falar tudo isso, sobre a falta de respeito com o povo, das falhas na educação, na segurança, no acesso à cultura e ao entretenimento. Muito tempo depois, consegui”, afirma o radialista.

Após trabalhar na Usiminas, no começo dos anos 70, sempre incentivado a ir para o rádio por causa da voz, mas sem levar a proposta a sério, Luiz Omar conta que acabou dentro de um estúdio. Em Manhuaçu, teve como “professor” o diretor da rádio, Padre Júlio Pessoa Franco, segundo ele, um profundo conhecedor da Língua Portuguesa.

“Prometi ser aquele cara que ouvia rádio e  sentia a mesma vontade de falar e que via nas pessoas a mesma coisa. Falar o que elas sentem, falar o que é preciso, ir além da notícia. Noticia é importante, você sabe disso, mas eu entendo que informação é importante, cultura é importante, orientação é importante, dar direito de voz às pessoas é importante”, lembra o comunicador. Luiz Omar cita como um exemplo dessa prática até hoje um dos quadros de seu programa, que leva ao ar toda semana um profissional médico, para responder dúvidas e curiosidades das pessoas sobre os variados ramos da medicina.

Esta semana, por exemplo, levou um urologista para alertar sobre o câncer de pênis, considerado uma ameaça silenciosa para os homens. O radialista também comemora o título de Cidadão Honorário de Timóteo, aprovado pela Câmara Municipal e que será entregue nos próximos dias.

Repórter: Dizem que as pessoas não gostam de ouvir verdades. Você cobra política pública o tempo todo. Isso já lhe trouxe transtornos?
Luiz Omar: Já, eu acho que até em certos momentos eu extrapolo, sabe? Não nos comentários, mas na maneira de me posicionar. Eu falo claramente, aqueles que me ligaram questionando as minhas opiniões em relação à administração pública, são os que eu chamo de puxa-sacos profissionais, são pagos por bandeira partidária. Apesar disso, sempre tive abertas as portas dos gabinetes oficiais, em que pese o fingimento de algumas vezes.

R: Mas, e quando você sentiu que o questionamento à crítica tinha razão?
L.O.: Eu vejo o seguinte. São poucos os políticos, administradores, que teriam capacidade, vamos dizer, competência de sentar comigo à mesa no rádio para responder minhas questões. Muita gente acha que é exagero, mas eu gostaria de sentar com o presidente da República, tanto pode ser o Lula agora, como poderia ter sido o Fernando Henrique Cardoso, para que eles me explicassem o que eu não consigo encontrar explicação até hoje.

R: Você tem muitos questionamentos?
L.O.: Vários. Falei essa semana no programa: o Congresso vai se reunir pra votar a prorrogação da CPMF. Não teve condições de se reunir pra votar o caso Renan Calheiros, mas vai ter pra votar a CPMF, por quê? Já começou a divisão de verbas, já começou a distribuição de recursos, de cargos, então já armaram o circo. Por que a CPMF, anunciada como provisória e que foi apedrejada pelo partido hoje no governo, agora é abraçada por todos? Se esse partido não abre mão da CPMF, então, por que a criticou tanto no passado? O que foi que mudou? Gostaria de perguntar ao presidente também se ele sabe o que é viver com um salário mínimo, só com cesta básica, sem direito de levar o filho ao cinema, ao parque? Então, são muitas as questões para as quais ainda não consegui encontrar respostas e fico chateado porque caminho para a aposentadoria da comunicação e não encontrei, nos meus 30 anos de trabalho no rádio, alguém que me respondesse, de forma clara, aceitável.

R: O enfrentamento do poder não é muito comum no rádio. Não se sente sozinho nessa abordagem crítica dos fatos?L.O.: Bastante.

