CADERNO IPATINGA 2024

09 de agosto, de 2007 | 00:00

Restaurante Popular funciona amanhã

Restaurante Popular de Ipatinga pronto para a inauguração amanhã

Wôlmer Ezequiel


Com capacidade para atender 2.500 pessoas por dia, o estabelecimento compreende 1.345 metros quadrados e servirá refeições simples e nutritivas
IPATINGA - A Prefeitura entrega nesta sexta-feira, 10, às 10h, o Restaurante Popular, que oferecerá refeições a R$ 1,00. Para a solenidade de inauguração, estão confirmadas as presenças do ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias (PT), do deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), prefeitos das cidades que compõem a Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Aço (AMVA), e várias  autoridades que serão recebidas pelo prefeito de Ipatinga, Sebastião Quintão (PMDB). A construção do Restaurante Popular de Ipatinga foi viabilizada através de convênio firmado entre a Administração Municipal e o Governo Federal no final de 2005. Com capacidade de atender 2.500 pessoas por dia, o Restaurante Popular é o primeiro do Leste Mineiro e oferecerá inicialmente mil refeições. O restaurante está localizado na rua Aimorés, na esquina com a avenida Zita Soares de Oliveira, no Novo Centro. O estabelecimento compreende 1.345 metros quadrados em área construída. Para facilitar o acesso de portadores de necessidades especiais, há uma rampa na entrada. O espaço destinado ao refeitório possui grande amplitude, de forma a atender e receber o público de maneira confortável.O cardápio será simples e nutritivo, com arroz, feijão, salada de legumes e verduras e carne. O sistema será o de self-service, exceto para a carne, que será servida pelos funcionários do restaurante. Os usuários vão contar com três banheiros, um masculino, um feminino e outro para os portadores de necessidades especiais. O Restaurante Popular de Ipatinga é dotado de câmara frigorífica higienizada, despensa de alimentos, local apropriado para o preparo de vegetais e cereais, além de uma sala para a nutricionista, que irá trabalhar em tempo integral. Há, ainda, um local apropriado para a limpeza de utensílios e panelas.EmpregoNo empreendimento, foram investidos R$ 1,7 milhão, advindos do convênio entre a Administração Municipal e o Governo Federal. A PMI também fornece a contrapartida para que os pratos sejam servidos a R$ 1, uma vez que o custo das refeições é de R$ 2,97. Anualmente, a PMI irá investir R$ 1,4 milhão nas despesas dos alimentos que são preparados pela Caípa.Durante a execução da obra, foram gerados cerca de 50 postos de trabalho diretos e indiretos. Para o funcionamento do Restaurante Popular de Ipatinga, a princípio, vinte funcionários vão trabalhar no local, entre cozinheiros, chefe de cozinha, açougueiro, nutricionista, atendentes, auxiliares de serviços e almoxarife. Além disso, as verduras e legumes consumidos no estabelecimento serão adquiridos através dos programas “Horta Comunitária” e “Compra Direta”, que são desenvolvidos pela PMI e beneficiam dezenas de famílias que moram na área rural do município. O Restaurante Popular de Ipatinga poderá ser freqüentado por qualquer cidadão, apesar do seu direcionamento à população de baixa renda. Conforme Marcos Cambraia, gerente comercial da Caípa, empresa responsável pela preparação dos alimentos, existem planos para que o restaurante sirva refeições em outros horários, como o café da manhã e jantar. “O restaurante popular é um projeto novo do Brasil, e aos poucos vão surgindo mudanças de estrutura e atendimento”, pontua Marcos.Nome oficial homenageia pioneiro
Álbum de Família


Sebastião Bicalho, ao lado de sua esposa Maria Inês e de um dos filhos, Duílio: ajuda aos necessitados e trabalho filantrópico foi um dos maiores legados do comerciante
Além de beneficiar a população de baixa renda da cidade, o Restaurante Popular possui um significado especial para a família de um dos pioneiros de Ipatinga, Sebastião Guedes Bicalho. O nome oficial do restaurante que será inaugurado amanhã homenageia Sebastião, que nasceu em São Gonçalo do Rio Abaixo, chegou a Ipatinga em 1959, e se destacou como um dos mais tradicionais comerciantes do município, exercendo diversas atividades no setor varejista. Ele faleceu em 2006, aos 77 anos, deixando 10 filhos e um histórico de solidariedade para com o povo ipatinguense. Segundo Rosária Lopes Guedes de Oliveira, uma das filhas de Sebastião Bicalho, o pai sempre se preocupou em ajudar os outros. “Ele era vicentino e fazia questão de ser atuante. Para se ter uma idéia, todos os dias ele trazia alguma pessoa que estava passando necessidades para almoçar na nossa casa. Mesmo que fosse um mendigo, essa pessoa comia na mesma mesa que a gente, junto ao restante da família”, lembra. Rosária conta que o pai foi dono de uma lanchonete na Avenida 28 de Abril até meados dos anos 1980, onde freqüentemente dava refeições para a população carente. “A sua maior preocupação era não deixar ninguém passando fome”, diz Rosária, citando que o pai entre os fundadores do extinto Ginásio de Assistência ao Menor (GAME), e também sempre esteve envolvido em ajudar creches, asilos e outras instituições de caridade em Ipatinga. A homenagem póstuma é vista por Rosária como um reconhecimento à bondade de Sebastião Bicalho, que deu o nome oficial ao Restaurante Popular através de decisão dos vereadores. “Durante o velório do meu pai, ficamos impressionados sobre o quanto ele era querido nessa cidade. Várias pessoas que nós nem conhecíamos chegavam perto de seu caixão e agradeciam por tudo o que ele tinha feito por elas. Após a sua morte, acabamos descobrindo que ele havia ajudado muitas outras pessoas, porque o meu pai não gostava de divulgar muito essas coisas”, lembra. Para Duílio Saulo Lopes Guedes, também filho de Sebastião Bicalho, a homenagem, de certa forma, é uma continuidade ao trabalho feito pelo pai. “Vejo o Restaurante Popular como algo quase filantrópico, uma vez que o preço da refeição é quase simbólico. É como se o que o meu pai fez pela população ganhasse um alcance ainda maior”, finaliza Duílio.
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