10 de agosto, de 2007 | 00:00

Ferramenta e Nardyello cara a cara

Ex-prefeito mantém processo judicial por danos morais contra o atual presidente da Câmara de Ipatinga; sem acordo, a ação prossegue

Fotos: Wôlmer Ezequiel


Ex-prefeito descarta conciliação e mantém processo contra vereador
IPATINGA – Aberta em 2006, ação de indenização por danos morais movida pelo ex-prefeito Chico Ferramenta (PT) contra o atual presidente da Câmara de Ipatinga, Nardyello Rocha (PMDB), teve ontem a primeira audiência de instrução com o juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Ipatinga, Otávio Pinheiro da Silva. Esse é o momento em que são ouvidas as alegações do autor, as explicações do réu e as testemunhas. Sem acordo neste primeiro momento, a ação prossegue o trânsito normal. O ex-prefeito de Ipatinga, Chico Ferramenta, saiu da audiência afirmando que decidiu mover a ação de reparação por danos morais contra Nardyello Rocha por não concordar com as insinuações de corrupção, feitas pelo vereador na imprensa. Segundo Ferramenta, durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, montada para investigar denúncias de supostas irregularidades contratuais no governo petista, o vereador afirmou que o então prefeito tinha feito propostas indecorosas com a pretensão de mudar a sua opinião na votação dos projetos que criou a taxa de iluminação pública e permitiu o acordo com a Copasa para adequações no tratamento do esgoto na cidade. “Evidentemente que não existe conciliação. Queremos ir até o final. É bom destacar que o vereador, hoje presidente da Câmara, perguntado pelo juiz, se oferecida alguma vantagem financeira, ele disse que não. E as testemunhas também confirmaram que nunca ofereci vantagens financeiras. Houve uma tentativa do vereador no sentido de mudar a versão do que tinha falado anteriormente”, afirmou o ex-prefeito. Ferramenta negou que tenha oferecido cargos políticos ao vereador em troca do seu voto na aprovação de projeto de interesse do governo.Na audiência de instrução ontem foram arroladas testemunhas dos dois lados. Ex-secretários, ex-servidores da Câmara de Ipatinga e atuais assessores estavam entre os nomes dos arrolados. A audiência começou por volta das 14h e durou quase duas horas. A presença do ex-prefeito e do vereador na sala de audiência chamou a atenção de quem passava pelo Fórum Valéria Vieira Alves. Não faltaram curiosos interessados em ver o andamento da audiência, sempre a perguntar sobre a causa.

Presidente da Câmara de Ipatinga reafirma acusações contra ex-prefeito
O outro ladoO presidente da Câmara Municipal, Nardyello Rocha (PMDB) explicou ao sair da audiência que, na condução dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - a chamada CPI do Ferramenta - em 2005, teve sua idoneidade colocada em xeque pelo ex-prefeito, porque ocupava a posição de líder de governo no Legislativo e ser de um partido de oposição ao PT em Ipatinga. Nardyello disse que se sentiu ofendido e, no dia 29 de outubro de 2005, o presidente da CPI rebateu as afirmações do ex-prefeito afirmando, em entrevista publicada pela imprensa, que no passado Chico Ferramenta já tinha feito proposta política para que o vereador mudasse o voto na época da criação da taxa de iluminação pública e do acordo com a Copasa sobre complemento do tratamento de esgoto. Nardyello Rocha também afirmou que, “em momento algum”, falou que o ex-prefeito tenha oferecido dinheiro para que mudasse o seu voto em assuntos de interesse do governo. “Na época eu apenas disse à imprensa que o ex-prefeito conhecia bem a minha índole, pois ele já tinha ido à minha casa tentando mudar o meu voto e, em momento algum, aceitei as propostas de cargos políticos. Tudo o que afirmei na época, mantive perante o juiz na audiência de hoje (ontem)”, afirmou o vereador.Segundo Nardyello, na época tinha caído em primeira votação o projeto de lei do Executivo que criava a Taxa de Iluminação Pública. O prefeito pediu ao presidente da casa que adiasse a votação em dois dias e, quando o projeto voltou ao plenário, foi aprovado.Permanência no PTAo passar ontem à tarde pelo Fórum de Ipatinga, onde participou de audiência de instrução em processo que move contra o presidente da Câmara de Ipatinga, Nardyello Rocha, o ex-prefeito de Ipatinga, Chico Ferramenta afirmou que permanece no PT. Garante que não existe discussão no sentido de sair do partido. “O que houve foi algumas especulações, o que acho natural no momento em que estamos avizinhando o novo processo eleitoral, mas na época fiquei lisonjeado com a informação de que fosse convidado para a diretoria da Copasa. É uma empresa que sempre cumpriu os acordos e compromissos com Ipatinga, mas não houve convite, não existe nenhuma possibilidade de isso acontecer”, afirmou o prefeito.Em relação às eleições do ano que vem, Chico Ferramenta disse entender que há muita coisa a acontecer e o que se sabe agora é que o PT terá candidato. “Em relação ao meu nome não existe candidatura, o que existe é que meu nome é avaliado pelo Partido dos Trabalhadores, mas nada de pré-candidatura e candidatura colocada em relação ao meu nome”, afirmou. Chico Ferramenta também diz que é natural o fato de ter em andamento várias ações sobre contas públicas da época do seu governo. “Isso é natural para o meu caso, 12 anos à frente da prefeitura de Ipatinga. Muitas acusações e denúncias foram feitas, mas elas precisam ser esclarecidas na justiça. Não há decisão transitada em julgado, ou seja, final, em relação aos processos. Então, do ponto de vista legal não existe impedimento em relação à minha candidatura”, finalizou o ex-prefeito.Alex Ferreira
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