R: Sempre foi assim ou piorou de certo tempo para cá?
L.O.: Aqueles que não se omitiriam não cresceram. Aqueles que se omitiram talvez tenham conseguido chegar a algum lugar, mas não estão com a consciência tranquila. Eu vejo que o rádio poderia ter feito muito mais por esse país. Quem o fez, acabou apanhando da ditadura militar ou do poder dominante, quem o fez pagou com a própria vida, foi ameaçado, teve sua família ameaçada. Minha mãe sempre me dizia que eu queria resolver os problemas do mundo. Mas eu sempre entendi que os problemas do mundo só se resolvem com o empenho de todos, é utopia. As pessoas sequer acompanham como votam nossos representantes. Entendo que denunciar, cobrar, alertar sobre esse caótico estado de coisas, é obrigação de um comunicador.
Arquivo pessoal
Luiz Omar e equipe na extinta Rádio Catuaí, em Manhuaçu, nos anos 90. Em pé: Michel Ângelo, Marcos de Carvalho, Alex Ferreira, Fabiana Tavares, Mércio Miranda, Eduardo Satil e Edilson Rodrigues. Sentados: Júlio Oliveira, Luiz Omar e Patrícia MágnisLuiz Omar e equipe na extinta Rádio Catuaí, em Manhuaçu, nos anos 90. Em pé: Michel Ângelo, Marcos de Carvalho, Alex Ferreira, Fabiana Tavares, Mércio Miranda, Eduardo Satil e Edilson Rodrigues. Sentados: Júlio Oliveira, Luiz Omar e Patrícia Mágnis

R: Tenho escutado de gente do rádio reclamações de que não conseguem mais encontrar novos profissionais para ocupar vagas no microfone. Esse esvaziamento estaria então a comprometer o rádio como um meio que precisa ser crítico e que, para isso, necessita de gente muito qualificada?
L.O.: Olha, as pessoas querem sair da faculdade para fazer televisão. Ninguém quer saber do rádio. Estão de olho nas câmeras e na possibilidade do estrelato. Mas se você analisar quem nós temos hoje na televisão, vai contar nos dedos os poucos que se sobressaem como grandes repórteres. Então, a queda do fator humano nas comunicações não é só no rádio. No Vale do Aço, por exemplo, quem esperava que continuasse com uma boa postura profissional, tentou se enveredar pela política, fez do rádio um palanque. Foi um erro. Você pode ser profissional e ser político, sem ter que trocar os pés pelas mãos. Fica muito fácil abrir o microfone e detonar algum setor, só para agradar ao ouvinte que denuncia. Aí a pessoa vai embora pra casa, feliz e satisfeita, afirmando pelas ruas “O Luiz Omar é fera”, mas sem o problema resolvido. Então, o que sempre procurei fazer, quando sou procurado, é um contato com o alvo da reclamação em busca da solução antes de levar o caso ao ar. Esse é o rádio de prestação de serviço que fazemos.

R: As empresas de comunicação também têm culpa?
L.O.: Elas se renderam ao poder econômico, sem levar em conta o seu papel social. Eu saí de uma emissora e disseram que o problema era eu, que eu fazia um programa para mim, em que externava minha opinião. Esses demagogos tiveram a coragem de dizer isso, mesmo sabendo que sempre tiveram dependência com políticos, com o poder público, porque sem serem profissionais da área, se não o fizessem não conseguiriam nada. Então, é o amadorismo que emperra a continuidade da boa comunicação no rádio e isso espanta a chegada de novos profissionais. Eles ocupam o lugar de quem deveria estar ali como profissional da comunicação. Ficam então pagando favores, se rendendo às benesses da política. Agora, manter posicionamento crítico em relação a isso me custou caro? Digo que sim. Me fechou portas? Muitas, mas pelo menos uma coisa tenho certeza: não fechou as portas da minha consciência. Tenho a certeza de que eu passei pelo rádio tentando cumprir o verdadeiro papel de comunicador social.

R: Sobre a parte artística. É verdade que, quando na direção de emissoras, você proibia a veiculação de músicas cujo conteúdo atentava contra os costumes, mesmo sabendo que às vezes eram músicas que faziam sucesso?
L.O.: Acredito que o povo nem sempre sabe entender medidas assim. Eu já usei músicas de duplo sentido para brincar no programa que apresentava, mas não passava disso. Se a música era ofensiva mesmo, não rodava nunca. Às vezes comentava sobre a música e explicava ao ouvinte por que não iria rodar. O fato é que nós temos muita gente boa do meio artístico que precisa de espaço e não consegue porque temos o império do jabá a reinar sobre a música de qualidade. Você pega o programa de calouros do Raul Gil, e vê que temos grandes talentos.

