12 de agosto, de 2007 | 00:00

“Os tempos são outros”

Escola do Veneza antecipa integração típica do Dia dos Pais

Roberto Sôlha


Luciano tenta, na medida do possível, dar ao filho o mesmo acompanhamento
IPATINGA - As comemorações do Dia dos Pais foram antecipadas pelo Instituto Educacional Cunha Brandão, que organizou um grande evento na tarde de sexta-feira, 10, para homenagear os progenitores de seus alunos. Na ocasião, as crianças da educação infantil até o ensino médio participaram de jogos e atividades junto aos seus pais. Conforme a diretora da escola, Ana Rita Cunha Carvalho, o evento integra o projeto Qualidade de Vida na Família, desenvolvido pelo Cunha Brandão em parceria com o curso de Educação Física da Unipac. -"A programação vai até o final do ano e engloba palestras, exibição de filmes e documentários e diversas outras atividades com o objetivo de promover uma melhoria da qualidade de vida não só dos alunos, mas também de toda a família-", explica a diretora do Cunha Brandão. -"A intenção é criar um espaço benéfico para toda a família-", diz.O metalúrgico Luciano Madeira Kokke estava entre os pais presentes ao evento. Para ele, a iniciativa da escola é importante para reconhecer a importância e papel dos pais na criação da família. -"O Dia dos Pais é uma data especial, uma forma para os filhos mostrarem retorno a todo o nosso esforço do dia-a-dia-", diz Luciano, pai de Augusto César Machado Madeira Kokke, de três anos. Criado em Santana do Paraíso, Luciano tenta, na medida do possível, dar ao filho o mesmo acompanhamento que recebeu na infância, transmitindo os valores que foram ensinados por seu pai. No entanto, ele admite que os tempos são outros e a tranqüilidade de outrora infelizmente é cada vez mais difícil de ser vivenciada no mundo contemporâneo. -"Hoje, o desafio de ser pai é maior que antigamente, devido a diversos fatores. Vivemos em um país com uma situação financeira complicada, com alto custo de vida e muita criminalidade. Daqui a alguns anos, quando o meu filho ingressar na vida adulta, terei preocupações maiores, por causa de toda a violência que campeia à solta. Quando eu era criança, com certeza meus pais tiveram mais tranqüilidade para me criar-", contextualiza. Liberdade Ainda sobre a criação de seu filho, Luciano gostaria que o menino pudesse usufruir da mesma liberdade de seus tempos de infância, quando brincava e jogava bola nas ruas. -"Uma coisa que a gente percebe em Ipatinga é que as crianças não praticam muito esporte e atividades ao ar livre, como acontecia com a minha geração. Eu cresci em Santana do Paraíso, brincando de pique-esconde e ralando o bico do pé no asfalto. Hoje em dia é até difícil para o meu filho usufruir dessa mesma liberdade, uma vez que eu moro em apartamento-", diz Luciano. Ele tenta compensar isso levando o menino para a casa da avó, que continua morando em Santana do Paraíso. -"Mas os tempos são outros. Com apenas três anos, o meu filho já me pediu um play-station-". Em relação à atenção familiar, Luciano enfrenta um problema corriqueiro da vida moderna, o da falta de tempo. -"Eu e a minha esposa trabalhamos de turno, então a gente procura usufruir de todas as oportunidades junto ao nosso filho. Temos a sorte de os nossos pais também darem assistência ao neto. Mesmo assim, às vezes fico até 48 horas sem vê-lo, porque quando eu chego em casa ele já está dormindo-".
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