R: Sabemos que o besteirol, o caricato e o banal, sempre vão existir no teatro, na música; fazem parte do entretenimento. Mas estaria a aumentar a permissividade de coisas abusivas?
L.O.: Olha, nos anos 70, as músicas de duplo sentido eram engraçadas. Antes dessa década, o clássico do carnaval “Mamãe eu quero” é tremendamente inteligente. É sacana sem ser agressivo, como as músicas de hoje no axé, no funk, no sertanejo, no batidão, e tantos outros ritmos. Não dá para aceitar tocar isso no rádio.

R: E em relação aos que dizem que agir dessa forma é censura?
L.O.: O povo é quem tem que decidir, mas o povo conscientizado de valores morais, de seus direitos, dos valores humanos. Se a população percebe algum abuso em uma rádio tal, que não a ouça mais. Se um programa de televisão apelou para a baixaria, que desligue ou troque de canal. Depois que bunda começou a “cantar” ficou difícil ouvir coisas inteligentes.

R: Pelo que você falou até agora, não está arrependido de ter feito rádio dessa forma durante 30 anos?
Não. Economicamente falando, o rádio não me deu nada.

R: Mas isso pode parecer absurdo.
L.O.: Pode parecer absurdo, agora, trabalhei em emissoras que pagam bem pelo profissionalismo e em outras que ainda pagam mal, mas há emissoras que não pagam nada, mas por quê? A nossa categoria é desinteressada e o nosso sindicato, tanto dos radialistas quanto dos jornalistas, inexiste. Onde você já viu uma categoria ter na capital um piso salarial e no interior outro piso? É um bando de descompromissados que está na representatividade porque tem um bando de profissionais que não tem coragem de tomar uma decisão e mudar essa história.

R: Você já fez sua parte, como?
L.O.: Já bati de frente com eles, já joguei minha carteira para eles, já cansei de telefonar para a sede e eles não fazem nada, as desculpas são as mesmas. Você vai denunciar uma emissora por descumprimento da lei trabalhista, por exemplo, e eles querem que a pessoa se identifique, quando o papel do sindicato deveria ser apurar e repassar ao Ministério do Trabalho, por meio das delegacias regionais, e temos uma subdelegacia aqui em Ipatinga, para que as providencias sejam tomadas. Há todo tipo de abuso nas emissoras, a começar pelos profissionais sem registro, o acúmulo irregular de funções, horas extras que não são pagas e tantas outras, perdi as contas.

R: Luiz, e as histórias curiosas que acontecem nos bastidores do rádio?
L.O.: Rapaz, tem cada uma. Na rádio em que eu trabalhava em Manhuaçu, por exemplo, o saudoso Alfeno Dias fazia um trabalho de prestação de serviço pela manhã. O Hospital César Leite enviava avisos que eram repassados às famílias dos pacientes que moravam longe. Eram avisos de toda natureza, de nascimento de criança, alta médica, falecimentos e recados como um, em que uma paciente idosa pediu a transmissão de uma mensagem que dizia mais ou menos assim:

“Atenção seu fulano de tal, sua esposa, dona Mariinha, precisou ficar internada. Fez os exames e será submetida a uma cirurgia. Precisa que o senhor traga os documentos dela e trazer também a dentadura, ó, mas não é a dentadura que está no copo d’água não, é que está no bolso do paletó, no guarda-roupa”. O meu programa começava logo na sequência, às 7h, imagine como eu entrei no ar depois de ouvir isso. Teve outro caso em que o locutor avisou que um paciente de Ipanema estava de alta e que seus familiares poderiam ir buscá-lo. Minutos depois, alguém ligou, agradeceu e informou: “Olha, buscamos ontem, inclusive já o enterramos aqui em Ipanema”. Eram situações engraçadas em um quadro de serviços gratuitos que, em geral, servia muito à população. Em Ipatinga, nos anos 80, durante cobertura do carnaval, confundi um carro alegórico cheio de travestis, com um carro cheio de belas morenas.

R: Nesse caso, já tinha tomado uns uísques?
L.O.: Não, inclusive o seu diretor de Redação (João Senna dos Reis) que era da Comunicação do governo Jamill Selim de Salles, tinha mesmo algumas garrafas guardadas para servir à rapaziada, mas naquele momento não tinha tomado nada. Chovia muito, já tinha tomado é vários choques elétricos no alambrado, puxando fios de microfone com o Fernando Rocha. A Maria Eduarda, da TV Alterosa, comentava o carnaval para a Vanguarda quando veio o carro alegórico e eu me entusiasmei, narrando que passava um carro cheio de lindas morenas e ainda estiquei os elogios, sempre repetindo “patrocínio óticas não sei o quê”. Ocorre que, minutos depois, o carro passava pelo palanque onde estava a equipe da transmissão e ouço a Maria Eduarda dizendo: “o nosso companheiro Luiz Omar, no trabalho de cobertura de pista do carnaval, poderia até receber uma cortesia de nosso patrocinador, que é uma ótica, para que ele pudesse ver direito o quanto são lindos os travestis nesse carro alegórico”.

Ainda sobre as gafes e problemas com transmissões ao vivo, Luiz Omar conta que as situações vão desde narrar futebol pendurado em poste até casos como o da cobertura das eleições 1990. Naquela época, a apuração era lenta, com as cédulas de papel, onde apareciam coisas absurdas escritas como indignação dos eleitores. Um desses protestos, conta Luiz Omar, foi a campanha do “Doutor Asfalto”. Eleitores revoltados com a demora na pavimentação da MG-111, que liga Manhuaçu a Ipanema, votaram em massa no candidato de protesto, a ponto de, a certa altura da apuração, o voto de protesto superar figurinhas carimbadas da política. A revolta era grande porque, apesar da importância da estrada, a sua pavimentação não passava de promessa de várias campanhas eleitorais.

“É como o caso da nossa MG-760 aqui no Vale do Aço”, ressalta o radialista. E, ao vivo, do ginásio onde ocorria a transmissão, os repórteres começaram a contabilizar os votos de protesto. O juiz eleitoral que presidia os trabalhos, Juvenal de Almeida Bastos, foi até a cabine, taxativo: “Ou vocês param com essa apuração do Dr. Asfalto ou serão retirados desse ambiente”. Luiz Omar conta que a divulgação teve que parar, mas após o término da apuração o protesto popular gerou uma semana de debates na Rádio Catuaí. Hoje, a MG-111 está pavimentada.

Wôlmer Ezequiel


Há 30 anos no microfone comunicador afirma que, quem não se omitiu, não teve crescimento financeiro


Aposentadoria sem abandonar a cachaça chamada rádio

Fora o lado cômico dos tempos áureos do rádio, Luiz Omar diz estar preocupado com o destino do rádio que faz há 30 anos, que está prestes a deixar em função da aposentadoria. Lembra que vem pela frente um grande desafio, que é aproveitar a oportunidade que a digitalização das transmissões vai permitir, potencializando a capacidade do meio. O radialista teme que, se nada for feito, se não for trabalhada uma mudança de mentalidade de quem faz rádio, da telefonista ao locutor, passando pelos repórteres, editores, narradores e operadores, corre-se o risco de potencializar a banalidade, o descuido com a língua portuguesa e outras asneiras que teimam em reinar nas ondas do rádio. “Estão brincando de fazer rádio e isso não pode ser levado para o futuro”, afirma. 

Questionado se, apesar de falar em aposentadoria, espera alcançar o período do rádio digital, Luiz Omar foi enfático ao afirmar que ainda pretende ter sua própria emissora, com sua marca. “Eu montei, para quem trabalhava, as melhores equipes profissionais que o rádio já teve no Vale do Aço. Então, estou tranquilo porque farei o mesmo na emissora que for minha”.

Questionado se essa emissora será no Vale do Aço, Luiz Omar disse que a vontade é que seja aqui, desde que parem com a bagunça que está na distribuição de canais para a região. “Para finalizar essa entrevista, eu gostaria de dizer o seguinte: eu vivi grandes momentos do rádio. Trabalhei ao lado de profissionais que eram efetivamente do rádio e com oportunidade para mostrar que o rádio pode ser bem feito, vencendo todas as limitações a partir da força de vontade pessoal”.

Repórter Alex Ferreira
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